quinta-feira, 28 de abril de 2016

Transição para economia menos dependente do petróleo em debate em Timor-Leste


Díli, 27 abr (Lusa) - Encontrar alternativas à dependência timorense do petróleo e gás natural, promovendo uma economia que intensifique outros setores, como a agricultura, turismo e manufatura, é o tema de um fórum de debate que decorre em maio em Díli.

O Fórum de Desenvolvimento Nacional (FDN), a 09 e 10 de maio, é promovido pela Universidade Nacional Timor Lorosa'e (UNTL), pelo Institute of Business (IOB), pela Univerdade da Paz e pelo Policy Leaders Group (PLG).

O encontro reunirá responsáveis do Governo e representantes da sociedade civil e do mundo académico que pretendem enquadrar este debate no programa de desenvolvimento nacional de Timor-Leste e na agenda de reformas que o executivo está a levar a cabo.

Apesar da agenda de reformas - que abrange a administração pública, o setor educativo e de formação, o quadro legislativo, os incentivos ao investimento e a melhoria das infraestruturas básicas - os setores alternativos ao petróleo e gás natural têm sido pouco desenvolvidos nos últimos anos.

Existem vários projetos na área agrícola mas ainda de dimensão reduzida, e na manufatura estão em fase de arranque dois - uma fábrica de cervejas e uma de cimento -, mas sem data para a conclusão.

O turismo é ainda incipiente, apesar de vários projetos de hotéis e outras iniciativas que são, porém, condicionadas pelas condições de acesso ao país e de infraestruturas básicas.

Por isso, as entidades promotoras do fórum querem debater, por um lado, se as áreas de prioridade de desenvolvimento identificadas são ou não relevantes e como vai ser implementado e quais os objetivos do calendário de reformas.

O debate ocorre numa altura em que Timor-Leste enfrenta crescente pressão económica, com elevado desemprego jovem, a queda do preço do crude e a redução da produção dos campos petrolíferos no Mar de Timor a condicionarem a capacidade do país.

Diversas organizações apontam o facto de o Governo estar, nos últimos anos, a retirar mais do Fundo Petrolífero do que é sustentável.

A organização não-governamental timorense La'o Hamutuk, por exemplo, destaca as quedas significativas nas receitas dos fundo e o facto de vários dos campos estarem nas fases finais de exploração.

ASP // MP

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