Macau,
China, 03 jul (Lusa) - Seis deputados de Macau fizeram hoje uso da palavra
durante a sessão plenária na Assembleia Legislativa para manifestar as suas
preocupações em relação ao caso dos 16 terrenos desaproveitados que saíram da
lista de recuperações do Governo.
"Isto
é estranho. A população suspeita de conluio", disse Leong Veng Chai,
referindo-se ao facto de 16 dos 48 terrenos que o Governo tinha anunciado que
iria recuperar, por não serem aproveitados dentro do prazo pelos
concessionários, terem sido retirados da lista.
Em
2011, o Governo identificou 48 terrenos para reversão, mas no mês passado
anunciou que 16 parcelas não reuniam requisitos para serem recuperadas, já que
foi por culpa da própria administração, que se atrasou em formalidades como a
disponibilização de Plantas de Condições Urbanísticas, que os concessionários
não cumpriram os seus prazos.
Os
terrenos em causa têm uma área total de 365.302 metros quadrados e, pelo menos
dois, pertencem a empresas ligadas à indústria do jogo.
Os
deputados acusam o Governo de falta de transparência e desconfiam das
explicações avançadas.
"Alguns
residentes questionam se o Governo não terá recorrido a um estratagema de
troca, logo, terrenos que não deviam estar incluídos nos desaproveitados, foram
assim excluídos da lista de recuperação, e terrenos na posse de alguns
poderosos não foram devidamente integrados na referida lista", avançou Ng
Kuok Cheong.
Para
o deputado da área pró-democracia, é essencial esclarecer "se houve
tráfico de interesses, injustiça ou negligência administrativa grave, em que a
responsabilidade não foi apurada".
Já
Au Kam San disse estranhar que a situação não tenha sido logo detetada em 2011,
quando o Governo identificou o conjunto das 48 parcelas passiveis de reversão.
"Existem
duas possibilidades. Ou são todos uns palermas, os dirigentes dos serviços
públicos, passando pelo secretário e chegando ao chefe do executivo, ou os
dirigentes do Governo acham que a população de Macau é que é palerma",
concluiu.
ISG
// ARA
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