A
Aliança de Povo de Instituição de Macau prometeu recorrer da decisão do TJB. Os
três deputados eleitos através desta lista não compareceram na conferência de
imprensa.
Elisa
Gao – Ponto Final (mo)
Estavam
lá jornalistas, responsáveis pela associação que apoiou os três candidatos nas
eleições legislativas de 2013, mas deputados nem vê-los: Chan Meng Kam, Si Ka
Lon e Song Pek Kei não compareceram ontem à conferência de imprensa organizada
para reagir à condenação de dois funcionários da Aliança de Povo de Instituição
de Macau por corrupção eleitoral na sexta-feira passada.
No
entanto, e apesar de os deputados não terem estado presentes, o tom usado pelo
presidente do organismo, Chan Tak Seng, nas declarações que prestou à
comunicação social não deixou de ser exaltado.
Aos
jornalistas, o responsável não só assegurou a inocência dos funcionários – que
foram condenados a penas de um ano e seis meses e um ano e três meses de prisão
– como questionou o veredicto. Chan Tak Seng alegou que se tratou de uma
“condenação sem provas”, feita com base na “convicção” dos investigadores e que
por isso se trata de “perseguição política” já que houve uma “acusação
selectiva”, assinalando que há associações que organizam jantares e almoços
depois do acto eleitoral, mas que a Aliança de Povo de Instituição de Macau,
não o fez: “Nós pagamos as nossas próprias refeições nesse dia.”
Reconhecendo
que a associação indicou alguns restaurantes aos eleitores, o responsável disse
no entanto que isso tinha sido apenas para se refrescarem numa sala com
ar-condicionado enquanto aguardavam para votar e não para ali poderem ter uma
refeição gratuita. Chan Tak Seng afirmou ainda que a associação providenciou
transporte a algumas pessoas que não tinham facilidade em sair de casa.
“O
juiz enfatizou que a confissão perante os funcionários do Comissariado Contra a
Corrupção é credível, mas eu gostaria de perguntar: se essses investigadores
são contratados pelo Governo, então isso significa que o Executivo nos está a
acusar? Ou foi algo de errado que fizemos? É isso que precisamos de
esclarecer”, questionou Chan Tak Seng, referindo-se ao facto de a investigação
ter começado depois de um dos funcionários da associação ter ligado, sem saber,
para um inspector do CCAC achando tratar-se de um potencial eleitor. Depois da
conversa, durante a qual os inspectores perguntaram repetidamente se haveria
lugar a refeições gratuitas em troca de votos, como referiu Chan Tak Seng, o
processo avançou para a via judicial. Na sexta-feira, o Tribunal Judicial de
Base não teve dúvidas: Ho Meng San, de 64 anos e Wong Pou Chan, de 67,
ofereceram refeições e transporte em troca de votos e foram, como tal,
condenados por práticas de corrupção eleitoral.
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