sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

REGRESSO DE PORTUGAL A TIMOR LESTE FOI PARA BRANQUEAR IMAGEM - Eurico Guterres


Jacarta, 04 dez (Lusa) -- O ex-líder das milícias pró-Indonésia Aitarak, Eurico Guterres, acusa Portugal de ter "roubado" os timorenses durante 450 anos de colonização, e o regresso em 1999 visou branquear a imagem deixada "com a forma irresponsável" como saiu em 1975.

"Portugal colonizou o povo de Timor-Leste durante 450 anos. O que é que Portugal fez? Nada!", acusou o ex-guerrilheiro, em entrevista à agência Lusa, considerando que "o que Portugal fez foi roubar os direitos do povo" e, depois, "em 1975, Portugal, de forma irresponsável, deixou a população de Timor-Leste".

"Esse é o erro, pecado cometido por Portugal, que não pode ser aceite, mesmo quando eles regressaram a Timor-Leste, em 1999, como se fossem anjos", considerou.

O timorense, agora com nacionalidade indonésia, referia-se ao atribulado processo da descolonização portuguesa, que criou instabilidade no território e que levou a uma guerra civil entre a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e a União Democrática Timorense (UDT).

O conflito e a saída dos portugueses abriram portas a um período de 24 anos de ocupação indonésia, que ficou marcado por cerca de 100 mil mortes entre civis timorenses e por muitas memórias de violações, torturas e fome.

Em entrevista ao jornal australiano Sydney Morning Herald em 2007, Eurico Guterres além de responsabilizar Lisboa, atribuiu igualmente responsabilidades a Jacarta e às Nações Unidas pela violência registada em Timor-Leste em 1999, ao permitirem o referendo da independência sem garantia prévia de condições de segurança.

Na entrevista à Lusa, Eurico Guterres, principal rosto da campanha violenta contra os independentistas timorenses em 1999, disse que "a Indonésia entrou em Timor-Leste não por sua própria vontade, mas pelo desejo de uma parte do povo de Timor-Leste que via a integração na Indonésia como um compromisso para acabar com a guerra civil criada por Portugal".

A invasão indonésia, acrescentou, ocorreu "também devido ao incentivo da comunidade internacional, em particular dos Estados Unidos e da Austrália, que estavam preocupados com o avanço da ideologia comunista" em Timor-Leste.

"Por isso, a Indonésia, na verdade, entrou em Timor-Leste com uma missão nobre, que deve ser valorizada", defendeu.

Contudo, "infelizmente, houve generais do exército indonésio que, deliberadamente, aproveitaram a integração de Timor-Leste com a Indonésia para o seu interesse pessoal, da sua família ou do seu grupo ao cometerem atos que, depois, mancharam o bom nome da Indonésia aos olhos da comunidade internacional", continuou, mas sem precisar nomes.

Eurico Guterres ficou órfão depois de militares indonésios matarem o seu pai, nos primeiros anos da ocupação.

Ligado à resistência timorense, Guterres conta que foi detido em 1989 porque as forças indonésias descobriram que estava envolvido num plano para assassinar o Presidente Suharto durante a visita a Díli.

Prabowo Subianto, o genro de Suharto que desempenhou várias missões em Timor-Leste, colocou Eurico Guterres na senda de agente duplo e, depois, de fiel servidor dos indonésios no território.

O ex-líder da milícia Aitarak foi a única pessoa que esteve detida devido à violência que se seguiu ao referendo de 1999 e que fez mil mortos, mas volvidos dois anos o Supremo Tribunal da Indonésia absolveu-o por falta de provas.

"Não me arrependo do que eu fiz, porque naquela época eu também estava a lutar pela independência do povo de Timor Leste, mas pela via da autonomia, porque, na minha opinião, a autonomia é o mesmo que a independência", confessa.

A via da autonomia teria dado "tempo suficiente para preparar a independência de Timor-Leste com base na vontade coletiva do povo de Timor-Leste, não baseada na vontade de um indivíduo, de uma determinada família ou de um certo grupo, como é agora", acrescentou, mais uma vez sem precisar.

Eurico Guterres, que tem estado envolvido na política indonésia, afirmou ainda que não tem receio de regressar à sua terra natal, mas simplesmente não deseja fazê-lo.

ANYN // EL

APARECIMENTO DE CROCODILO EM FRENTE AO PALÁCIO DO GOVERNO EM DÍLI


No dia 02 de Dezembro 2015, em frente ao Palácio do Governo em Díli, apareceu um crocodilo com o comprimento, aproximadamente, de dois metros. 

Muitos timorenses foram ver e alguns até atiraram um frango para ele comer. Segundo as crenças timorenses, com a incerteza da chegada da chuva, será que este aparecimento traz alguma mensagem?

@SAPO Timor-Leste - Fotografia cedida por Natália Carrascalão ao SAPO Timor-Leste

Deputado na assembleia de Macau pede "clarificação política" sobre ensino de Português


Macau, China, 03 dez (Lusa) -- O deputado na Assembleia Legislativa de Macau Leonel Alves pediu hoje "clarificação política sobre o que se pretende com o ensino da língua portuguesa" no território e defendeu "um estabelecimento de ensino autonomizado, vocacionado exclusivamente" para o Português.

Leonel Alves falava no segundo dia da apresentação das Linhas de Ação Governativa para 2016 das pastas dos Assuntos Sociais e Cultura do Governo de Macau, pelo secretário Alexis Tam.

O deputado, que se dirige ao hemiciclo em português, falava depois de esta semana ter sido notícia que a Universidade de Macau decidiu acabar com a oferta da cadeira de português (uma das línguas oficiais do território) como disciplina opcional para os estudantes de cursos que não integram o departamento de estudos portugueses.

"Também é uma realidade constatável alguma desmoralização dos dirigentes que trabalham com esta matéria, basta ler os jornais. (...) E alguns até tencionam desistir da trajetória que têm vindo a desenvolver. Portanto, há necessidade de moralizar os dirigentes, há necessidade também de melhorar as estruturas de funcionamento e há também necessidade de incentivar cada vez mais os jovens na aprendizagem desta língua", afirmou Leonel Alves.

O também advogado referiu a "aparente falta de sintonia entre o que se pretende politicamente no Governo e aquilo que a autonomia da universidade o autoriza a fazer".
Leonel Alves contrapôs com o "bom trabalho" realizado pelo Instituto Politécnico de Macau no ensino da língua portuguesa.

