terça-feira, 19 de maio de 2015

Deputados de Macau dizem que perseguição a médicos restringiu acesso a exames pré-natais


Macau, China, 18 mai (Lusa) - Dois deputados de Macau afirmaram hoje que a falha nos exames médicos a grávidas, em 2014, foi consequência de "uma perseguição" do diretor dos Serviços de Saúde a médicos.

No ano passado, várias grávidas queixaram-se que não puderam realizar, nos serviços públicos, o exame de despiste do Síndrome de Down e, após um elevado número de queixas, o Governo avançou com indemnizações para quem fez o exame no setor privado.

José Pereira Coutinho e Leong Veng Chai revelaram, durante um debate na Assembleia Legislativa, que a não realização deste exame pré-natal, que só pode ser realizado entre a 11.ª e 13.ª semanas, deveu-se à falta de profissionais suficientes, que abandonaram os serviços públicos por pressão do diretor dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion.

"Falámos com vários médicos do hospital público que asseguravam o serviço em causa, mas que tiveram de abandonar as suas funções por terem sido alvo de perseguição contínua por parte do diretor dos Serviços de Saúde", afirmaram.

Os deputados explicaram que "a sangria destes profissionais de saúde causou uma escassez de mão-de-obra que veio afetar gravemente o funcionamento do Serviço de Ginecologia e de Obstetrícia e dos Serviços de Saúde, prejudicando a prestação dos exames e triagem médica pré-natal".

No início do ano, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura (que tinha tomado posse em dezembro) definiu a saúde como a sua grande prioridade e estabeleceu o prazo de um ano para serem verificadas melhorias nesta pasta, admitindo falhas na gestão de Lei Chin Ion.

Em abril, o governante substituiu o diretor do hospital público de Macau, mas Lei Chin Ion manteve-se como diretor dos Serviços de Saúde.

ISG // VM

Sem comentários: