Díli,
03 jun (Lusa) - O Governo timorense e um consórcio liderado pela francesa
Bolloré assinaram hoje em Díli o contrato para o desenho, construção e operação
do Porto de Tibar, projeto avaliado em mais de 400 milhões de dólares, em
modelo de parceria público-privada.
O
contrato foi assinado, do lado timorense, pela ministra das Finanças, Santina
Cardoso e pelo ministro das Obras Públicas, Transporte e Telecomunicações,
Gastão de Sousa e, do lado da empresa concessionária, por Philipe Labonne,
presidente da Bolloré Ports e Rafael Ribeiro, diretor gerente da Bolloré
Logistics Timor-Leste.
Intervindo
na cerimónia de assinatura de hoje, Xanana Gusmão, ministro do Planeamento e
Investimento Estratégico, destacou o grande significado do projeto de Tibar,
que melhorará significativamente a capacidade de comércio externo de
Timor-Leste.
"Este
novo porto permitirá maior integração regional e do mercado, contribuindo para
a redução dos custos de transporte e ajudará a movimentar bens mais rapidamente
e de forma mais eficiente, o que ajudará a desenvolver e a diversificar a
economia", afirmou.
Xanana
Gusmão sublinhou a importância do recurso ao modelo de PPP, tanto em termos de
acesso a capital como do know-how do setor privado, pelo que o Governo
timorense continuará a recorrer a esta alternativa no futuro.
O
projeto representa a construção da maior infraestrutura de transportes do país,
o maior investimento privado de sempre e a primeira parceria público-privada
(PPP), num investimento inicial de 278,3 milhões de dólares e que criará mais
de mil empregos.
O
projeto inclui o desenho, financiamento, construção e operação de um novo porto
em Tibar, estimando-se que as obras comecem no próximo ano e estejam concluídas
em 2020.
A
Bolloré prevê criar 500 empregos durante a construção, 350 nos primeiros quatro
anos de operação e mais 150 posteriormente, com prioridade a ser dada para
cidadãos timorenses.
A
PPP entre o Governo e um consórcio liderado pela francesa Bolloré envolve um
investimento inicial de 148,85 milhões de dólares dos parceiros privados e de
129,45 milhões de dólares do Governo.
Durante
os 30 anos de vida da concessão (até junho de 2047) o consórcio investirá mais
211,7 milhões de dólares num projeto que está a ser planeado há cinco anos.
Gastão
de Sousa, ministro das Obras Públicas, Transporte e Telecomunicações,
considerou que este é um projeto determinante que criará infraestrutura
essencial para o futuro desenvolvimento económico do país, facilitando o
comércio externo e reduzindo os atrasos que se sentem atualmente no Porto de
Díli.
"Facilitará
o comércio externo porque reduzirá atrasos nas atuais estruturas portuárias em
Díli. Isto garantirá uma economia mais eficiente, melhorará a competitividade e
aumentará o volume de comércio com os nossos países vizinhos", afirmou.
O
projeto, assente na modalidade PPP, foi "preparado com análises técnicas,
económicas, jurídicas, sociais e ambientais sólidas", a que se somou
"um concurso internacional competitivo", disse ainda.
Philipe
Labonne, presidente da Bolloré Ports, recordou que este é o "maior
investimento feito em Timor-Leste pelo setor privado" e que a sua empresa
está empenhada em transferir o seu know-how e em formar a equipa de 500
timorenses que trabalhará no porto.
"Com
este grande investimento, o grupo Bolloré confirma a sua confiança no futuro de
Timor-Leste, uma nação jovem e vibrante, com uma população que aspira a
progredir e melhorar a sua vida e das suas crianças", afirmou.
"Um
porto bem construído e bem gerido é um grande motor de crescimento, atraindo
maiores e melhores navios e reduzirá assim os custos logísticos. E queremos
também dar o sinal a investidores internacionais de que Timor-Leste está aberto
a negócios", afirmou.
Localizado
a cerca de 10 quilómetros oeste de Díli, na baía de Tibar, o projeto contou com
a participação da International Finance Corporation (IFC), o braço privado do
Banco Mundial, que foi conselheiro na criação do modelo de PPP.
O
porto terá uma capacidade inicial de 226 mil contentores (TEU), a qual será
ampliada até uma capacidade para um milhão por ano, com um cais de 330 metros e
outro de 300 metros, devendo as primeiras operações portuárias ser conduzidas
já em 2019
ASP
// FV.
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