Além disso, considerou importante "haver um estabelecimento de ensino autonomizado, vocacionado exclusivamente para o ensino da língua portuguesa" em Macau, para formar intérpretes-tradutores e "outras áreas do saber, porque o conhecimento da língua portuguesa ou de qualquer outra língua estrangeira é sempre uma mais-valia profissional".

Por outro lado, chamou a atenção para o curso de Direito da Universidade de Macau, cujo diploma deixou de ser reconhecido na Europa, através de Portugal, questionando "o que é o que Governo e a Universidade com a sua autonomia podem fazer para alterar esta situação".

Na resposta, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, considerou lamentável a polémica em relação ao ensino do português na Universidade de Macau e disse que "não deve haver contradições com as políticas consagradas nas Linhas de Ação Governativa".

"Recentemente houve assuntos menos felizes na Universidade de Macau, mas sabemos que não podemos reduzir os recursos investidos no ensino da língua portuguesa", afirmou Alexis Tam, para quem é preciso "aproveitar os recursos" e "tentar transformar Macau num centro ou numa base de formação da língua portuguesa".

O secretário salientou que há mais de 30 instituições do ensino superior no interior da China a ensinar português, o que mostra "a importância da língua portuguesa", pelo que "Macau deve aproveitar bem esta vantagem".

O português "é uma língua oficial" e "uma vantagem" para a "ligação mais íntima" de Macau "com os Países de Língua Portuguesa", acrescentou.

Alexis Tam sublinhou também que Macau tem "uma comunidade portuguesa e que muitos portugueses contribuíram para a região em várias áreas, incluindo a educação e área jurídica".

Antes, na resposta a Mak Soi Kun, outro deputado que o questionou sobre o ensino do português, Alexis Tam afirmou que "a Universidade de Macau tem autonomia" e que o Governo apenas "pode lançar instruções, supervisionar".

Quanto ao curso de Direito, disse desejar "que a Universidade de Macau aplique o mecanismo que tinha para que os cursos feitos na Universidade de Direito de Macau continuem a ter o reconhecimento de Portugal".

Na quinta-feira, o reitor da Universidade de Macau disse na Assembleia Legislativa que a instituição "não vai cortar nos cursos de português".

FV // MP

LAIHA ONA OPOZISAUN IHA PARLAMENTU NASIONAL


DILI - Haree hosi formasaun governu da-neen ne’ebé involve hotu partidu haat ne’ebé ejiste iha Parlamentu Nasionál, polítikamente laiha ona opozisaun. Tanba ne’e, Partidu Demokrátiku mosu ho polítika foun retira hosi Komisaun Eventuál (KE) ne’ebé estabelese hodi hetan konsensus iha debate Orsamentu Jerál Estadu (OJE).

Maske iha tinan kotuk PD mos involve iha KE, maibé ba tinan ida ne’e PD retira ho rajaun tolu mak hanesan, komisaun eventual la-tuir rejimentu Parlamentu Nasional, komisaun eventual taka dalan ba partisipasaun másimu deputadu sira nian iha dabate hodi espresa sira nia hanoin tanba buat ne’ebé komisaun eventual deside sei la-debate tan iha plenária, no ikus liu maka membru hosi partidu haat hola parte hotu iha ukun ida ne’e, tanba ne’e diskusaun iha Parlamentu Nasional tenke nakloke ba deputadu sira hotu hodi halo balansu ba desizaun polítika ne’ebé iha.

Iha loron dahuluk, Tersa (01/12), debate OJE iha jeneralidade, iha deklarasaun polítika, Prezidenti bankada Demokrátiku, Maria Lourdes de Sousa Bessa, afirma, povu hotu iha direitu atu asiste diretamente debates iha Parlamentu Nasionál, tanba ne’e la-apoia inisiativa kriasaun ba komisaun eventual ne’ebé hili de’it deputadu ba debate no hola desizaun taka ba públiku.

Entretantu sosiedade sivíl sira mos preokupa tebes ho komisaun eventuál ne’ebé tinan hirak ikus ne’e estabelese hodi debates ba OJE taka ba públiku.

“Prosesu debates iha jeneralidade no espesialidade ne’e tenki nakloke ba públiku, tenki involve deputadu sira hotu,” Peskizador La’o Hamutuk, Juvinal Dias hatete jornalista sira hafoin akopaña debates jeneralidade ba OJE, Kuarta (02/12), iha Parlamentu Nasionál.

Nia hatutan, kria komisaun eventual ne’e hafraku demokrasia, hafraku transparensia no kontabilidade tanba konstituisaun hatete  katak Parlamentu mak aprova orsamentu, la’ós  deputadu ida ka rua, tanba Parlamentu ne’e institusional.

“Se karik Parlamentu nafatin kontinua halo komisaun eventual otomatikamente ne’e hafraku demokrasia no hafraku mós transparansia no kontabilidade tanba fó poténsia ba konflik interese kamafia angaranbele akontese,” dehan nia.

Deputadu sira reprezenta povu Timor-Leste tanba ne’e, tenki deside polítika orsamental ida ne’ebé nakloke ba povu, katak povu tenki hatene saida mak deputadu deside iha PN labele iha kuartu laran.

Nia hatutan tan katak, karik komisaun eventual ne’ebé mak kontinua mak potensia korupsaun bele akontese, potensia hafraku boa governasaun no hafraku demokrasia mós sei akontese, tanba ne’e, atu evita lalika kria komisaun eventual.

Iha fatin hanesan xefe bankada CNRT, Natalino dos Santos hatete, CNRT sei mantein nafatin ho komisaun eventual para bele fasilita deskusaun iha espesialidade.

“CNRT afirma katak komisaun eventual ne’e sei akontese nafatin,” nia hatutan.(jos/dgx)
Timor Post

CNRT DUVIDA POLITIKA POUPANSA RUI ARAUJO


DILI – Bankada partidu CNRT iha Parlamentu Nasional lansa atake ida hasoru Primeiru – Ministru, Rui Maria de Araújo  kona-ba polítika  poupansa ne’ebé  laiha balansu, tanba realidade hatudu saláriu  asesor sira iha Gabinete Primeiru – Ministru (GPM) nian liu fali membru órgaun  soberanu.

