quarta-feira, 6 de maio de 2015

Governo timorense analisará em breve proposta de compra da PT na Timor Telecom


Díli, 05 mai (Lusa) - O Governo timorense analisará em breve uma apresentação sobre o setor das telecomunicações que deverá incluir uma proposta para a compra da participação da PT na Timor Telecom que a OI quer alienar, disse à Lusa o ministro da tutela.

"Estou a preparar uma apresentação detalhada para ir ao Conselho de Ministros. Já enviei uma primeira exposição ao primeiro-ministro. Vou pedir a apreciação e consideração dos meus colegas ao assunto", disse à Lusa Gastão de Sousa, ministro das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações.

"Este é um investimento que o Governo de Timor-Leste tem que fazer. Até por questões de segurança", insistiu.

Recorde-se que no final de abril o primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, recebeu separadamente os responsáveis das três operadoras de telecomunicações que operam no mercado de Timor-Leste, a timorense Timor Telecom, a indonésia Telkomsel e a vietnamita Telemor.

Fonte do setor disse à Lusa que as reuniões serviram para o chefe do Governo se inteirar da situação das empresas de telecomunicações que operam no mercado de Timor-Leste.

Vários dos acionistas privados da TT têm-se movimentado para tentar garantir que investidores timorenses e o próprio Estado compram a parte da operadora atualmente controlada pela PT e que a OI quer agora alienar.

No final de fevereiro a Lusa noticiou o interesse de um fundo de investimento do Fiji na compra da parte da PT, tendo já sido apresentada à OI uma oferta por um valor não conhecido.

Em causa está a maior fatia de capital da TT (54,01%), controlada pela sociedade Telecomunicações Públicas de Timor (TPT) onde, por sua vez, a PT controla 76% do capital.

Os restantes acionistas da TPT são a Fundação Harii - Sociedade para o Desenvolvimento de Timor-Leste (ligada à diocese de Baucau) que controla 18% e pela Fundação Oriente (6%).

Na TT o capital está dividido entre a TPT (54,01%), o Estado timorense (20,59%), a empresa com sede em Macau VDT Operator Holdings (17,86%), o empresário timorense Julio Alfaro (4,49%) e a PT Participações SGPS (3,05%).

Estimativas sugerem que em 2012, o "melhor ano" da operadora, a empresa poderia valer entre 200 e 250 milhões de euros e que hoje esse valor pode rondar entre 90 e 110 milhões de euros.

Uma queda em valor que se deve, em grande parte, à entrada de dois concorrentes no mercado, a indonésia Telkomsel e a vietnamita Telemor.

ASP // DM

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