Díli,
06 mai (Lusa) - A economia timorense recuperou da quase estagnação de 2013,
quando cresceu menos de 1%, e terá crescido cerca de 8% no ano passado, nível
que se deverá manter este ano e em 2016, segundo o governador do Banco Central
de Timor-Leste.
Abraão
de Vasconselos explica no texto de introdução ao relatório anual do BCTL
referente a 2014, e divulgado hoje pela entidade, que a estimativa de
crescimento é feita com um modelo de previsões internas, sem serem ainda
conhecidas as Contas Nacionais definitivas dos últimos dois anos.
"Para
2015 e 2016, o BCTL continua a projetar níveis de crescimento económico
próximos da média registada nos últimos anos, entre os 7 e 8%, numa base
anual", escreve, referindo que as previsões estão dependente de vários
fatores incluindo "um aumento continuado dos gastos orçamentais e o
crescimento dos níveis de investimento domésticos".
Assim,
o "indicador de atividade económica do BCTL" aponta a um crescimento
médio de 4% em 2013 e 2014 o que, apesar da recuperação do ano passado denota
um "claro abrandamento da expansão da procura agregada, face aos 5 anos
anteriores".
"É
de notar ainda que o crescimento medido pelo indicador de atividade segue de
perto a evolução da despesa pública efetiva, que desceu em 2013 e aumentou
substancialmente em 2014", nota ainda o relatório.
O
governador do BCTL recorda que o crescimento robusto que a economia timorense
vive desde 2008 se deveu "esmagadoramente" ao crescimento dos
sectores da administração pública, serviços e construção civil.
"Os
sectores da agricultura e pescas, assim como a indústria transformadora,
fundamentais na criação de emprego, têm registado taxas de crescimento
anémicas, quanto muito, o que resultou numa perda expressiva de peso dos
sectores no total do PIB", refere.
"Esta
evolução é mais uma prova de que a nossa economia continua excessivamente
dependente da execução das políticas e programas orçamentais, que importa
combater ativamente, promovendo a diversificação da base económica e o
incremento da produção nacional", sublinha.
Entre
outros dados macroeconómicos o governador destaca a descida favorável da
inflação em 2014, comparativamente aos três anos anteriores - foi em média de
0,5% depois do valor médio de 11% entre 2011 e 2013.
O
relatório destaca que este facto se deveu, em grande parte, ao impacto da
inflação regional que, por seu lado, foi afetada pela depreciação das divisas
asiáticas face ao dólar.
Dada
a grande dependência de Timor-Leste nas importações, estas flutuações acabam
por ter um impacto direto na inflação timorense.
"Note-se
ainda, que a redução substancial da inflação em Timor-Leste resulta também das
descidas de preços internacionais das commodities mais representativas, como o
petróleo e os bens alimentares", conclui.
ASP
// DM
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