Deputada bankada CNRT, Carmelita Caetano Moniz hatete, saláriu  vensimentu no bens de servisus li-liu iha GPM nian a’as tebes to’o lalehan.

Deputada Carmelita, ladun kompriende ho argumentu katak objetivu oinsa atu reduz no halo poupansa. Ida iha rúbrika  orsamentu ne’ebé  alokadu ki’ik ba Cathering,maibé iha fatin seluk aloka orsamentu ne’ebé  a’as ba rúbrika  ho item ne’ebé  tuir loloos bele kria injustisa sosial ba saláriu  sesor nasional no internasional. Orsamentu ne’ebé  aloka ba kategoria saláriu  no vensimentu no bens servisus a’as, tanba rekrutamentu ba asesor internasional no nasional.

“Senhor Primeiru – Ministru, ita bo’ot nia asesor hamutuk 29. Nain tolu internasional no restu Timoroan de’it. Ha’u louva ba ida ne’e, tanba ita hahú  ona polítika  Timorizasaun iha area asesoria. Maibé, ha’u nia lia menon ita tenke tetu hikas fali sira nia saláriu  bazeia ba sira nia kapasidade no esperiénsia ne’ebé  mak sira iha,” Deputada Carmelita levanta kestaun ne’e sesaun debate Orsamentu Jerál  Estadu (OJE) ba tinan fiskal 2016 iha Parlamentu Nasional, Dili Tersa (02/12).

Hatan kona-ba kestaun ne’e, Primeiru – Ministru, Rui Maria de Araújo  esplika loos duni iha preokupasaun la’ós  mai hosi  de’it deputada Carmelita Caetano Moniz, maibé hosi  mos membru governu balun.

Nia hatutan, kona-ba asesor sira ne’ebé  iha GPM nomos kestaun ne’ebé  ligadu ho sira nia saláriu  no injustisa sosial katak kestaun ida dependensia ba naun-funsionariu publiku iha administrasaun publiku ne’e sei bo’ot tebes. Kuandu hare didiak lista pagamentus hosi  Ministeriu Finansas durante Outubru nia laran de’it iha ema nain 850 iha administrasaun publiku hotu mak la’ós  funsionariu publiku. Ema sira ne’e kada fulan Estadu tenke gasta osan hamutuk millaun US$millaun US$ 2.6.

“Infelizmente lista saláriu  ne’e lahanesan. Saláriu  asesor iha instituisaun balun bo’ot tebes, maibé ha’u lakohi temi instituisaun ne’e nia naran no ida ne’e problema ida duni,” rekonhese PM Rui.

Atu resolve problema saláriu  asesor, tuir PM Rui katak governu aprova tiha ona dekretu governu idaatu regula saláriu  bacontratos a termo certo e administracao publica.

“Ha’u hakarak atu fo emphaze katak cathering ka hahan ne’e nu’udar ijemplu ida de’it hosi  kestaun poupansa. Governu ida ne’e promove poupansa la’ós  de’it iha area cathering, maibé iha kestaun sira seluk. Inklui mos utilizasaun kombustivel ba karreta Estadu, manutensaun ba patrimoniu Estadu. Li-liu ba buat hotu ne’ebé  iha ligasaun ho ben no servisus no buat hotu ne’ebé  tama iha despezas super flu,” klarifika PM, Rui.(oki)

Timor Post

Governu Gasta Osan Juta 4 ba Kompania Internasional 2 Produs PI


DILI - Ministeriu Justisa offisialmente asina kontratu ho kompania internasional Jemalto husi Singapura no Vise Mitra husi Indonesia, ba projetu Passaporte Elektroniku (PI) ho total osan $ 4 miloens.

Tuir Ministru Justisa, Ivo Valente katak, servisu neebe governu liu ona mak prosesu faze konkursu. No agora tama ba fase atu halo passaporte foun iha 2016 mai, passaporte elektronika neebe sei tuir estandar internasional nian. Neemak ohin governu offisialmente halo asina kontratu ho kompania rua nee hodi produs passaporte elektronika iha 2016.

Ita bele halo ona passaporte foun iha 2016 mai. Agora ita sei uza lai ida neebe tuan nee, depois sira produs dadauk mak fase tuir mai ita sei fo modelu ba sira mak depois produsaun tinan ba tinan mak ita dada ida fali hodi lansa ida foun nee.  Vantajen husi passaporte foun neemak passaporte elektrojnika nee uza ship elektroniku, ita nia identidade iha laran hotu. Ema neebe uza pasaporte ida nee nia bele ba abontade iha seguransa ba nia identidade nudar Timor oan tanba iha kedas ship,” dehan Ivo ba jornalista, depois asina kontratu ho kompania rua nee iha Sentru Formasaun Judisiariu, Caicoli, Kinta (03/12/2015).

Nia hatutan, bainhira tama iha kualker Aeroportu, makina lee identidade nee hetan kedas. Neemak vantajen diak liu ho pasaporte ida neebe mak agora iha. Passaporte nee sei hahu iha tinan oin mai mak foin produs.

Entertantu antes nee Diretora Nasional Rejistu Notariadu Maria Fatima hatete, iha 2015 nee governu tau ona orsamentu atu halo passaporte elektroniku, tuir estandar internasional nian. Informasaun kompletu iha STL Jornal no STL Web, edisaun Sesta (4/12/2015). Domingas Gomes/Joao Anibal

Suara Timor Lorosae

Kontratu Governu-Hyundai Iha Irregularidade, Guilhermino: “Ami Rezeita Vistu Husi Governu”


DILI - Prezidente Tribunal de Contas Guilhermino da Silva, rekuza no rezeita, desizaun vistu priviu ba kontratu entre governu ho kompania Koreana Hyundai, tamba iha iregularidade barak, maibe governu rekore, neduni kazu nee agora suspende hela.

Lia hirak nee hatoo husi Prezidente Tribunal de Contas Guilhermino da Silva, ba jornalista sira, hafoin remata Aniversariu Sentru Formasaun judisiariu ba dala 13, iha Sentru Formasaun, Caicoli, Dili, Kinta (03/12/2015).

Konaba vistu Prosesu tenderizasaun Suai Supply Base nee ami foti dezisaun tiha ona, dezisaun nee ami rekuza no rezeita desizaun vistu priviu ba kontratu entre governu ho kompania Koreana Hyundai,” hateten Guilhermino.

