quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Ex-MNE timorense anuncia candidatura independente à Presidência da República

Díli, 25 jan (Lusa) - O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense José Luis Guterres disse hoje à Lusa que se vai apresentar como candidato independente às eleições presidenciais de 20 de março em Timor-Leste.

"Vou ser candidato independente para poder ter o apoio de timorenses de outros partidos ou de quem não tem partido para no futuro, se for eleito, ser o Presidente de todos os timorenses", afirmou à Lusa em Díli.

José Luis Guterres, um dos fundadores da Frente Mudança (FM) - uma excisão da Fretilin - é atualmente um dos dois deputados do partido no Parlamento Nacional, funções que assumiu depois de sair do Governo em janeiro de 2015.

O diplomata timorense, que começou a sua carreira integrado na frente diplomática da resistência timorense à ocupação indonésia, foi depois da restauração da independência embaixador de Timor-Leste em Washington tendo ainda ocupado o cargo de vice-primeiro-ministro.

"Conversei com os dirigentes da FM que partilham a opinião de que nas atuais circunstâncias é melhor ser um candidato não partidário, um candidato independente para que outros se sintam confortáveis em apoiar a minha campanha e candidatura", sublinhou.

José Luis Guterres, conhecido por Lugu, explicou que se candidata por considerar "importante dar continuidade ao contributo" que tem dado a nível "tanto internacional como nacional" a Timor-Leste.

"Disponibilizo-me de novo para servir o povo de Timor-Leste e se for eleito como Presidente da República para fazer o máximo para apoiar toda a população do país", afirmou.

Mais de 747 mil timorenses estão recenseados para votar nas eleições presidenciais de 20 de março, estando prevista a realização ainda de eleições legislativas em julho.

Até à data foram apresentadas três candidaturas: a do atual presidente da Fretilin, Francisco Guterres (Lu-Olo), a de António Maher Lopes (Fatuk Mutin), apoiado pelo Partido Socialista de Timor (PST), e a de José Neves, ex-vice-comissário da Comissão Anticorrupção (CAC), que se apresenta como independente.

As candidaturas a chefe de Estado devem ser formalizadas junto do Tribunal de Recurso até 05 de fevereiro.

O Tribunal de Recurso comunica ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) e à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a lista de candidaturas admitidas a 18 de fevereiro e o STAE divulga-as publicamente entre 19 e 21 de fevereiro. A 18 de fevereiro é divulgada a lista dos centros de votação e mesas de voto.

O período da campanha para o voto presidencial decorre entre 03 e 17 de março, a votação a 20 de março e o escrutínio provisório dos resultados deverá estar concluído entre 23 e 25 de março.

Haverá depois um período de apresentação de eventuais recursos contra o resultado nacional que será depois publicado no Jornal da República a 02 de abril.

Caso nenhum dos candidatos tenha mais de 50% dos votos haverá uma segunda volta, a 20 de abril, com a campanha a decorrer entre 03 e 17 de abril e o apuramento dos resultados a ser realizado entre 23 e 25 de abril.

O Tribunal de Recurso deverá publicar o acórdão com o resultado final do voto a 03 de maio permitindo a tomada de posse do novo chefe de Estado a 20 de maio, dia em que se comemorará o 15º aniversário da restauração da independência de Timor-Leste.

ASP//ISG

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