quinta-feira, 21 de maio de 2015

“NADA RETIRA A ALEGRIA AOS TIMORENSES” - Pedro Brinca


Pedro Brinca, antigo técnico de som da TSF, que viajou com Manuel Acácio no Lusitânia Expresso em 1992, é um dos portugueses hoje a viver em Díli.

Trabalha, desde setembro, num projeto de apoio à comunicação social. Descreve Díli como "uma cidade cosmopolita, onde nada falta", mas no interior, é muito diferente. "Timor sofre de um grave problema de mobilidade". Pedro Brinca lembra que "Timor é uma montanha no meio do mar, onde chove imenso durante grande parte do ano, onde há deslizamentos de terras permanentes e onde tem faltado manutenção às estradas. E isso faz com que todas as outras povoações fiquem a uma distância enorme da capital".

Timor é "um país naturalmente em construção", "um ótimo sítio para viver", onde "se notam diferenças de um mês para o outro nas infraestruturas, com um cuidado muito grande das autoridades e de todos os timorenses" em contribuírem para a evolução e o crescimento do país.

Treze anos depois da independência, começam a surgir algumas pessoas que ganham e vivem bem, mas a maioria ainda é muito pobre: "o ordenado médio anda pelos 120 dólares" (pouco mais de 100 euros). Pedro Brinca recorda que "o nível de vida não é muito diferente do português, que o tradicional da família timorense é ter imensos filhos, por isso, é incrível como se consegue sustentar uma família com esses rendimentos". Apesar das dificuldades, este português em Díli diz que nada tira a alegria e o espírito festivo aos timorenses.

O Lusitânia Expresso partiu para Timor em janeiro de 1992. Levou a bordo 120 estudantes de 23 países que queriam homenagear as vítimas do massacre de Santa Cruz. Dois meses depois, em março, a marinha indonésia impediu a entrada do ferry nas águas territoriais timorenses. Depois de lançarem flores ao mar, o Lusitânia Expresso foi obrigado a regressar a Portugal.

TSF - foto em Facebook

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