Nia hatutan husi governu rekore, maibe juiz ihaTribunal Recursu hare ba Tribunal de Contas nee iha Juiz nain 3 deit, tamba nee la iha tan juiz seluk atu atende, entau kazu nee suspende hela, tamba lei bandu Juiz neebe deside tiha ona, la bele repete  tan dala ida.

Iha parte seluk Peskizador ONG Lao Hamutuk Juvinal Dias hateten tuir sira nia hanoin Tribunal de Contas iha direitu atu husu responsabelidade estadu ida nee, ezemplu se kontratu liu ona tokon ida ba leten, tribunal tenki fo vistu, se karik iha kontratu ruma neebe la iha vistu husi Tribunal nee katak iha iregularidade. Informasaun kompletu iha STL Jornal no STL Web, edisaun Sesta (4/12/2015). Joao Anibal/ Domingas Gomes

Suara Timor Lorosae

Veto OGE 2016, CNRT Apoiu Orsamentu Infrastrutura, PD-Fretilin Defende Dezemvolve Ekilibriu


DILI - Reprezentante Povu iha uma Fukun Parlamentu Nasional (PN) husi Bankada CNRT fo apoiu masimu Orsamentu Jeral Estadu (OJE) 2016, neebe aloka ba iha Infrastrutura maibe PD no Fretilin defende dezemvolvimentu ekilibriu, maske Prezidente Republika Ameasa la promulga orsamentu nee.

Hatan konaba Pozisaun CNRT kuandu Prezidente Republika Taur Matan Ruak Veto Orsamentu Zeral Estadu 2016, Natalino hatete kompetensia Prezidente nian maibe husu Prezidente Republika atu hare ho realistiku ba orsamentu.

Bankada CNRT sei aprova no garantia hodi fo apoiu total ba Orsamentu Jeral Estadu neebe governu aprezenta mai iha Parlamentu, ami fo apoiu total 100% ba orsamentu infrastrutura neebe governu aprezenta,” dehan Natalino ba Jornalista, Kinta (03/12/2015) iha PN.

Tuir Xefi Bankada CNRT Natalino dos Santos katak kompetensia deputadu sira atu halo aprovasaun ba orsamentu, no governu iha kompetensia hodi hatoo ninia Orsamentu Jeral Estadu tuir kalkulasaun governu ninia kapasidade.

Iha fatin hanesan Xefi Bankada Fretilin Aniceto Guterres hatete Prezidente Republika bele ezerse ninia kompetensia neebe konstitusaun fo, mais Parlamentu sei ladepende ba Prezidente Republika ninia komentariu no Ameasa neebe halo.

Nune mos Xefi Bankada PD Maria Lourdes Bessa hatete Bankada PD Mos demostra preokupasaun tamba orsamentu neebe mak ba iha seitor vitais hare ba povu ninia moris hanesan edukasaun, Agrikultura, komersiu, turismu orsamentu tun hotu maibe orsamentu ba infrastrutura sae makas. Informasaun kompletu iha STL Jornal no STL Web, edisaun Sesta (4/12/2015). Timotio Gusmao

Suara Timor Lorosae

Falta frente unida envesde revolusionária hodi Timór ukun-aan - Abílio Araújo


Polítiku timor-oan iha 1974/75 tuir lolos tenke kria frente unidas no la’os frente revolusionária, ne’ebé bele buka independénsia bazeia ba potensiál rejiaun nian, defende eis-dirijente Fretilin, Abílio Araújo. 

“Lahnoin kona-ba polítika ida hodi bele halibur ajente polítiku hirak ne’ebé desizivu nomós importante,” dehan durante entrevista ho Lusa.

Abílio Araújo ne’ebé hetan konsiderasaun hanesan mos fundadór ida ba movimentu libertasaun nasionál timor-oan nian, hateten kona-ba partidu tolu ne’ebé ativu liu durante períudu ikus hosi prezensa portugés nian iha Timor-Leste nomós molok invazaun indonézia.

Maka hanesan União Democrática Timorense (UDT), partidu dahuluk timor-oan ne’ebé defende tranzisaun ida ho administrasaun portugés to’o independénsia, tuir maka Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) ne’ebé ikus mai proklama unilaterlamente independénsia iha 28-novembru-1975 ho Associação Popular Democrática Timorense (Apodeti), ne’ebé defende integrasaun ba iha Indonézia.

Tuir Araújo, hanesan ema ida ne’ebé mos kria programa no manual polítika hosi Fretilin no nu’udar ministru Estadu ba Asuntu Ekonómika no Sosiál hosi I Governu, “tenke ihatoleránsia barak, nomós klarividénsia” hodi hamosu “radikalismu hosi parte hothotu”.

Nia mos konsidera katak timor-oan sira “prepara ona hodi moris mesak/livre”, nasaun ne’e labele kontinua moris lahó definisaun ne’ebé kria hosi 25-abril iha Portugal no integrasaun ba Indonézia, Suharto, xefe Estadu Indonézia nian ne’ebé uluk lahanoin kona-ba ne’e.

“Laiha serteza ba Timór ninia futuru, teze federalismu lakleur no ami tenke integra duni ba Indonézia. Maski integrasaun ba Indonézia bele sai hanesan opsaun ida, maibé rejime Suharto nu’udar rejime ida ne’ebé ladun di’ak ba Timór, tanba rejime ho ditadura militár. Maski nune’e, opsaun maka tenke ukun-aan”, nia dehan.

Liu tiha dékada haat, kontinua debate to’o ikus mai Abílio Araújo kontribui duni ba radikalizasaun polítika ne’e, liu-liu hahú hosi setembru 1974 bainhira nia fila hikas mai Timor-Leste ho grupu estudante timor-oan ida ne’ebé hala’o estudu iha Portugal.

António Carvarinho Maulear, Vicente Manuel Reis, Abílio e Guilhermina Araújo, Roque Rodrigues, Rosa Bonaparte no Venâncio Gomes da Silva maka sai hanesan instrumentu ba transformasaun hosi Associação Social Democrática de Timor (ASDT) ba Fretilin no, paralelamente hosi ninia radikalizasaun polítika.

