Francisco Silveira Ramos vai ser
o coordenador técnico da academia do Shandong Luneng
O antigo diretor técnico da
Federação Portuguesa de Futebol Francisco Silveira Ramos foi hoje anunciado
como coordenador técnico da academia dos chineses do Shandong Luneng,
ilustrando a crescente aposta da China em técnicos portugueses para desenvolver
o futebol.
O treinador, de 62 anos,
encontrava-se sem clube, depois de na época passada ter orientado a equipa
principal do Centro Desportivo de Fátima, que compete no Campeonato de
Portugal, o terceiro escalão do futebol em Portugal.
"É uma honra trabalhar para
a escola de futebol do Luneng. O futebol depende do trabalho em equipa. O nosso
objetivo é formar talentos para que se tornem nos melhores jogadores",
afirmou Silveira Ramos, citado no comunicado do clube.
No total, oito portugueses
integram os quadros da escola de futebol do Shandong Luneng, uma das mais
prestigiadas da China, que acolhe 300 jovens futebolistas, e inclui 36 campos
relvados, escola, restaurantes e hospital.
Esta época, as 16 equipas que
competem na prova máxima do futebol na China contam, no conjunto, com 46
jogadores formados nas escolas do Luneng, segundo a imprensa chinesa.
Só o plantel sénior do Luneng,
que ocupa o segundo lugar da Superliga chinesa, em igualdade pontual com o
primeiro classificado, o Shanghai SIPG, integra 19 jogadores oriundos da sua
formação.
Silveira Ramos trabalha no
desenvolvimento do futebol jovem desde 1985, tendo passado pelos escalões
sub-16 e sub-17 da seleção portuguesa.
Quase uma centena de treinadores
portugueses de futebol rumaram à China nos últimos anos, de acordo com uma
contagem efetuada pela agência Lusa, alguns contratados por clubes chineses e
outros integrados no sistema de ensino público do país, que incluiu nos últimos
anos a modalidade no desporto escolar.
"Como ganhámos o campeonato
europeu, a China olha hoje para nós como uma grande potência do futebol, com
grande conhecimento acerca da modalidade, e isso valoriza o treinador
português", explicou Gonçalo Figueira, treinador de futebol numa escola de
ensino básico em Pequim.
O investimento chinês na
modalidade reflete o desejo do Governo em converter o país numa potência
futebolística à altura do poder económico e militar.
A única vez que a China
participou num Mundial foi em 2002, mas o Presidente chinês, Xi Jinping, quer
colocar o país entre as melhores seleções do mundo até meados do século.
Na Superliga chinesa competem os
técnicos portugueses Paulo Bento (Chongqing Dangdai Lifan), Vítor Pereira
(Shanghai SIPG) e Paulo Sousa (Tianjian Quanjian).
Sapo Desporto
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