Díli,
25 jan (Lusa) - O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense José Luis
Guterres disse hoje à Lusa que se vai apresentar como candidato independente às
eleições presidenciais de 20 de março em Timor-Leste.
"Vou
ser candidato independente para poder ter o apoio de timorenses de outros
partidos ou de quem não tem partido para no futuro, se for eleito, ser o
Presidente de todos os timorenses", afirmou à Lusa em Díli.
José
Luis Guterres, um dos fundadores da Frente Mudança (FM) - uma excisão da
Fretilin - é atualmente um dos dois deputados do partido no Parlamento
Nacional, funções que assumiu depois de sair do Governo em janeiro de 2015.
O
diplomata timorense, que começou a sua carreira integrado na frente diplomática
da resistência timorense à ocupação indonésia, foi depois da restauração da
independência embaixador de Timor-Leste em Washington tendo ainda ocupado o
cargo de vice-primeiro-ministro.
"Conversei
com os dirigentes da FM que partilham a opinião de que nas atuais
circunstâncias é melhor ser um candidato não partidário, um candidato
independente para que outros se sintam confortáveis em apoiar a minha campanha
e candidatura", sublinhou.
José
Luis Guterres, conhecido por Lugu, explicou que se candidata por considerar
"importante dar continuidade ao contributo" que tem dado a nível
"tanto internacional como nacional" a Timor-Leste.
"Disponibilizo-me
de novo para servir o povo de Timor-Leste e se for eleito como Presidente da
República para fazer o máximo para apoiar toda a população do país",
afirmou.
Mais
de 747 mil timorenses estão recenseados para votar nas eleições presidenciais
de 20 de março, estando prevista a realização ainda de eleições legislativas em
julho.
Até
à data foram apresentadas três candidaturas: a do atual presidente da Fretilin,
Francisco Guterres (Lu-Olo), a de António Maher Lopes (Fatuk Mutin), apoiado
pelo Partido Socialista de Timor (PST), e a de José Neves, ex-vice-comissário
da Comissão Anticorrupção (CAC), que se apresenta como independente.
As
candidaturas a chefe de Estado devem ser formalizadas junto do Tribunal de
Recurso até 05 de fevereiro.
O
Tribunal de Recurso comunica ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral
(STAE) e à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a lista de candidaturas
admitidas a 18 de fevereiro e o STAE divulga-as publicamente entre 19 e 21 de
fevereiro. A 18 de fevereiro é divulgada a lista dos centros de votação e mesas
de voto.
O
período da campanha para o voto presidencial decorre entre 03 e 17 de março, a
votação a 20 de março e o escrutínio provisório dos resultados deverá estar
concluído entre 23 e 25 de março.
Haverá
depois um período de apresentação de eventuais recursos contra o resultado
nacional que será depois publicado no Jornal da República a 02 de abril.
Caso
nenhum dos candidatos tenha mais de 50% dos votos haverá uma segunda volta, a
20 de abril, com a campanha a decorrer entre 03 e 17 de abril e o apuramento
dos resultados a ser realizado entre 23 e 25 de abril.
O
Tribunal de Recurso deverá publicar o acórdão com o resultado final do voto a
03 de maio permitindo a tomada de posse do novo chefe de Estado a 20 de maio,
dia em que se comemorará o 15º aniversário da restauração da independência de
Timor-Leste.
ASP//ISG
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