Macau,
China, 13 dez (Lusa) - As autoridades de Macau vão abater esta noite cerca de
10 mil aves de capoeira e suspender a sua venda por pelo menos três dias depois
de detetarem o vírus da gripe aviária no mercado abastecedor.
O
vírus de subtipo H7 foi detetado num 'stock' de 500 galinhas sedosas, mas por
motivos de segurança serão abatidas todas as aves que se encontravam no mercado
abastecedor, incluindo 6.730 galinhas normais e cerca de 3.000 pombos, segundo
o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), que garante que todas
as aves vendias hoje nos mercados da cidade "são seguras".
A
venda de aves fica suspensa por pelo menos três dias, sendo feitos trabalhos de
limpeza e desinfeção, mas pode ser estendida, consoante o tempo que demorar a
identificar a origem do vírus - só então poderá ser iniciado o reabastecimento.
Segundo
o diretor dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, duas pessoas estiveram em
contacto com as aves: o condutor do veículo de transporte e o dono da banca de
venda por grosso. O primeiro, da China continental, foi entregue às autoridades
chinesas, e o segundo foi encaminhado para o hospital de Macau para efetuar
exames, apesar de se considerar que o "risco de contágio é baixo" devido
às medidas de precaução tomadas previamente.
Esta
é pelo menos a terceira vez este ano que o vírus da gripe aviária é detetado em
Macau.
O
Governo já defendeu que, por motivos de saúde pública, a venda de aves vivas
deveria deixar de se realizar. No entanto, a medida continua sem data já que um
estudo realizado em junho deste ano revelou alguma oposição popular, tendo em
conta a importância que a população dá à carne fresca, em particular em épocas
festivas como o Ano Novo Chinês.
"Temos
de repensar se devemos ou não vender aves refrigeradas. Talvez possamos alterar
o nosso costume e substituir as aves vivas por refrigeradas. Vai depender do
mercado, da aceitação da população. Já estamos a reforçar a divulgação e
adicionar bancas que vendem aves refrigeradas", disse o presidente do
IACM, José Tavares.
O
estudo divulgado em junho indicou que quatro em cada dez residentes de Macau
opõem-se à substituição de aves vivas por refrigeradas.
O
inquérito, destinado a avaliar a reação do público à medida que o governo de
Macau pretende aplicar para prevenir surtos de gripe aviária, conclui que 42,2%
dos 1.026 inquiridos manifestam-se contra ou absolutamente contra a medida,
24,2% exprimiram concordância ou absoluta concordância e 33,3% afirmaram serem
indiferentes ao assunto.
O
relatório do estudo de opinião pública, realizado em novembro e dezembro de
2015 pelo Instituto Politécnico de Macau e que cobriu também as preferências de
consumo e os hábitos de compra, correlaciona o nível de conhecimento sobre os
riscos de saúde com a posição manifestada pelos entrevistados.
ISG
(DM/MP) // PJA
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