Hong
Kong, China, 18 mai (Lusa) -- A associação de defesa dos direitos humanos Human
Rights Watch disse hoje que as autoridades de Hong Kong "limitaram
fortemente" a oportunidade da população expressar as suas críticas durante
a visita do "número três" do regime chinês.
A
organização disse também que as autoridades locais deviam desafiar Zhang
Dejiang a "assumir compromissos concretos para respeitar a autonomia de
Hong Kong em matéria de direitos humanos e democracia".
Zhang
Dejiang, que preside à Assembleia Nacional Popular, o parlamento chinês, chegou
na terça-feira a Hong Kong para uma visita de três dias, naquela que é a
primeira deslocação de um importante responsável chinês ao território desde os
protestos pró-democracia que paralisaram partes da cidade em 2014.
Zhang
falou hoje de manhã num fórum económico e vai reunir-se com 10 deputados esta
noite, incluindo quatro membros do campo pró-democrata.
Várias
organizações pró-democracia convocaram uma marcha para hoje contra a crescente
influência de Pequim, mas durante a manhã cerca de 100 pessoas já se
manifestaram para pedir o "fim da ditadura", eleições livres e a
libertação de Liu Xiaobo, o Nobel da paz chinês preso no interior da China.
Grupos
rivais de manifestantes pró-China agitaram bandeiras nacionais e gritaram
palavras de ordem.
O
número de manifestantes era bastante inferior ao dos polícias destacados para a
segurança da visita oficial.
Na
terça-feira, a polícia deteve sete membros do partido pró-democracia Liga dos
Sociais Democratas por colocarem faixas de protesto em espaços públicos,
incluindo colinas e viadutos.
As
estradas junto ao hotel onde Zhang está hospedado e o centro de convenções que
acolhe a conferência económica foram isoladas por barricadas e os manifestantes
encaminhados para áreas assinaladas, longe da vista.
Três
pessoas, incluindo Nathan Law, do novo partido político Demosito, foram
imobilizadas pela polícia, quando lançaram um protesto em Wan Chai, à passagem
da comitiva de Zhang a caminho do Centro de Convenções e Exibições de Hong Kong
(HKCEC, na sigla inglesa).
A
visita de Zhang Dejiang ocorre numa altura em que aumenta a preocupação na
região de que as liberdades possam estar em risco e em que a falta de reformas
políticas gerou novos grupos que defendem a ideia da independência da cidade,
um movimento condenado pelas autoridades em Hong Kong e Pequim.
Na
terça-feira, à chegada a Hong Kong, Zhang prometeu ouvir as reivindicações
políticas dos vários quadrantes da sociedade.
FV/MP
(MDR) // ARA
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