Londres,
05 mai (Lusa) - É a nova geração de timorenses que vai liderar a potencial
transformação do Português falado em Timor Leste numa variante da língua equivalente à
brasileira, afirmou hoje a investigadora Susana Afonso, da universidade
britânica de Exeter.
Segundo
a académica, Timor Leste não é considerado como falando uma variante do
Português porque não registou uma "nativização" da língua, ou seja,
uma produção pelos falantes de "inovações" linguísticas, que,
ironizou, muitos podem considerar erros.
Esta
evolução, registada no Brasil e também em outros países como Angola e
Moçambique, não aconteceu em
Timor Leste devido ao domínio indonésio durante 27 anos, que
levou à quase erradicação do uso do português.
Susana
Afonso acredita que será a nova geração de timorenses "urbanos e
educados" em língua portuguesa, declarada língua oficial após a
independência, em 2002, que "vão liderar a mudança".
"As
inovações têm de se tornar estáveis e frequentes", vincou.
Todavia,
a evolução do Português em
Timor Leste vai ser também condicionada pela sua popularidade
em relação à outra língua oficial do país, o tetum, e aos idiomas dos países
vizinhos, a Austrália e a Indonésia.
"O
desenvolvimento do português vai depender da relação com as outras línguas e a
concorrência com as outras línguas endógenas, o inglês e o indonésio",
explicou.
A
linguista falava num seminário organizado pelo Centro Camões da universidade
Kings College de Londres para marcar o Dia Internacional da Língua e da Cultura
Portuguesa.
BM
// JMR
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