Díli,
17 mai (Lusa) - O Governo timorense e a empresa TL Cement assinaram hoje um
acordo de investimento para a construção de uma fábrica de cimento próximo da
segunda cidade timorense, Baucau, num investimento de 400 milhões de dólares
que criará mil empregos.
O
acordo foi assinado pelo ministro de Estado e Coordenador dos Assuntos
Económicos, Estanislau da Silva, e James Rhee, diretor gerente da TL Cement,
que explicou à Lusa que o projeto arranca já em outubro.
"Vamos
começar com um centro de formação que arranca em outubro e onde teremos 200
pessoas empregadas e arrancamos com as obras de construção da fábrica em março,
aumentando para 400 empregos", disse o coreano que lidera o projeto de
investimento.
O
calendário prevê que a produção da unidade arranca em 2019 altura em que
estarão a trabalhar mais de mil timorenses, com previsões que apontam a até
três mil empregos indiretos.
Além
do acordo geral de investimento foi ainda entregue pelo Governo uma carta de
intenção que, como explicou Estanislau da Silva compromete o Governo não só a
apoiar o investimento mas a participar nele como acionista.
Ainda
que o acordo sobre esse investimento não esteja fechado a previsão é de que a
participação do Governo ascenda a cerca de 20% do investimento total, ou aproximadamente
80 milhões de dólares.
James
Rhee explicou à Lusa que além da unidade de fabrico de cimento - para o mercado
nacional e internacional - arranca mais ou menos nos mesmos calendários a
produção de energia eólica, num investimento que ronda os 120 milhões de
dólares.
"É
um investimento estratégico que dará oportunidades muito necessárias á geração
mais jovem, criará novos empregos e contribuirá para a diversificação da
economia, ajudando a estimular um outro setor", afirmou.
"Permitirá
ainda que Timor-Leste deixe de depender de importação de cimento, algo
essencial para as nossas infraestruturas básicas, sublinhou.
James
Rhee recordou o mote da sua empresa - "construir os sonhos",
explicando que a nova unidade fabricará "cimento de padrões internacionais"
marcando uma nova era industrial em Timor-Leste.
"As
pessoas vão ter de deixar que em Timor-Leste não acontece nada ou que só
acontece em petróleo e gás. Este projeto marca essa mudança", explicou
Rhee que, até ao momento já investiu seis milhões de dólares no projeto.
A
documentação entregue hoje permitirá fechar o aspeto financeiro do projeto que
envolve o apoio de vários bancos, incluindo alemães e australianos, num
sindicato bancário liderado pelo australiano ANZ, um dos bancos que opera em
Timor-Leste.
"Estamos
na fase final dos aspetos financeiros", garantiu Rhee.
O
projeto da TL Cement terá uma capacidade de produção de cerca de cinco mil
toneladas de ?clinker' de cimento por dia.
Inclui
a construção de uma ponte-cais, pedreiras, complexo industrial, parques de
energia eólica e solar, entre outros. Estudos realizados em 2014 apontam para a
existência de uma grande reserva de calcário na região que poderá ter uma vida
de até 400 anos.
Na
mesma cerimónia foram ainda entregues certificados de investidores a três
empresas que já estão a trabalhar em Timor-Leste, incluindo a L&O
Unipessoal, que investiu 2 milhões de dólares num hotel na ilha de Ataúro.
Foi
ainda entregue o certificado de investidor - documento que dá regalias
adicionais a investidores no país - à Palm Springs Hotel, que investiu já cerca
de 15,7 milhões de dólares em um projeto residencial e hoteleiro em Díli.
Também
recebeu o certificado a Stanford Medical - que gere a clinica médica com o
mesmo nome em Díli - com um investimento de 2,4 milhões de dólares.
ASP
// APN
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