Hong
Kong, China, 22 jul (Lusa) -- Quatro suspeitos detidos em junho e acusados de
planearem um atentado à bomba em
Hong Kong viram hoje ser-lhes recusada fiança pelo tribunal.
Cinco
homens e uma mulher, com idades entre 21 e 34 anos, foram acusados de
conspiração para causar uma explosão depois de a polícia ter encontrado
produtos químicos nos antigos estúdios da televisão ATV, já abandonados, em Sai Kung , os quais
estariam a ser usados como fábrica de explosivos.
O
quinto homem também permanece sob custódia. A mulher já tinha sido libertada
sob fiança.
O
tipo de bomba encontrado consistia num explosivo de "forte potência"
que já foi utilizado em diferentes atentados, como o de julho de 2005 em
Londres, em que morreram 52 pessoas e mais de 700 ficaram feridas.
A
polícia deteve dez pessoas em meados de junho, dias antes de os deputados em Hong Kong votarem a
controversa proposta de lei de reforma política apoiada por Pequim e que esteve
na origem de protestos no ano passado na antiga colónia britânica.
Caso
sejam condenados pela acusação de conspiração para o fabrico de explosivos,
transversal a todos os detidos, arriscam uma pena máxima de 20 anos de prisão.
Dois
dos suspeitos estariam a planear, segundo a polícia, detonar um engenho
explosivo a 14 de junho, três dias antes de ser iniciado o debate para a
votação no Conselho Legislativo (LegCo) da proposta de lei que previa a
introdução do sufrágio universal nas eleições para o chefe do Executivo em
2017, mas só depois de uma pré-seleção de dois a três candidatos, num processo
descrito pela ala democrata como uma "triagem".
A
proposta de reforma eleitoral foi chumbada com 28 votos contra e oito a favor,
numa sessão em que apenas votaram 36 dos 70 membros do LegCo.
Um
dos detidos admitiu pertencer a "um grupo radical local".
O
grupo foi apontado, por alguma imprensa de Hong Kong, como sendo o National
Independent Party e relacionado com o movimento pró-democracia, escreve a AFP.
Mas
alguns ativistas pró-democracia acusaram as autoridades de fazerem campanha
contra o movimento e disseram que nunca ouviram falar de tal organização.
Durante
a sua primeira apresentação em tribunal, a 17 de junho, os suspeitos disseram
ter sido coagidos a colaborar com a polícia sob ameaça, reportou então o South
China Morning Post.
O
caso foi adiado até 04 de setembro.
Os
investigadores ainda estão a testar os químicos, disse a procuradora Noelle
Chit.
Além
disso, estão a examinar os 'sites' visitados pelos suspeitos e as mensagens que
terão enviado, enquanto tentam aceder aos seus computadores e telefones,
acrescentou.
FV
(DM) // VM
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