terça-feira, 19 de maio de 2015

Auditoria denuncia atrasos e "despesas desnecessárias" em obra pública em Macau


Macau, China, 18 mai (Lusa) - O Comissariado de Auditoria (CA) de Macau divulgou hoje um relatório em que critica a gestão do Governo em relação ao projeto do Parque Central da Taipa, um complexo desportivo e cultural, apontando desperdícios de tempo e dinheiro.

"Verificaram-se deficiências na fiscalização da execução dos contratos e no procedimento de receção provisória da obra, os quais provocaram desperdícios de tempo e de recursos e, em determinadas circunstâncias, colocaram em risco a segurança dos utentes", indica o CA.

A culpa é atribuída, em particular, à Direção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), que "não atuou de forma adequada no que respeita à consulta aos utentes", o que obrigou a alterações posteriores e "trabalhos a mais".

A execução do Parque Central da Taipa, um projeto que inclui um jardim, piscinas e uma biblioteca, foi adjudicada por cerca de 441 milhões de patacas (cerca de 48 milhões de euros), com um prazo de execução de 876 dias, e teve início em agosto de 2009.

No entanto, devido às alterações feitas ao projeto - que o CA considera serem, pelo menos em parte, fruto de consultas públicas mal executadas - registou-se um acréscimo de 48,8 milhões de patacas (5,3 milhões de euros) nas despesas, mais 11,1% do que o preço inicial.

Além disso, o prazo de execução aumentou em 351 dias, atingindo os 1.227 dias - as piscinas, por exemplo, ficaram concluídas dois anos após o termo do prazo fixado.

"Esta situação revelou a deficiente gestão da DSSOPT", afirma o CA.

No relatório, o CA deu ainda exemplos de falhas na obra, como foi o caso de um curto-circuito ocorrido em abril deste ano na bomba de drenagem de uma piscina - a falha fez com que o sistema de escoamento deixasse de funcionar e a água da piscina invadisse o esgoto do autossilo.

ISG // ARA

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