Berlim,
25 jan (Lusa) - Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os únicos
países lusófonos que registam uma melhoria no índice sobre a corrupção
percecionada, hoje divulgado em Berlim pela Transparência Internacional.
O
relatório deste ano, com o sub-título 'O círculo vicioso da corrupção e da
desigualdade tem de ser combatido', revela que a Guiné-Bissau é o país lusófono
mais mal posicionado, ocupando o 168º lugar entre os 176 países analisados,
seguido de perto por Angola, na 164ª posição.
Entre
os países de língua oficial portuguesa, Moçambique continua na metade inferior
da escala, tendo caído trinta posições, para o 142º lugar. É, de resto, a maior
queda entre os países que falam português.
O
Brasil, no 79º posto, e Portugal, no 29º, completam a lista dos países
lusófonos que viram as suas posições degradar-se este ano, segundo o índice que
mede a corrupção percecionada em 176 países.
Em
sentido inverso, ou seja, países que registaram uma melhoria, estão apenas
três: Cabo Verde, no 38º lugar, São Tomé e Príncipe, em 62º, e Timor-Leste, que
passou de 123º para 101º, representando a maior subida no ranking deste ano
entre os países lusófonos.
A
Guiné Equatorial não é analisada neste relatório, à semelhança do que tem
acontecido nos anos anteriores.
A
nível geral, o relatório deste ano dá conta de que "a ascensão dos
políticos populistas em muitos países é um sinal de alerta" e sublinha que
quase 70% dos 176 países analisados têm uma pontuação inferior a 50, numa
escala de 0 (percecionados como altamente corruptos) a 100 (percecionados como
muito 'limpos').
O
documento deste ano revela que há mais países a degradarem a sua posição do que
países a melhorarem, "o que mostra a necessidade de uma ação
urgente".
"A
corrupção e a desigualdade alimentam-se uma da outra, criando um círculo
vicioso entre corrupção, distribuição desigual de poder na sociedade, e
distribuição desigual de riqueza", acrescenta o documento hoje divulgado
em Berlim.
"Em
demasiados países, as pessoas são privadas das suas necessidades mais básicas e
têm de ir para cama com fome todas as noites por causa da corrupção, enquanto
os poderosos e os corruptos desfrutam de vistosos estilos de vida com
impunidade", comentou o presidente da Transparência Internacional, José
Ugaz.
MBA
// FPA
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