“Lahanesan. Razaun ne’e maka halo ha’u sai. Iha 74 ha’u iha ne’e, ha’u ho ha’u-nia feen iha ne’e desde setembru to’o finál fulan dezembro, maibé iha 75 ami sai ona. Hosi grupu ida ne’ebé mai, ami de’it maka desidi fila bá Portugal no iha tempu ne’ebá ha’u mos kontra masa estudante ne’ebé to’o mai”, dehan. Nia defende katak radikalizasaun mosu erru hosi “elite” sira ne’eb’e domina Fretilin no ne’ebé “pratikamente lori teoria hosi rai liur”, no “labazeia ba realidade iha rai-laran”.

Nia konsidera katak erru bot ida maka transforma Apodeti ba “inimigu prinsipál”, Araújo hateten katak ninia fundadór balun uluk hanesan ema “ho orijen antikolonialista ne’ebé forte” no ikus mai “sai hanesan vítima hosi administrasaun koloniál nian”.

Araújo bá dok liu tiha no hateten katak hosi Apodeti maka “hamosu jerasaun foun ne’ebé depois kontinua luta ba frente klandestina nomós frente urbana”, nomós nu’udar jovens hirak ne’ebé rona sira-ninia inan/aman “lamenta no kritika prezensa indonézia, violénsia no larespeita kultura ho identidade hosi povu Timór nian”.

Ko’alia mos kona-ba Abílio Osório ninia papel, hanesan ema Apodeti nian ida mos ( no ne’ebé nu’udar Governadór hosi 1992 to’o1999), ne’ebé “salva ona Fretilin ninia ema barak” iha ninia kargu uluk, bainhira sei hanesan xefe Serbisu Obras Públikas nian, bainhira “kombate radikalismu ho ezisténsia sekretarismu nian”.

Haktuir mos kona-ba papel hosi Mário Carrascalão, fundadór UDT nian ida nomós hanesan governadór molok Abílio Osório Soares, ne’ebé “hahú loke Timór no fó dalan atu ema estranjeiru sira mai”, maka apoia formasaun timor-oan nian no harii ba dahuluk universidade iha rai-laran.

SAPO TL ho Lusa – foto @Gabinete Primeiru Ministru Timor-Leste

Líder istórika sira defende importánsia hosi dalen portugés ba ukun-aan ne’e


Líder istóriku timor-oan barak maka konsidera portugés importante ba Timór ninia prezente no futuru no ema barak maka hahú ko’alia ona dalen refere, lahanesan ho períudu koloniál. 

“Presiza duni tempu, naturalmente. Maibé la’os difisik. Ukun-aan maka ukun-aan. Maski nune’e ita konsege. Tanba sá portugés la’e?” kestiona Prezidente Repúblika, Taur Matan Ruak, bainhira halo deklarasaun ba Lusa.

Ba líder timor-oan barak, bainhira komemora tinan proklamasaun independénsia ba dala haat nulu nomós tinan 500 portugés-oan sira to’o iha Timór, konsidera katak ensinu lian portugés la’o daudaun, maibé importante liu maka atu jerasaun ida hakarak atu aprende.

Maski ema barak kontra opsaun refere, maibé Taur Matan Ruak defende katak “politikamente, eskolla ne’e maka los” tanba dalen portugés maka sai hanesan “fatór identidade” timor-oan nian. “Buat di’ak ne’ebé ami halo maka eskolla ona portugés.

Esplika katak eskolla ne’e hanesan kestaun identitária, la’os polítika de’it. Identitária. Lian ho relijiaun: fatór rua ne’ebé sustenta ita-ninia estrutura identitária. Hodi permanese. Hosi fatór rua ne’e maka halo ita diferente iha rejiaun ne’e”, tenik xefe Estadu, no hatene difikuldade hosi prosesu refere.

“Bainhira los maka timor-oan sira sei ko’alia portugés? Sei lori tempu. Liu-liu bainhira iha área prioritária seluk ho infraestrutura iha rai laran. Bainhira ami hamenus ona ida ne’e, maka foin bele hakat fali ba área seluk. Área ida maka lian ne’e duni”, esplika.

Tuir Taur Matan Ruak, joven sira ne’ebé estuda indonézia ka inglés, agora daudaun “tenke halo sakrifísiu” atu aprende fila fali portugés, tanba nu’udar “jerasaun jeneroza”.

José Ramos-Horta, Prémiu Nobel nomós eis-xefe Estadu mos konsidera katak lian portugés sei lalakon – “lahanesan uluk” – tanba iha de’it tinan 13 nia laran, ema ne’ebé ko’alia lian refere, aumenta tan.

“Portugés mai atu hela no ha’u haree polítiku sira ne’ebé uluk lako’alia, agora ko’alia hotu ona”, dehan. Ba Ramos Horta, nasaun ne’e tenke konsolida hanesan fatin ida ba lian haat, “tétun maka forte no moderniza liu, no mistura ho portugés maka barak liu”, no ema ne’ebé ko’alia portugés, indonézia no inglés mos hahú aumenta.

Francisco Guterres ‘Lu-olo’, eis-prezidente Parlamentu Nasionál nomós prezidente Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente) “hanoin hikas” kona-ba opiniaun hosi ema sira ne’ebé iha hanoin atu portugés labele sai lian ofisiál ba Timor-Leste.

Ninia partidu kontinua defende portugés hanesan lian ofisiál, hanesan mos tétun, tanba “hanesan partikularidade fundamentál ba nasaun seluk hosi rejiaun ne’e”.

“Iha duni ema ne’ebé hasoru difikuldade atu ko’alia portugés – ha’u mos hanesan – maibé ha’u hatene tanba ita tenke ko’alia portugés. Iha tempu Indonézia, eskola Externatu S. José maka sai nu’udar eskola ne’ebé tropa indonézia sira buka atu estraga tanba hanorin disiplina ho lian portugés”, hateten.

“Saida maka sira hakarak iha tempu ne’ebá maka halakon dalen portugés nomós sinál hothotu ne’ebé portugés husik hela. Sira hakarak kombate buat hirak ne’e hotu. Atu halo saida? Atu hamate povu ne’e ninia klamar. Ha’u tenke hateten karak atu oho alma hosi povu ne’e”, dehan Lu-Olo Responsável hosi Fretilin ne’e hakarak atu Governu halo esforsu ba material refere, espesialmente liu hosi eskola referénsia, no konsidera katak “ema se maka lamuda mentalidade, maka ema seluk sei liu nia”.

