Lisboa,
18 mai (Lusa) - O secretário-executivo da Comissão Económica para África das
Nações Unidas considera que "a CPLP tem de exigir de todos os seus membros
uma verdadeira adesão à língua", referindo-se à entrada da Guiné Equatorial.
"A
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem a obrigação de exigir por
parte de qualquer país membro uma adesão verdadeira à língua, não pode ser uma
coisa artificial", disse Carlos Lopes à Lusa, quando questionado sobre a
entrada da Guiné Equatorial na organização, no final de uma reunião, hoje em
Lisboa, com a direção do Secretariado Executivo da CPLP.
Para
o responsável da Comissão Económica para África das Nações Unidas, "houve
uma discussão acalorada e um pouco emotiva" sobre a entrada do país - que
fala, na sua grande maioria, o espanhol -, na CPLP, mas Carlos Lopes considera
que "quando se estabelecem critérios para adesão numa determinada
organização, têm de se cingir a esses".
O
responsável admitiu que "por vezes aparecem critérios adicionais que podem
até ter mérito moral ou político, mas não são juridicamente os critérios para
admissão", referindo-se às críticas da comunidade internacional sobre a
falta de liberdade de expressão e de ação política no país.
Sobre
a expansão da CPLP, Carlos Lopes disse que "qualquer organização
internacional tem como objetivo estender a sua influência e cobertura
territorial" e acrescentou que não nota nenhuma diferença relativamente à
forma como o país é olhado pela comunidade internacional desde que aderiu à
CPLP.
"Não
noto nenhuma diferença, o mais importante foi o debate sobre a pena de morte e
eventual congelamento da legislação, mas não noto nenhuma diferença",
disse.
De
passagem por Lisboa para participar nos Encontros do Estoril, que decorrem esta
semana, o secretário-executivo da Comissão Económica para África das Nações
Unidas, uma espécie de 'think tank' da ONU para África, destacou como
principais iniciativas o apoio que tem dado aos países na preparação e
estruturação das políticas económicas.
Carlos
Lopes salientou, designadamente, o contributo para a "reflexão
estratégica" feita com os responsáveis da Guiné-Bissau antes do encontro
com os doadores, em Bruxelas, e "o apoio à equipa económica do Governo de
Angola, que vem na sequência de pedidos formulados diretamente pelo
vice-Presidente para que ajudássemos na formatação da discussão sobre o
pós-petróleo".
MBA
// EL
Sem comentários:
Enviar um comentário