Díli,
03 jun (Lusa) - O Governo timorense apresentou hoje condolências pela morte de
Mohamed Abdelaziz, secretário-geral da Frente Polisário e presidente da
República Árabe Sarauí Democrática (RASD) e destacado dirigente da luta pela
autodeterminação do povo do Saara Ocidental.
Em
comunicado, o Governo timorense recorda Abdelaziz, que visitou Timor-Leste em
2002 e que faleceu na terça-feira vítima de cancro, "antes de poder
presenciar a autodeterminação do povo do Saara Ocidental, que conta já 41 anos
de luta".
Reafirmando
a sua solidariedade com o povo saarauí, depois de "anos partilhados em
luta", o Governo timorense lembra que estabeleceu relações diplomáticas
com a RASD imediatamente depois da independência do país, em 2002.
Na
altura da sua visita a Timor-Leste, Abdelaziz declarou que os povos timorense e
do Saara Ocidental "são povos gémeos, que têm suportado o mesmo
sofrimento, com enormes sacrifícios, resistindo e lutando lado a lado pelo
direito de ser respeitado pelos seus vizinhos expansionistas".
Quando
Timor-Leste foi aceite como membro pleno das Nações Unidas, o então Presidente,
Xanana Gusmão, aproveitou o seu discurso em Nova Iorque para defender "a
replicação da implementação do plano das Nações Unidas para um referendo sobre
a autodeterminação do Saara Ocidental".
Para
Xanana Gusmão "apenas uma votação democrática, justa e livre, como a
ocorrida em Timor-Leste, poderá pôr fim a essa injusta situação".
Na
última reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro
timorense, Rui Maria de Araújo, voltou a lembrar que "o povo saarauí (...)
continua a ver negados os seus direitos fundamentais".
Mohamed
Abdelaziz, 68 anos, liderava a Frente Polisário e a RASD desde 1976. O
presidente da Argélia, Abdelaziz Buteflika, decretou oito dias de luto nacional
em homenagem à "memória do defunto líder sarauí" e enviou uma
mensagem de condolências ao presidente do parlamento sarauí, Jatri Adduh, que
assumiu o poder de forma interina, segundo um comunicado citado pela agência
oficial APS.
Histórico
dirigente da causa da independência do Saara Ocidental, Mohamed Abdelaziz fez
em 1968 parte da fundação do Movimento Nacional de Libertação Sarauí, liderado
por Mohamed Sidi Brahim Basiri, o primeiro movimento que utilizou a luta armada
contra o colonialismo espanhol.
ASP
(ANC) // MP
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