quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Como e para onde queremos ir no âmbito do processo de desenvolvimento de Timor-Leste?

Roger Rafael Soares * | opinião

Uma questão que, a meu ver, envolve por si só um processo complexo, implicando várias variáveis de natureza individual, social, institucional, económica e política, na medida em que o mesmo exige o envolvimento de todos, com maior ou menor capacidade de intervenção ou área de atuação ou decisão. Desenvolver Timor Leste requer soluções à resolução dos problemas e desafios, requisitando-se à atuação de cada timorense como transformador do social, claro está a enorme influência da atuação, intervenção e regulação do Estado no processo de desenvolvimento da Nação, que não deve apenas passar pela vertente económica, mas também social, política e ambiental. Ao Estado cabe gerir, intervir e regular o interesse geral, legitimado por uma série de dispositivos constitucionais e legais. De acordo com a lei suprema, cabe ao Estado garantir o cumprimento de uma série de objetivos conforme dispostos no Artigo 6.º (Objetivos do Estado) da Constituição RDTL.

O papel do Estado e as formas da sua intervenção nas diversas atividades do funcionamento do país são fundamentais para o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste mediante promoção de políticas públicas que promovam desenvolvimento económico, progresso social, com redução das desigualdades sociais e sustentabilidade.
É certo que existem divergências políticas no que respeita à conceção do ideal de desenvolvimento para a nação, no entanto não devemos encarar essas divergências como algo necessariamente negativo ou entrave, mas antes como veículo ou estímulo a mudanças e melhorias na promoção do bem-estar geral do povo – desenvolvimento nacional. Aos atores políticos cabe a conceção e tomada de decisão sobre as politicas públicas, mas é à estrutura administrativa do Estado – Administração Pública – que cabe a execução dessas politicas. Portanto, a cooperação e colaboração entre todos é fundamental na operacionalização das ações governamentais, de forma a responder às demandas e desafios económicos e sociais do país. Não nos podemos esquecer do papel fulcral da Administração Pública na operacionalização da burocracia implicada no âmbito da execução das politicas públicas e do serviço publico, pelo que o funcionalismo público é tido como um elemento relevante no bom desempenho das diretrizes tomadas ou a serem tomadas pelo executivo. Ao processo de desenvolvimento nacional está subjacente a existência de políticas de desenvolvimento fragmentado, como seja o desenvolvimento social, o desenvolvimento educacional, o desenvolvimento económico, o desenvolvimento sustentável, entre outros. Dessa forma, o processo de desenvolvimento requer a contribuição de todos, a participação da coletividade, pelo que a liderança estratégica do Estado, bem assim os mecanismos de intervenção por si desenvolvidos em matéria de desenvolvimento de políticas sociais e económicas que promovam oportunidades aos timorenses de se desenvolverem pessoalmente, assim como exercerem o seu papel como agente participativo e transformador da sociedade. Não descurando da importância decisiva dos timorenses, também, investirem nessas oportunidades.

Tenho para mim que a promoção do desenvolvimento sustentável, justo e equitativo será resultado de um esforço e cooperação coletivos, passando pelo esforço dos timorenses, Instituições e Estado.

Rojer Rafael Tomás Soares,
Ailili, Manatuto

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