Díli,
02 jun (Lusa) - O Governo timorense fixou preços mínimos e máximos considerados
"justos", entre 110 e 175 dólares por viagem de ida ou volta, para as
ligações aéreas Díli-Bali, interferindo no mercado privado existente.
O
diretor-geral dos Transportes, Joanico Gonçalves, disse à Lusa que a decisão
foi tomada "de forma conjunta" num encontro do Governo e de
responsáveis da aviação civil com os três operadores com ligações aéreas entre
Timor-Leste e a Indonésia.
O
acordo de preços - que estabelece um valor mínimo de 110 dólares e um máximo de
175 dólares por viagem de ida ou volta entre Díli e Denpasar, na ilha indonésia
de Bali - vigorará pelo menos durante um ano, referiu o mesmo responsável,
notando que o objetivo do executivo é evitar que os preços ficassem demasiado
caros.
Em
troca de conseguir um teto máximo, o Governo teve que ceder às pressões das
empresas para fixar um valor mínimo.
Para
já, disse, não se vai aplicar qualquer medida idêntica às ligações entre Díli e
Darwin, no norte da Austrália, e com Singapura, setores onde apenas trabalha um
operador (respetivamente a AirNorth e a Air Timor), ou seja sem qualquer
concorrência.
A
decisão do Governo sobre as ligações a Bali foi confirmada num despacho datado
de 31 de maio e que foi distribuído já aos clientes pela AirTimor, uma das
empresas que mantém a ligação diária com Bali, neste caso através da indonésia
Citilink.
As
restantes duas operadoras são a Sriwijaya e a Nam, ambas da Indonésia.
"Em
referência à reunião de 18 de maio, entre o vice-ministro do Transportes e
Telecomunicações e representantes dos operadores aéreos que trabalham no setor
Díli-Denpasar-Díli, o Ministério foi da opinião de que o custo mínimo por setor
é de 110 dólares americanos e o máximo de 175 dólares americanos", explica
o texto.
O
despacho, assinado por Joanico Gonçalves, explica que a medida entrou em vigor
a 01 de junho.
O
despacho, que começou já a ser partilhado nas redes sociais, está a suscitar
amplo debate em Timor-Leste com críticas ao facto do Governo estar a intervir
num mercado que deveria ser livre e, particularmente por estabelecer um preço
mínimo.
Alguns
dos internautas recordam que, no passado, e devido à concorrência existente, já
foram vendidos bilhetes a preços mais baixos do que este valor mínimo
estabelecido agora pelo Governo
ASP
// PJA
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