quarta-feira, 6 de maio de 2015

Adelino Gomes e D. Manuel Martins condecorados pelo Estado Timorense


O jornalista Adelino Gomes e o bispo D. Manuel Martins são dois dos condecorados pelo Estado Timorense. A cerimónia está marcada para 20 de maio.

Com surpresa e emoção. É desta forma que o jornalista Adelino Gomes acolhe o anúncio da condecoração pela República de Timor com a Medalha do país.

Em 1975 foi enviado pela RTP a Timor para fazer a cobertura da guerra civil. A primeira vez de Adelino Gomes no território. "Ninguém entrava lá já há muito tempo. Portugal era a potência colonial. Era necessário ir ver o que se estava a passar. Informações que chegavam, falavam em milhares de mortos e eu ofereci-me na televisão. Trabalhava na RTP na altura, aliás não fui o único, acabei por ser selecionado e fui para lá. Não conhecia Timor e encontrei a guerra civil já na parte final".

Entre as memórias que guarda desse trabalho, destaca a morte de cinco jornalistas australianos: "Umas horas depois de ter saído de uma localidade chamada Balibó começou a invasão por terra, antes da grande invasão de 7 de dezembro, isto foi na noite de 15 para 16 de outubro, começou a invasão por terra, exatamente pela zona de Balibó e foram executados os jornalistas que lá estavam, que eram cinco, também da televisão, de dois canais comerciais da televisão australiana".

Adelino Gomes, deixa ainda um elogio à TSF: "Gostava de salientar a distinção que foi feita à TSF porque a TSF nasceu em 1987 e eu lembro-me, muito bem, e o Manuel Acácio é figura central nesse processo, de no curso de formação da TSF, ter falado, pela primeira vez, na questão de Timor. Portanto a TSF na sua génese, no seu ADN, trazia já Timor como trabalho de casa, no processo de formação dos seus futuros grandes jornalistas e, por isso, eu sinto-me muito honrado de poder ser agraciado num dia em que a TSF vais ser também agraciada".

Já o bispo emérito diz sentir-se honrado com a distinção: "Podia dizer que não mereço ou que custa-me aceitar, mas não digo isso. Eu mereço, desde o início da causa de Timor que me senti muito ligado a esta causa. Um povo tem o direito a escolher o seu futuro, o modo como quer viver", afirmou.

Miguel Videira/Rute Fonseca - TSF

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