domingo, 6 de novembro de 2016

Vulcão do Monte Sinabung na Indonésia entrou em erupção


Jacarta, 06 nov (Lusa) -- O vulcão Sinabung, um dos mais ativos da ilha indonésia de Samatra, entrou em erupção no sábado, expelindo uma coluna de cinzas de até 1,5 quilómetros de altura, informaram hoje as autoridades.

A erupção ocorreu às 07:46 (00:46 em Lisboa) com a libertação de rochas incandescentes e de cinza para leste e sudeste da cratera, explicou o porta-voz da agência de gestão de desastres, Sutopo Purwo Nugroho, à Xinhua.

Um alerta para o perigo de explosão de lava foi emitido para as comunidades que vivem perto do sopé do vulcão.

Turistas e visitantes estão impedidos de aceder à encosta, no distrito de Karo, a um raio de três quilómetros de distância da cratera, indicou o mesmo responsável à agência noticiosa chinesa.

O Monte Sinabung, de 2.460 metros, tem mostrado, desde setembro de 2013, uma atividade incessante, depois de ter 'despertado' pela primeira vez em agosto de 2010 ao fim de 400 anos 'adormecido'.

Anteriores erupções vulcânicas provocaram problemas no tráfego aéreo da região e causaram vítimas mortais.

A Indonésia assenta sobre o chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica, albergando mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 continuam ativos e 65 são qualificados como perigosos, incluindo o Sinabung.

DM // DM

China diz que tem de agir para travar separatismo em Hong Kong


Pequim, 06 nov (Lusa) -- O Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da China afirmou ter de intervir na disputa em Hong Kong para travar os defensores da independência daquela Região Administrativa Especial, classificando tais atos como uma ameaça à segurança nacional.

A agência oficial chinesa Xinhua noticiou, na noite de sábado, que o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular -- constitucionalmente definido como o "supremo órgão do poder de Estado" da China -- afirmou que Pequim não pode dar-se ao luxo de não fazer nada diante dos desafios colocados à autoridade da China em Hong Kong.

A disputa tem que ver com a manifestação de um sentimento anti-China por parte de dois deputados pró-independência, eleitos em setembro, durante a cerimónia dos seus juramentos no mês passado.

A Xinhua cita um comunicado do órgão que refere que as ações dos dois deputados "representam uma grave ameaça à soberania e segurança nacional".

À semelhança dos restantes 68 deputados, Baggio Leung e Yau Wai-ching, dois 'localists' do Youngspiration eleitos nas legislativas de 04 de setembro prestaram juramento a 12 de outubro, mas recorrerama ao uso de várias formas de protesto.

Ambos desviaram-se do 'script', pronunciando a palavra China de uma forma considerada ofensiva e acrescentaram palavras suas às do juramento, comprometendo-se a servir a "nação de Hong Kong".

Esses juramentos não foram aceites e o presidente do LegCo decidiu dar a oportunidade aos deputados de os repetirem.

No entanto, o chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, pediu uma intervenção urgente do tribunal.

O juiz decidiu contra o pedido do chefe do Executivo, que teria impedido a repetição dos juramentos, mas deu luz verde a uma revisão judicial, também pedida por CY Leung, desafiando a decisão do presidente do Legco.

O veredicto dessa revisão judicial ainda não chegou.

Contudo, o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da China decidiu discutir a interpretação de um artigo da Lei Básica (miniconstituição) de Hong Kong sobre os juramentos dos deputados do LegCo (Conselho Legislativo, parlamento), considerada necessária e oportuna pelos seus membros, segundo a Xinhua.

Um editorial do Global Times, jornal do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista da China, publicou no sábado um editorial em que defende que Pequim deve "responder com firmeza" aos deputados independentistas de Hong Kong.

No artigo de opinião refere-se que "é hora" de Pequim solucionar o atual conflito em Hong Kong, onde a justiça ainda analisa se irá inabilitar os dois deputados por utilizarem linguagem desrespeitosa em relação à China durante o seu juramento no LegCo.

Pequim confirmou, porém, na sexta-feira que irá intervir, num ato que, na opinião de algumas franjas de Hong Kong, mina a autonomia jurídica e política de Hong Kong ao abrigo do princípio "Um País, dois sistemas", estabelecido desde a transferência de soberania de Hong Kong do Reino Unido para a China, em 1997.

O Global Times argumenta, contudo, que "é sobejamente sabido que o artigo 158.º da Lei Básica de Hong Kong define que a ANP tem o direito de interpretar a lei" e considera ser "responsabilidade" do órgão legislativo chinês intervir na situação política de Hong Kong para manter a "estabilidade".

