Macau,
China, 17 mai (Lusa) -- O secretário para os Assuntos Sociais de Macau disse
hoje que construir um edifício de doenças infecto-contagiosas junto ao hospital
público, no centro da cidade, torna "mais eficaz" a resposta a
epidemias e reiterou estar garantida a segurança.
Alexis
Tam falava na Assembleia Legislativa, num debate pedido por três deputados para
que o Governo justificasse a localização do projeto junto ao Centro Hospitalar
Conde de S. Januário.
Apesar
de concordarem com a necessidade de um edifício para tratar doenças contagiosas
em Macau, muitos deputados questionaram a localização, fazendo eco das
"muitas opiniões" de moradores que defendem que seja construído junto
ao segundo hospital público, previsto para 2019, na zona entre as ilhas da Taipa
e Coloane.
"Espero
a vossa compreensão. (...) Se estiver junto ao hospital poderá surtir melhores
efeitos. Podemos contar com novas tecnologias para tratar do doente",
disse Alexis Tam aos deputados.
"A
nível internacional, esta é a tendência", acrescentou.
Macau,
que tem uma população de 649 mil pessoas e recebe 30 milhões de visitantes por
ano, dispõe atualmente de 52 camas reservadas para doenças infecto-contagiosas:
44 no hospital público e oito no hospital privado Kiang Wu.
"Se
conseguirmos ter este edifício construído, teremos melhor ambiente e melhor
proteção [também] para os trabalhadores do hospital Conde São Januário",
disse Alexis Tam.
O
secretário disse compreender as preocupações dos moradores, mas argumentou que
o projeto está de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e que "o futuro edifício vai ter condições de alto nível e eficazes
que podem garantir a segurança" em termos de tratamento de águas
residuais, condições de isolamento e ventilação.
"Há
uma distância de 30 metros [em relação aos edifícios na zona] e tudo é
desinfetado antes de ser lançado para o ar", afirmou.
Por
outro lado, observou a elevada densidade populacional, milhões de visitantes
que a cidade recebe anualmente e o "alto risco de Macau na zona do Delta
do Rio das Pérolas".
"Se
ocorrer uma epidemia em Macau, temos de enfrentar uma situação semelhante a
2003 -- uma situação de alerta", disse, em referência ao surto da Síndrome
Respiratória Aguda Severa (SARS), com grande impacto na Ásia. Só em Hong Kong
morreram mais de 200 pessoas.
A
deputada Song Pek Kei sublinhou que a construção ao lado do Hospital Conde S.
Januário implica a demolição de seis edifícios.
Alexis
Tam respondeu que não são património classificado e que "os 19 membros do
Conselho do Património Cultural aprovaram por unanimidade esta decisão porque
entendem que a segurança da população e dos cidadãos é mais importante".
Já
o deputado Au Kam San questionou a urgência do projeto.
"Em
2006 [foi dito] que o edifício poderia estar concluído dentro de um ano. (...)
Agora o senhor secretário não pode dizer quando é que o edifício vai ser
construído", questionou.
"Estou
confuso. Se não for construído junto ao Conde São Januário e for construído
junto ao [futuro] Hospital das Ilhas não é uma solução viável", perguntou.
Alexis
Tam respondeu que "em 2008 já havia um projeto de arquitetura", mas
que "na altura não se avançou por não respeitar alguns requisitos".
"Estava
previsto um edifício com 60 camas, mas depois foi redesenhado o projeto. [É preciso]
instalar equipamentos, sistemas de filtragem, de desinfeção, de pressão
negativa. Temos de estudar tudo isto, por isso a conceção arrastou-se no
tempo", afirmou.
FV
// VM
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