sexta-feira, 3 de junho de 2016

Governo timorense assina parceria público-privada para porto de Tibar


Díli, 03 jun (Lusa) - O Governo timorense e um consórcio liderado pela francesa Bolloré assinaram hoje em Díli o contrato para o desenho, construção e operação do Porto de Tibar, projeto avaliado em mais de 400 milhões de dólares, em modelo de parceria público-privada.

O contrato foi assinado, do lado timorense, pela ministra das Finanças, Santina Cardoso e pelo ministro das Obras Públicas, Transporte e Telecomunicações, Gastão de Sousa e, do lado da empresa concessionária, por Philipe Labonne, presidente da Bolloré Ports e Rafael Ribeiro, diretor gerente da Bolloré Logistics Timor-Leste.

Intervindo na cerimónia de assinatura de hoje, Xanana Gusmão, ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, destacou o grande significado do projeto de Tibar, que melhorará significativamente a capacidade de comércio externo de Timor-Leste.

"Este novo porto permitirá maior integração regional e do mercado, contribuindo para a redução dos custos de transporte e ajudará a movimentar bens mais rapidamente e de forma mais eficiente, o que ajudará a desenvolver e a diversificar a economia", afirmou.

Xanana Gusmão sublinhou a importância do recurso ao modelo de PPP, tanto em termos de acesso a capital como do know-how do setor privado, pelo que o Governo timorense continuará a recorrer a esta alternativa no futuro.

O projeto representa a construção da maior infraestrutura de transportes do país, o maior investimento privado de sempre e a primeira parceria público-privada (PPP), num investimento inicial de 278,3 milhões de dólares e que criará mais de mil empregos.

O projeto inclui o desenho, financiamento, construção e operação de um novo porto em Tibar, estimando-se que as obras comecem no próximo ano e estejam concluídas em 2020.

A Bolloré prevê criar 500 empregos durante a construção, 350 nos primeiros quatro anos de operação e mais 150 posteriormente, com prioridade a ser dada para cidadãos timorenses.

A PPP entre o Governo e um consórcio liderado pela francesa Bolloré envolve um investimento inicial de 148,85 milhões de dólares dos parceiros privados e de 129,45 milhões de dólares do Governo.

Durante os 30 anos de vida da concessão (até junho de 2047) o consórcio investirá mais 211,7 milhões de dólares num projeto que está a ser planeado há cinco anos.

Gastão de Sousa, ministro das Obras Públicas, Transporte e Telecomunicações, considerou que este é um projeto determinante que criará infraestrutura essencial para o futuro desenvolvimento económico do país, facilitando o comércio externo e reduzindo os atrasos que se sentem atualmente no Porto de Díli.

"Facilitará o comércio externo porque reduzirá atrasos nas atuais estruturas portuárias em Díli. Isto garantirá uma economia mais eficiente, melhorará a competitividade e aumentará o volume de comércio com os nossos países vizinhos", afirmou.

O projeto, assente na modalidade PPP, foi "preparado com análises técnicas, económicas, jurídicas, sociais e ambientais sólidas", a que se somou "um concurso internacional competitivo", disse ainda.

Philipe Labonne, presidente da Bolloré Ports, recordou que este é o "maior investimento feito em Timor-Leste pelo setor privado" e que a sua empresa está empenhada em transferir o seu know-how e em formar a equipa de 500 timorenses que trabalhará no porto.

"Com este grande investimento, o grupo Bolloré confirma a sua confiança no futuro de Timor-Leste, uma nação jovem e vibrante, com uma população que aspira a progredir e melhorar a sua vida e das suas crianças", afirmou.

"Um porto bem construído e bem gerido é um grande motor de crescimento, atraindo maiores e melhores navios e reduzirá assim os custos logísticos. E queremos também dar o sinal a investidores internacionais de que Timor-Leste está aberto a negócios", afirmou.

Localizado a cerca de 10 quilómetros oeste de Díli, na baía de Tibar, o projeto contou com a participação da International Finance Corporation (IFC), o braço privado do Banco Mundial, que foi conselheiro na criação do modelo de PPP.

O porto terá uma capacidade inicial de 226 mil contentores (TEU), a qual será ampliada até uma capacidade para um milhão por ano, com um cais de 330 metros e outro de 300 metros, devendo as primeiras operações portuárias ser conduzidas já em 2019

ASP // FV.

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