Díli,
17 mar (Lusa) - Uma sucessão de avarias e dificuldades técnicas, agravadas pela
grande adesão a uma campanha de angariação de clientes estão a causar
congestionamento e problemas à rede de dados do maior operador de
telecomunicações de Timor-Leste, a Timor Telecom.
"Além
de algumas avarias, entretanto já corrigidas, houve uma grande adesão às nossas
mais recentes campanhas e isso causou um congestionamento no espaço de
satélite", disse à Lusa o administrador delegado da Timor Telecom, Manuel
Capitão Amaro.
"Estamos
a resolver o problema, contratámos mais espaço de satélite e estamos em
negociação para contratar espaço adicional em breve", frisou.
As
ligações à internet feitas pela Timor Telecom são canalizadas através de
satélite, no caso alugado à empresa 03B, a quem a empresa timorense tem
contratado atualmente 1,032 gigas de espaço de satélite.
Nas
últimas semanas o serviço da Timor Telecom tem sofrido vários problemas
suscitando queixas de muitos utilizadores junto da empresa e criticas nas redes
sociais.
Utilizadores
queixam-se de uma sucessão de problemas, desde dificuldades nas linhas de
telefone móveis - com chamadas que não se conseguem estabelecer ou atraso na
entrega de mensagens SMS - a problemas na rede 3G e nas linhas fixas de
internet.
Cada
vez que os utilizadores fazem uma chamada móvel, por exemplo, a ligação 3G do
telefone passa automaticamente para 2G (espaço da voz) não voltando
automaticamente ao 3G, como deveria ocorrer, quando a chamada termina.
Os
utilizadores são obrigados, ao fim de cada chamada, a ligar e desligar o modo
avião dos seus telefones para voltar a recuperar o sinal 3G.
Igualmente
com grandes problemas tem estado o dispendioso serviço de linha de internet
fixa onde a velocidade é em muitos momentos durante o dia, muito abaixo do
valor contratado.
Fonte
da empresa disse à Lusa que além dos problemas técnicos, com a avaria recente
de importantes equipamentos que tiveram que ser substituídos por outros
importados dos Estados Unidos, a empresa se depara com o impacto da incerteza
sobre o seu futuro.
Recorde-se
que o maior acionista da empresa, a brasileira Oi (que detém a participação que
outrora era da PT), está há mais de dois anos e meio em processo de venda do
seu capital.
O
processo, que está atualmente à espera de um sim da justiça brasileira - já que
a Oi está em recuperação judicial - continua sem calendário para conclusão,
estando pendente um pedido de autorização de venda ao grupo Investel
Communications Limited, do empresário timorense Abilio Araújo, por 62 milhões
de dólares (58,3 milhões de euros).
A
pressão para reduzir custos por parte do principal acionista obrigou a
"reduzir o investimento ao limite" deixando a empresa sem condições
"para responder a tudo o necessário de forma imediata", disse a mesma
fonte.
Questionado
sobre esta questão Capitão Amaro recusou-se a tecer comentários.
ASP
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