Pequim,
28 mai (Lusa) - Os correspondentes estrangeiros na China enfrentam cada vez
mais obstruções e perseguições por parte da polícia, de uniforme e à paisana,
quando realizam o seu trabalho, segundo um relatório da Associação de
Correspondentes da China.
Mais
de 72% dos 120 inquiridos confirmaram esta ideia, contra os dois terços que, no
ano passado, consideraram que as suas condições de trabalho pioraram, ainda que
menos de 5% tenha dito que foi objeto de violência física ou detenção.
Entre
os muitos casos, um repórter que pediu anonimato afirmou que lhe confiscaram a
carteira de jornalista quando entrevistou os familiares dos passageiros do voo
MH370, que desapareceu quando fazia a rota entre Kuala Lumpur e Pequim, há mais
de um ano.
Uma
equipa de televisão internacional teve de se deitar no chão, ao ser rodeada de
homens armados quando cobria um protesto em Sichuan.
Estes
são alguns dos exemplos fornecidos pelos correspondentes que, ainda assim, se
encontram em melhores condições que os seus assistentes chineses, já que metade
dos correspondentes que contam com a sua ajuda garantem que os colegas foram
perseguidos pelo menos uma vez no último ano, contra os 35% do ano passado.
Um
dos casos mais graves é o de Zhang Miao, assistente da correspondente do jornal
alemão Die Zeit, que se encontra detida desde outubro, depois de participar
numa manifestação pró-democracia em Hong Kong.
Um
relatório dos Repórteres Sem Fronteiras sobre a liberdade de imprensa mundial,
publicado em janeiro, situou a China no lugar 176 de uma lista de 180.
Questionada
sobre o assunto, a porta-voz dos Negócios Estrangeiros Hua Chunying disse na
quarta-feira que "a China faz tudo o que pode para dar facilidades aos
jornalistas que trabalham no país" e que "os jornalistas devem
respeitar as leis e regulamentos chineses, como em qualquer outro lugar".
ISG
// JCS
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