quarta-feira, 18 de maio de 2016

Governo de Macau reitera segurança de edifício de doenças contagiosas no centro da cidade


Macau, China, 17 mai (Lusa) -- O secretário para os Assuntos Sociais de Macau disse hoje que construir um edifício de doenças infecto-contagiosas junto ao hospital público, no centro da cidade, torna "mais eficaz" a resposta a epidemias e reiterou estar garantida a segurança.

Alexis Tam falava na Assembleia Legislativa, num debate pedido por três deputados para que o Governo justificasse a localização do projeto junto ao Centro Hospitalar Conde de S. Januário.

Apesar de concordarem com a necessidade de um edifício para tratar doenças contagiosas em Macau, muitos deputados questionaram a localização, fazendo eco das "muitas opiniões" de moradores que defendem que seja construído junto ao segundo hospital público, previsto para 2019, na zona entre as ilhas da Taipa e Coloane.

"Espero a vossa compreensão. (...) Se estiver junto ao hospital poderá surtir melhores efeitos. Podemos contar com novas tecnologias para tratar do doente", disse Alexis Tam aos deputados.

"A nível internacional, esta é a tendência", acrescentou.

Macau, que tem uma população de 649 mil pessoas e recebe 30 milhões de visitantes por ano, dispõe atualmente de 52 camas reservadas para doenças infecto-contagiosas: 44 no hospital público e oito no hospital privado Kiang Wu.

"Se conseguirmos ter este edifício construído, teremos melhor ambiente e melhor proteção [também] para os trabalhadores do hospital Conde São Januário", disse Alexis Tam.

O secretário disse compreender as preocupações dos moradores, mas argumentou que o projeto está de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e que "o futuro edifício vai ter condições de alto nível e eficazes que podem garantir a segurança" em termos de tratamento de águas residuais, condições de isolamento e ventilação.

"Há uma distância de 30 metros [em relação aos edifícios na zona] e tudo é desinfetado antes de ser lançado para o ar", afirmou.

Por outro lado, observou a elevada densidade populacional, milhões de visitantes que a cidade recebe anualmente e o "alto risco de Macau na zona do Delta do Rio das Pérolas".

"Se ocorrer uma epidemia em Macau, temos de enfrentar uma situação semelhante a 2003 -- uma situação de alerta", disse, em referência ao surto da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), com grande impacto na Ásia. Só em Hong Kong morreram mais de 200 pessoas.

A deputada Song Pek Kei sublinhou que a construção ao lado do Hospital Conde S. Januário implica a demolição de seis edifícios.

Alexis Tam respondeu que não são património classificado e que "os 19 membros do Conselho do Património Cultural aprovaram por unanimidade esta decisão porque entendem que a segurança da população e dos cidadãos é mais importante".

Já o deputado Au Kam San questionou a urgência do projeto.

"Em 2006 [foi dito] que o edifício poderia estar concluído dentro de um ano. (...) Agora o senhor secretário não pode dizer quando é que o edifício vai ser construído", questionou.

"Estou confuso. Se não for construído junto ao Conde São Januário e for construído junto ao [futuro] Hospital das Ilhas não é uma solução viável", perguntou.

Alexis Tam respondeu que "em 2008 já havia um projeto de arquitetura", mas que "na altura não se avançou por não respeitar alguns requisitos".

"Estava previsto um edifício com 60 camas, mas depois foi redesenhado o projeto. [É preciso] instalar equipamentos, sistemas de filtragem, de desinfeção, de pressão negativa. Temos de estudar tudo isto, por isso a conceção arrastou-se no tempo", afirmou.

FV // VM

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