Mário Carrascalão, eis-visi-primeiru ministru, insisti katak portugés maka importante ba prezente nomós futuru Timor-Leste nian, liu-liu iha rejiaun ne’ebé halo viziñu ne’ebé forte ho Indonézia no Austrália.

“Ema ne’ebé iha hanoin la’os de’it ho fuan, maibé mos ho ulun, tenke hanoin katak portugés maka importante ba sobrevivénsia Timór nian nu’udar nasaun independente ida”, hateten.

“Iha área ne’e Timór de’it maka ninia lian ofisiál portugés. No ida ne’e maka hanesan marka independénsia nian. Presija atu nai-ulun sira lamo’e atu hateten katak karik la’os portugés sira maka okupa parte ne’e, maka parte ne’e duni nunka atu ukun-aan mesak”, hateten.

Haktuir hikas katak rezolusaun rasik hosi ONU kona-ba deskolinializasaun Timor-Leste ne’ebé halo, bazeia ba fronteira koloniál, tanba ne’e maka Carrascalão haktuir fali kona-ba influénsia no poder ne’ebé Indonézia kontinua asumi no bele ka’er kona-ba identidade timor-oan nian.

“Etnikamente ami hanesan de’it, povu Timór aprende lais liu indonézia, iha Timór ezisti katólika, Atambua mos iha”, hateten. “Ekonomikamente depende barak liu hosi Indonézia. Kombustível ne’ebé ami iha mai hosi Indonézia, bens ne’ebé ami konsumu kuaze mai hotu hosi Indonézia”, dehan.

SAPO TL ho Lusa – foto @cantunes

Timor-Leste conta com petroleiro para abastecer zonas mais isoladas


Díli, 03 dez (Lusa) -- As zonas mais isoladas de Timor-Leste vão passar a ser abastecidas de combustíveis através do primeiro petroleiro do país, um projeto do empresário Abílio Araújo, cuja empresa é uma das fornecedoras do Estado timorense.

O navio, apresentado na quarta-feira, foi batizado com o nome Dato Siri Loe, um dos chefes tradicionais timorenses que resistiu ao poder colonial português.

"O nosso país passa a dispor de um navio que, além do serviço de transporte de combustíveis para as diversas regiões, funcionará também como depósito flutuante para assegurar o abastecimento permanente de combustíveis", explicou Abílio Araújo.

Construído entre 2012 e 2013 e em serviço desde 2014, o navio foi comprado à empresa indonésia PT Lima Srikandi Jaya, subsidiária do Harita Mineral Group, principal produtor de níquel da Indonésia.

Com uma tripulação de 16 homens, 88 metros de comprimento e um porte de 3.200 toneladas, o navio, propriedade da Sacom Energia, tem capacidade para transportar 4.210 metros cúbicos de combustíveis (ou cerca de 4,2 milhões de litros).

Segundo o empresário, esta opção permite que o país deixe de estar "dependente de operadores estrangeiros" na distribuição dos combustíveis.

ASP // MP/PJA

Timor-Leste espera assinar em breve novo protocolo na área da justiça com Portugal


Díli, 03 dez (Lusa) - O ministro da Justiça timorense, Ivo Valente, disse hoje à Lusa estar à espera de luz verde do Executivo português para a assinatura de um novo protocolo de cooperação na área da justiça, centrado na formação.

"Sei que ainda precisamos de apoio dos atores internacionais, nomeadamente de Portugal", disse à Lusa, explicando que já escreveu à nova sua homóloga portuguesa, Francisca Van Dunem, que tomou posse na semana passada.

"Espero que em breve possamos assinar um novo protocolo para continuar o apoio, incluindo o apoio ao centro de formação jurídica", disse.

Ivo Valente falava à agência Lusa à margem de uma cerimónia do 13.º aniversário do Centro de Formação Jurídica de Timor-Leste que, explicou, está a ser alvo de uma reforma.

"Estamos a preparar uma reforma do centro de formação jurídica e nesta reforma vamos alterar muitas coisas. Dar mais independência ao centro, criar um centro de formação judiciária e de direito", disse.

"Esperamos que no início de 2016 estejam já aprovados os três diplomas para este centro e com essa reforma podemos ver qual é a nossa capacidade", sublinhou.

Na sua intervenção na cerimónia, Ivo Valente sublinhou que Timor-Leste precisa de um "setor judicial autónomo e independente" com "recursos humanos adequadamente formados".

Neste âmbito, considerou que o centro de formação jurídica e as várias áreas da justiça em que atua tem "um papel importante no fortalecimento do sistema judiciário".

"Só nos últimos três anos, entre cursos de formação, das mais variadas temáticas, cursos de tradutores jurídicos, cursos de auditores, cursos de língua portuguesa e de cursos de preparação em língua portuguesa, passaram pelo Centro de Formação Jurídica mais de mil formandos", afirmou.

Ivo Valente sublinhou ainda que apesar das deficiências e limitações de tempo, o centro foi responsável "pela formação certificada de 34 juízes, 33 procuradores, 30 defensores públicos, 72 advogados e 21 notários e conservadores".

Entra-se agora num novo ciclo em que é "necessário reforçar o número dos atores judiciários para ocuparem as posições das instituições judiciárias que falta ainda implementar" e para expandir geograficamente os serviços, acrescentou.

Assim, disse ser "indispensável desenvolver programas de formação estruturados e apostar na formação contínua especializada dos vários profissionais da justiça", com uma "mudança de paradigma" no que toca a "parcerias internacionais".

"Uma nova fase que implicará, necessariamente, uma maior responsabilização de todos os atores e intervenientes, tanto internacionais, como, em especial, os nacionais", frisou, acrescentando: "É chegado o momento de regular, de modo claro e objetivo, as atividades de formação dos profissionais do setor da justiça, com vista à criação, capacitação e ao fortalecimento de carreiras técnica e deontologicamente preparadas, de elevada isenção e competência, que possam assegurar a vitalidade do sistema de garantias dos direitos dos cidadãos".

Em paralelo, sublinhou ser ainda necessário promover "uma política bilingue, através do reforço do ensino da língua portuguesa e do desenvolvimento do tétum jurídico".

Durante o evento de hoje foi ainda assinado um contrato de 4,2 milhões de dólares entre o Governo timorense e uma empresa indonésia para a implementação do sistema de emissão do passaporte eletrónico, que deverá começar a ser impresso no início de 2016.

