quarta-feira, 6 de maio de 2015

Economia timorense cresceu 8% em 2014 - governador Banco Central


Díli, 06 mai (Lusa) - A economia timorense recuperou da quase estagnação de 2013, quando cresceu menos de 1%, e terá crescido cerca de 8% no ano passado, nível que se deverá manter este ano e em 2016, segundo o governador do Banco Central de Timor-Leste.

Abraão de Vasconselos explica no texto de introdução ao relatório anual do BCTL referente a 2014, e divulgado hoje pela entidade, que a estimativa de crescimento é feita com um modelo de previsões internas, sem serem ainda conhecidas as Contas Nacionais definitivas dos últimos dois anos.

"Para 2015 e 2016, o BCTL continua a projetar níveis de crescimento económico próximos da média registada nos últimos anos, entre os 7 e 8%, numa base anual", escreve, referindo que as previsões estão dependente de vários fatores incluindo "um aumento continuado dos gastos orçamentais e o crescimento dos níveis de investimento domésticos".

Assim, o "indicador de atividade económica do BCTL" aponta a um crescimento médio de 4% em 2013 e 2014 o que, apesar da recuperação do ano passado denota um "claro abrandamento da expansão da procura agregada, face aos 5 anos anteriores".

"É de notar ainda que o crescimento medido pelo indicador de atividade segue de perto a evolução da despesa pública efetiva, que desceu em 2013 e aumentou substancialmente em 2014", nota ainda o relatório.

O governador do BCTL recorda que o crescimento robusto que a economia timorense vive desde 2008 se deveu "esmagadoramente" ao crescimento dos sectores da administração pública, serviços e construção civil.

"Os sectores da agricultura e pescas, assim como a indústria transformadora, fundamentais na criação de emprego, têm registado taxas de crescimento anémicas, quanto muito, o que resultou numa perda expressiva de peso dos sectores no total do PIB", refere.

"Esta evolução é mais uma prova de que a nossa economia continua excessivamente dependente da execução das políticas e programas orçamentais, que importa combater ativamente, promovendo a diversificação da base económica e o incremento da produção nacional", sublinha.

Entre outros dados macroeconómicos o governador destaca a descida favorável da inflação em 2014, comparativamente aos três anos anteriores - foi em média de 0,5% depois do valor médio de 11% entre 2011 e 2013.

O relatório destaca que este facto se deveu, em grande parte, ao impacto da inflação regional que, por seu lado, foi afetada pela depreciação das divisas asiáticas face ao dólar.

Dada a grande dependência de Timor-Leste nas importações, estas flutuações acabam por ter um impacto direto na inflação timorense.

"Note-se ainda, que a redução substancial da inflação em Timor-Leste resulta também das descidas de preços internacionais das commodities mais representativas, como o petróleo e os bens alimentares", conclui.

ASP // DM

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