Díli,
28 mai (Lusa) - O congelamento de novas contratações, a revisão do quadro
jurídico da função pública e a aprovação de novos mecanismos para a execução
orçamental foram alguns dos aspetos destacados dos primeiros 100 dias do VI
Governo Constitucional timorense.
Rui
Maria de Araújo, o primeiro-ministro, apresentou hoje, em conferência de
imprensa, no Palácio do Governo, em Díli, o arranque do trabalho do seu
executivo, que tomou posse a 16 de fevereiro, apostando num reforço da
qualidade dos serviços públicos.
Segundo
o texto, o Governo está a dar os primeiros passos para a reforma da
administração pública, inclusive através de um acordo para implementar a
Auditoria Social ao trabalho do Estado.
Foi
ainda iniciada a segunda fase do Programa de Diagnóstico Nacional sobre a
capacidade das instituições públicas e recrutado um coordenador da reforma
fiscal para reformar o regime fiscal.
Ainda
que, oficialmente, não tenham sido avançados detalhes, a reforma - que está a
ser apoiada por especialistas portugueses - incluirá, previsivelmente,
alterações ao imposto sobre rendimentos e a introdução do IVA.
Em
resposta aos jornalistas, Rui Maria de Araújo comentou ainda a recente polémica
sobre os assessores internacionais do Governo, com vários artigos na imprensa
timorense.
"O
Governo está empenhado em reduzir as despesas supérfluas. Mas Timor-Leste
precisa de assessores internacionais, por isso os assessores não são
supérfluos. Precisamos de especialistas, por exemplo, para a área
jurídica", afirmou.
"Há
termos de referência, planos de trabalho. Se os assessores não cumprirem, os
seus responsáveis, os seus supervisores podem por fim ao seu trabalho",
afirmou.
Rui
Araújo rejeitou, por outro lado, que, esteja em curso alguma campanha contra um
grupo específico de assessores, afirmando desconhecer porque é que foram
divulgados publicamente os salários de apenas alguns assessores internacionais,
quase todos da Presidência de Conselho de Ministros quando há outros, por
exemplo no Ministério das Finanças, com salários ainda superiores.
"Compreendo
a preocupação com a questão dos assessores. Temos que trabalhar no
desenvolvimento dos recursos humanos timorenses. Mas os assessores são
essenciais para áreas chave", afirmou.
Entre
outros aspetos dos primeiros 100 dias, foi nomeado o novo comando da PNTL,
aprovada a reforma da lei de migração e asilo e regularizado o uso de 364
propriedades do Estado.
Até
esta semana já tinham sido registadas 17.448 parcelas de terreno no âmbito do
projeto do Sistema Nacional de Cadastro, que está a ser implementado pelo
consórcio entre a empresa timorense GMN-H e a portuguesa ARM-APPRIZE.
ASP
// NS
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