ASP // MP

Oportunismo político 'criou' falsa divisão leste-oeste em Timor-Leste - Abílio Araújo


Díli, 03 dez (Lusa) - Um dos fundadores da Fretilin, Abílio Araújo, considera, em entrevista à Lusa, que o oportunismo político criou e alimentou uma divisão falsa entre o leste e o este do país, apenas para gerar instabilidade e confusão.

"Houve muito oportunismo político, que encobriu toda a história e todo o processo de luta. Por parte de várias pessoas", refere Abílio Araújo, em entrevista à Lusa.

"Houve em determinados momentos da nossa luta a ideia e a opinião de que só foram os leste-timorenses, os da ponta leste, que fizeram a luta. Isso não é verdade, porque a luta, de facto, as grandes campanhas de cerco e aniquilamento até começaram pela fronteira, onde muita gente morreu, não só os de oeste como os de leste", afirma.

Araújo, um dos criadores do programa e manual político da Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente) e ministro de Estado para os Assuntos Económicos e Sociais do I Governo, insiste que a luta foi ganha "por haver um espírito de comunidade, de povo".

A ideia "de que uns lutaram e outros não lutaram" demonstra "desconhecimento da história e oportunismo, de quem não quer transmitir mas quer mistificar a realidade", o que, diz, cria "ideias falsas e o terreno propício e favorável para a instabilidade".

Pontualmente ao longo das últimas décadas - e mais recentemente nos confrontos de 2006 que levaram à queda do Governo da Fretilin, liderado por Mari Alkatiri - houve referências a uma suposta divisão entre as zonas mais a leste do país e as mais próximas à fronteira com Timor indonésio.

Referências a termos como lorosae (da ponta leste) e loromono (da parte oeste) ou aos firacos (mais ao leste) e os caladi (mais a oeste) ou tentativas de 'contabilizar' quem mais contribuiu para a luta ou quem era mais ou menos a favor da independência.

Uma divisão que, imaginária ou não, real ou simbólica, acaba por surgir em momentos de tensão e instabilidade política e até mesmo, em alguns casos, na contabilidade de apoios eleitorais ou políticos.

Apesar disso, Araújo insiste que "a divisão Leste/Oeste é uma divisão que nunca existiu", sublinhando que os laços exogâmicos, pelo casamento, tornaram os timorenses quase todos família, "mas o genocídio destruiu parte disso".

Lá fora, e apesar de divisões e diferenças que se manifestaram com maior ou menor intensidade durante toda a ocupação indonésia, também havia uma unidade de propósito "porque toda a gente andava a atacar a Indonésia".

"Toda a gente lá fora, cada um a dar os tiros por seu lado, mas estavam todos a tentar atingir a Indonésia na denúncia do genocídio, da violação dos direitos humanos e da militarização que estava a ocorrer em Timor", disse.

Recorda que depois da morte de Nicolau Lobato (considerado pai da nação timorense e segundo presidente, que morreu em 1978), houve "dois anos de desorganização total das forças, ficando a reorganização cargo de Xanana Gusmão e de Ma'Huno, "os dois únicos sobrevivente do Comité Central".

Em março de 1981, recorda, realizou-se em Timor-Leste a primeira Conferência Nacional de Reorganização das Forças onde, apesar de não participar, Abílio Araújo garante ter sido eleito secretário-geral da Fretilin e onde se vincou a ideologia marxista-leninista.

Uma fase de "maior radicalização" - antes da despartidarização que Xanana Gusmão conduziria pouco tempo depois - em que o partido proclamou "aos sete ventos que era comunista, um partido marxista-leninista".

Opção que diz não ter apoiado e que considera "contraproducente" porque na altura havia já uma aproximação à Igreja.

Progressivamente Fretilin e UDT (União Democrática Timorense), primeiro partido timorense e que defendeu em 1974 uma transição para a independência ou autonomia sob Portugal, foram-se aproximando.

Projetos como a Convergência Nacionalista, esforços que acabaram por criar o Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT) ou outras iniciativas de aproximação das várias correntes timorenses foram-se consolidando.

Abílio Araújo considera mesmo que um dos momentos mais importantes da luta foi a decisão dos timorenses, apesar de divergências anteriores (e algumas posteriores) terem decidido "sentar-se juntos", incluindo os que "estavam a trabalhar com os indonésios".

"O diálogo timorense inclusivo, que decorreu na Áustria sob os auspício das Nações Unidas, foi um marco decisivo, porque veio dar uma nova força, um novo alento, à luta diplomática que Portugal estava a desenvolver", disse, referindo-se aos encontros de 1993.

"E nisso o que eu posso dizer, como ninguém fala, ou se falam procuram denegrir a minha contribuição, quero dizer, é que tive uma grande contribuição, não direi exclusiva, mas uma grande contribuição com a minha entrada na Indonésia e os contactos com os vários sectores, nomeadamente o futuro presidente (indonésio) Habibie", disse.

ASP // PJA

Líderes históricos defendem importância do português para a independência


Díli, 03 dez (Lusa) - Vários líderes históricos timorenses consideram que o português é essencial para o presente e futuro do país e que o seu uso está a aumenta, mesmo em comparação com o período colonial.

"Vai levar tempo, naturalmente. Mas não é difícil. Difícil foi a independência. Mesmo assim conseguimos. Porque não o português?" -- questionou, em declarações à Lusa, o Presidente da República, Taur Matan Ruak.

Para muitos dos líderes políticos do país, num momento em que Timor-Leste comemora 40 anos da proclamação da independência e os 500 anos da chegada de portugueses à ilha, o ensino da língua está em curso mas será necessária ainda uma geração para consolidar a aprendizagem.

Reconhecendo que há pessoas contra essa opção, Taur Matan Ruak defende que "politicamente foi a escolha certa", porque a língua portuguesa é "um dos fatores da identidade" timorense.

"A melhor coisa que fizemos foi escolher. Explicando que a escolha é uma questão identitária, não apenas política. É identitária. A língua e a religião: dois fatores que sustentam toda a nossa estrutura identitária. É para permanecer. Retirar isso é deixarmos de ser diferentes na região", afirmou o chefe de Estado, reconhecendo as dificuldades do processo.

