quarta-feira, 6 de maio de 2015

Timor-Leste mantém "enorme" défice da balança comercial - Banco Central


Díli, 06 mai (Lusa) - Timor-Leste apresenta um "enorme" défice da balança comercial, que em 2014 atingiu os 435,66 milhões de dólares, com o setor petrolífero a garantir que a balança de pagamentos se mantém "claramente superavitária", segundo o Banco Central timorense.

"A nossa economia continuou a registar um enorme défice comercial de bens em 2014, devido à manutenção de uma elevada dependência das importações, cujos valores globais continuaram a aumentar em 2014", explica o BCTL no seu relatório anual referente a 2014.

O saldo da balança corrente, incluindo o rendimento primário, ascendeu a 82% do PIB não petrolífero, em 2014, um valor bastante inferior aos 196% registados em 2013, o que se deve em grande parte à queda no rendimento das receitas do petróleo e do gás do Mar de Timor e ao défice da balança de transações (importação e exportação de bens e serviços).
As importações de 2014 corresponderam a cerca de 54% do PIB não-petrolífero (710 milhões num PIB de 1.307 milhões estimado pelo Governo).

A quase única exportação do país é o café, tendo em 2014 sido vendidas ao exterior 9.643 toneladas com um valor total de 13,65 milhões de dólares, muito abaixo das 13.252 toneladas (num valor de 15,78 milhões de dólares) de 2013.

Derivados de petróleo (160 milhões de dólares), veículos (75 milhões), máquinas (61 milhões) e cereais (32 milhões) foram os produtos mais importados para Timor-Leste.

De referir o peso dos bens energéticos (15,8% das importações totais), nomeadamente pra alimentar as duas centrais elétricas nacionais e o crescente número de veículos.

A Indonésia continuou em 2014 a ser o principal exportador para Timor-Leste, com um total de 159 milhões de dólares ou 28,4% do total, seguindo-se Singapura (125 milhões e 22,3% do total), China (41 milhões e 7,4%), Malásia (36 milhões e 6,4%) e Vietname (33 milhões e 5,9%).

Na lista dos principais vendedores a Timor-Leste está ainda a Austrália (19 milhões e 3,4%), Estados Unidos (12 milhões e 2,2%) e Portugal (9 milhões e 1,6% do total).

O relatório do BCTL clarifica o 'erro' a que as estatísticas do Ministério das Finanças podem induzir já que no seu quadro de comércio externo o Governo inclui nas importações os valores correspondentes à importação de moeda.

Recorde-se que Timor-Leste adotou o dólar americano como moeda oficial, sendo as notas importadas dos Estados Unidos e as moedas (centavos) cunhadas em Portugal.

Assim, ao total de importações registado pelo Ministério das Finanças em 2014 - 988,62 milhões de dólares - há que retirar as moedas, cunhadas em Portugal, no valor de 269 milhões de dólares, e notas dos Estados Unidos no valor de cerca de 190 milhões de dólares.

ASP // DM

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