quarta-feira, 30 de novembro de 2016

TRAGÉDIA NA BOLÍVIA / ACIDENTE CHAPECOENSE - 71 mortes


Multiplicam-se os tributos ao Chapecoense nos dois hemisférios do globo

A queda do avião da companhia aérea LaMia tirou a vida a 71 pessoas: 44 membros da equipa de futebol brasileira Chapecoense, 21 jornalistas e 6 membros da tripulação.

No rescaldo da tragédia que chocou o mundo e, em especial, o mundo do futebol, sucedem-se as homenagens às vítimas do acidente de aviação.

Por cá (em Portugal), fez-se ontem um minuto de silêncio no início da partida entre o FC Porto e o Belenenses, a contar para a Taça da Liga de futebol. O central Felipe, natural do Brasil, mas a jogar de dragão ao peito, não conteve a emoção. Já a claque da equipa portista exibiu uma tarja onde se lia "Pray for Chapecoense" e alguns adeptos nas bancadas levantaram bandeiras brasileiras.

Do lado do Benfica foi o capitão Luisão quem deu os pêsames aos familiares das vítimas, enquanto em Alvalade a mensagem de pesar ficou a cargo do técnico Jorge Jesus, já depois de o clube ter feito uma publicação no Facebook onde dirigia todo o seu apoio a Marcelo Boeck, o guarda-redes que emprestou ao Chapecoense e que, por ter pedido dispensa do jogo por ser o seu aniversário, não viajou com a equipa.

Ainda no continente europeu, o Anfield Road silenciou-se, antes da partida entre o Liverpool e o Ledds, a contar para a Taça da Liga inglesa. Durante o minuto de silêncio, o jogador dos ‘reds’, o brasileiro Lucas Leiva, rezou pelos seus compatriotas.

Também ontem, a Federação Inglesa de futebol prestou homenagem ao Chapecoense, iluminando de verde o arco do famoso Estádio de Wembley e escrevendo na entrada o estádio “Força Chape”.

No continente sul-americano, o campeão brasileiro, o Palmeiras, partilhou um vídeo com as imagens do último jogo do Chapecoense como forma de tributo e os adeptos do Atlético Nacional, a equipa com quem a formação brasileira ia jogar, dedicou um cântico ao clube que está de luto: “Que o escutem, em todo o continente, sempre recordaremos, o campeão Chapecoense”.

Já os adeptos do Millonarios e do Santa Fé, dois clubes colombianos, uniram-se numa marcha de homenagem à equipa que perdeu a vida no acidente de avião, enquanto os adeptos chapecoenses esgotaram a sua ‘casa’, o Arena Condá, em Chapecó, onde acenderam velas.

Em São Paulo, a fachada do Arena Corinthians foi iluminada com uma mensagem de apoio: “Força Chape” e o governo brasileiro declarou três dias de luto nacional em memória das vítimas.

Mas não foi apenas o mundo do futebol que se sentiu atingido por esta tragédia.

O cantor brasileiro Michel Teló partilhou no seu Instagram uma música composta há poucos dias que dedicou aos passageiros do voo LMI2933 da companhia aérea colombiana LaMia.

Também os Guns N’ Roses não ficaram indiferentes ao sucedido. Na sua página oficial de Facebook, a banda alterou não só a sua fotografia de perfil com uma imagem onde conjuga o seu símbolo com o do clube brasileiro, tendo partilhado ainda um vídeo de homenagem às vítimas mortais do acidente.


Sobrevivente da tragédia de ontem conta o que fez para escapar à morte

Comissário de bordo de nacionalidade boliviana é um dos seis membros da tripulação que sobreviveu ao acidente trágico.

A queda do avião da companhia boliviana LaMia que, na madrugada de terça-feira fazia a ligação entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Medellín, na Colômbia, tirou a vida a 71 pessoas: 44 membros da equipa de futebol Chapecoense, 21 jornalistas e seis membros da tripulação.

Um dos tripulantes que sobreviveu à tragédia deu uma entrevista à estação de rádio Caracol de Colombia na qual explicou que escapou à morte por ter seguido as recomendações de segurança aconselhadas em caso de acidente.

“Perante a situação muitas pessoas se levantaram dos bancos e começaram a gritar”, começou por dizer Erwin Tumiri que garantiu: “sobrevivi porque segui os protocolos de segurança”.

Assim, o comissário colocou as malas entre as pernas para “formar a posição fetal recomendada em caso de acidente”, o que lhe permitiu escapar com vida à tragédia.

Dos nove tripulantes apenas Erwin Tumiri e Ximena Suárez, assistente de voo, sobreviveram. Os pilotos Miguel Quiroga, Ovar Goitia e Sisy Arias morreram, juntamente com o tripulante Rommel Vacaflores e os assistentes de bordo Alex Quispe, Gustavo Encinas e Angel Lugo, todos de nacionalidade boliviana.

Patrícia Martins Carvalho – Notícias ao Minuto - Fotos: Reuters

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