"Quando é que todo o timorense vai falar português? Vai levar anos. Especialmente quando há outras áreas prioritárias com as infraestruturas do país. Na medida em que reduzimos isso, os recursos podem ir para outras áreas. Uma delas é a língua", explicou.
Para Taur Matan Ruak, o facto de os jovens, que estudaram indonésio ou inglês, estarem agora "a aceitar o sacrifício" da reintrodução da língua portuguesa mostra que são uma geração "generosa".

José Ramos-Horta, Prémio Nobel e ex-chefe de Estado, também considera que a língua portuguesa não vai desaparecer - "antes pelo contrário" - e que em apenas 13 anos já aumentou muito o número de falantes no país.

"O português veio para ficar e vejo muitos políticos que na altura não falavam e hoje falam", disse.

Para Ramos-Horta, o país deverá consolidar-se como um espaço de quatro línguas, com "um tétum forte e mais modernizado e com bastante mais português pelo meio", o português, o indonésio e o inglês, cujo número de falantes também cresceu.

Francisco Guterres 'Lu-olo', ex-presidente do Parlamento Nacional e presidente da Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente) atribui a um "sentimento de saudosismo" a opinião dos que pensam que o português não deve ser a língua para Timor-Leste.

O seu partido, assegura, continua a defender o português como língua oficial, a par do tétum, já que esta é "uma particularidade fundamental relativamente a outros países da região".

"Existem realmente pessoas que têm alguma dificuldade em falar português - eu também tenho - mas eu entendo porque é que devemos falar a língua portuguesa. No tempo da Indonésia, a escola Externato S. José foi alvo de perseguição das tropas indonésias precisamente por estarem a lecionar a língua portuguesa", disse.

"O que eles queriam era acabar com a língua portuguesa e com todos os sinais que os portugueses deixaram. Queriam combater isso tudo. Para quê? Para matar a alma deste povo. Eu devo dizer que era para matar a alma desse povo", insistiu Lu-Olo.

O responsável da Fretilin defende mais esforços do Governo nesta matéria, especialmente através das escolas de referência, e considera que quem não "mudar de mentalidade, vai ficar ultrapassado".

Também Mário Carrascalão, ex-vice-primeiro-ministro timorense, insiste que o português é essencial para o presente e futuro de Timor-Leste, especialmente numa região com vizinhos tão fortes como a Indonésia e a Austrália.

"Quem quiser pensar não só com o coração mas com a cabeça tem que pensar que o português é imprescindível para a sobrevivência de Timor como pais independente", afirmou.

"O único país nesta área que tem como língua oficial o português é Timor. É isso que marca a independência. É preciso que os governantes não tenham vergonha de dizer que se não fossem os portugueses a ocuparem essa parte, esta parte nunca seria independente sozinha", afirmou.

Recordando que as próprias resoluções da ONU sobre a descolonização de Timor-Leste se fizeram com base nas fronteiras coloniais, Carrascalão recorda a influência e o poder que a Indonésia continua a exercer e pode exercer sobre a identidade timorense.

"Etnicamente não somos diferentes, o povo timorense aprendeu rapidamente o indonésio, em Timor existem católicos em Atambua também", disse.

"Estamos economicamente altamente dependentes da Indonésia. Todo o nosso combustível vem da Indonésia, os bens de consumo quase todos são da Indonésia", afirmou.

ASP // PJA

Universidade de Macau "não vai cortar nos cursos de língua portuguesa" -- Reitor


Macau, China, 03 dez (Lusa) -- O reitor da Universidade de Macau, Wei Zhao, disse hoje que a instituição "vai continuar a fazer esforços para a formação da língua portuguesa" e que "não vai cortar nos cursos" de português.

Wei Zhao falava a propósito da notícia divulgada na terça-feira de que a Universidade de Macau decidiu acabar com a oferta da cadeira de português como disciplina opcional para os estudantes de cursos que não integram o departamento de estudos portugueses.

"Quero esclarecer a situação. Continuamos a fazer esforços para a formação de língua portuguesa. Temos mais três professores de língua portuguesa. Fomos a Portugal e Cabo Verde para contratar. Temos de ver que temos os cursos de licenciaturas com cadeiras obrigatórias e de opção", afirmou, na Assembleia Legislativa de Macau, durante a apresentação das Linhas de Ação Governativa para 2016, que incluem a tutela da Educação, e depois de a questão ter sido levantada pelo deputado Pereira Coutinho.

"Depois de um estudo que fizemos, dentro da Universidade de Macau, esperamos que mais alunos possam optar por mais disciplinas, mas que estas sejam ideais nos seus cursos. Temos de comunicar melhor sobre isto. Não vamos cortar nos cursos de língua portuguesa, isso não", acrescentou.

Na mesma sessão, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, reafirmou a aposta na formação de quadros bilingues em Macau.

"No âmbito do ensino superior, através do investimento e da reorganização dos recursos existentes, promover-se-ão projetos de formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português, assim como na cooperação na área do ensino e da investigação, a fim de transformar Macau num centro de formação de quadros qualificados bilingues de língua chinesa e portuguesa na região da Ásia-Pacífico", afirmou.

Alexis Tam referiu ainda o objetivo de elevar "o nível de ensino de mandarim e das línguas portuguesa e inglesa" nas escolas.

Ainda no âmbito escolar, reafirmou o objetivo de nas próximas duas décadas criar condições para a mudança de 15 escolas, que atualmente funcionam em andares de prédios. O projeto, intitulado "Céu Azul", visa "criar um melhor ambiente de estudo para o desenvolvimento dos alunos".

No âmbito da diversificação turística, o secretário anunciou o lançamento do programa "Anim'Arte Macau", que inclui a dinamização da zona das casas-museu da vila da Taipa, em Macau, que vai ser requalificada de modo a receber cafés, esplanadas, exposições e espaços de gastronomia, incluindo um restaurante português.

Neste programa está ainda incluída a transformação do Centro de Atividades Turísticas num museu temático do Grande Prémio; o estudo de viabilidade da criação de passeios de barco entre a Península de Macau e as ilhas de Coloane e Taipa e o estudo da criação de cafés, esplanadas e de instalações culturais e criativas junto do Lago Nam Vam.

O "Anim'Arte Macau" abrange ainda a comemoração do 110.º aniversário de Xian Xinghai, e o início dos preparativos para a criação de uma casa memorial com o nome do músico.

FV // VM