sexta-feira, 3 de junho de 2016

Governo timorense fixa limites para preços de ligações aéreas com Bali


Díli, 02 jun (Lusa) - O Governo timorense fixou preços mínimos e máximos considerados "justos", entre 110 e 175 dólares por viagem de ida ou volta, para as ligações aéreas Díli-Bali, interferindo no mercado privado existente.

O diretor-geral dos Transportes, Joanico Gonçalves, disse à Lusa que a decisão foi tomada "de forma conjunta" num encontro do Governo e de responsáveis da aviação civil com os três operadores com ligações aéreas entre Timor-Leste e a Indonésia.

O acordo de preços - que estabelece um valor mínimo de 110 dólares e um máximo de 175 dólares por viagem de ida ou volta entre Díli e Denpasar, na ilha indonésia de Bali - vigorará pelo menos durante um ano, referiu o mesmo responsável, notando que o objetivo do executivo é evitar que os preços ficassem demasiado caros.

Em troca de conseguir um teto máximo, o Governo teve que ceder às pressões das empresas para fixar um valor mínimo.

Para já, disse, não se vai aplicar qualquer medida idêntica às ligações entre Díli e Darwin, no norte da Austrália, e com Singapura, setores onde apenas trabalha um operador (respetivamente a AirNorth e a Air Timor), ou seja sem qualquer concorrência.

A decisão do Governo sobre as ligações a Bali foi confirmada num despacho datado de 31 de maio e que foi distribuído já aos clientes pela AirTimor, uma das empresas que mantém a ligação diária com Bali, neste caso através da indonésia Citilink.

As restantes duas operadoras são a Sriwijaya e a Nam, ambas da Indonésia.

"Em referência à reunião de 18 de maio, entre o vice-ministro do Transportes e Telecomunicações e representantes dos operadores aéreos que trabalham no setor Díli-Denpasar-Díli, o Ministério foi da opinião de que o custo mínimo por setor é de 110 dólares americanos e o máximo de 175 dólares americanos", explica o texto.

O despacho, assinado por Joanico Gonçalves, explica que a medida entrou em vigor a 01 de junho.

O despacho, que começou já a ser partilhado nas redes sociais, está a suscitar amplo debate em Timor-Leste com críticas ao facto do Governo estar a intervir num mercado que deveria ser livre e, particularmente por estabelecer um preço mínimo.

Alguns dos internautas recordam que, no passado, e devido à concorrência existente, já foram vendidos bilhetes a preços mais baixos do que este valor mínimo estabelecido agora pelo Governo

ASP // PJA

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