Espera-se que a Comissão Permanente da ANP publique a sua interpretação até segunda-feira, termo da sua sessão bimensal que começou no início da semana.

Na antiga colónia britânica foi marcada uma mobilização para terça-feira: uma marcha silenciosa em protesto contra a nova "intrusão" de Pequim na região.

Desde a transferência da soberania, em 1997, que Hong Kong, com o estatuto de Região Administrativa Especial, beneficia de um regime de "elevada autonomia". Contudo, nos últimos anos tem aumentado a preocupação com a interferência de Pequim nos assuntos de Hong Kong.

DM (FV/ISG) // SO

Timor GAP Preve Milioens 18.6 ba OJE 2017


DILI, (ANTIL) – Prezidenti Timor GAP,Ep, Francisco Monteiro informa, iha tinan 2017 Timor GAP sei preve orsamentu hamutuk miloens 18.6 iha Orsamentu Jerál Estadu.

“Miloens 18,6 mais husu pedidu transferénsia públika serka de 11.9 milloens, ne’e atu fasilita finansiamentu operasaun Timor GAP nian”, Francisco Monteiro esplika ba deputadu sira Parlamentu Nasionál iha sesaun audénsia ho komisaun parlamentu nian.

Nia dehan tan, Timor GAP mós iha alokasaun orsamentu atu apoia komisariu Timor GAP iha enkontru komisaun konjunta Sunrise nian no preve mós osan balu atu fasilita bainhira presiza iha negosiasaun Greater Sunrise nian.

Iha fatin hanesan deputadu bankada FRETILIN, Aurelio Freitas Ribeiro kestiona, hafoin harii tiha Timor GAP, Ep, metas ne’ebé mak atinji ona ne’e iha ne’ebé tanba Timor GAP, Ep kada tin-tinan governu sempre sustenta hela de’it orsamentu.

“Timor GAP la-produs rezultadu agora husu orsamentu boot tan, kompara ho tinan 2016,” Aurelio Freitas Ribeiro kestiona. Hodi kontinua tau fi’ar ba kompaña Timor GAP, Ep atu halo esforsu nune’e loron ida hetan rezultadu tuir istimativa ne’ebé haktuir ona iha Timor GAP nia polítika.

“Labele hein tinan-tinan tau osan de’it,” Aurelio fó hanoin. (jornalista: Manuel Pinto; editora: Rita Almeida)

Notisia ANTIL iha 28.10.2016 - Foto: Prezidenti Timor GAP,Ep, Francisco Monteiro.

Pakistaun sei liberta no deporta feto afegaun ne'ebé uluk sai kapa hosi National Geographic


Sharbat Gula, feto afegaun ne'ebé bainhira sei ki'ik nia oin sai iha kapa revista National Geographic no hetan kaer ho dokumentu identifikasaun sira ne'ebé falsu iha Pakistaun, sei hetan liberdade no haruka fali ba nia rain, hatete hosi embaixador afegaun iha Islamabad iha loron-sesta ne'e.

"Ha'u fó sai katak Sharbat Gula livre ona hosi problema legal sira iha semana hirak ikus ne'e. Iha tempu badak, sei hetan liberdade", hakerek hosi embaixador Omar Zakhilwal iha nia pájina iha rede sosial Facebook.

Zakhilwal refere ona ba kastigu kadeia loron 15 ne'ebé maka Sharbat Gula sei kumpri antes haruka fali ba Afeganistaun.

Moshin Dawar, membru hosi ekipa legal Gula nian, hatete ona ba ajénsia notísia españól EFE katak tribunal espesial ida antikorupsaun hosi Peshawar (iha noroeste Pakistaun nian) kondena ona iha loron-sesta ne'e feto afegaun ba kastigu kadeia loron 15, hafoin Gula sai kulpadu ba akuzasaun sira hotu. REfujiada ne'e kumpri ona kastigu maioria.

Kondenada tenki selu multa ida ho folin rihun 100 rupia pakistanés nian (euro 860) no sei sai hosi Pakistaun hafoin hetan libertasaun.

Kaer Gula iha loron 26 Outubru hafoin hetan tiha dokumentu identifikasaun pakistanés sira nian ba nia ho ba oan-mane na'in rua, hafoin selu tiha funsionáriu na'in tolu. Lei pakistanés kalkula katak ba krimi ne'e tenki hetan kastigu to'o kadeia tinan 14.

Refujiada, ho tinan 40, iha oan na'in haat no moras hepatiti C, sei fila ba loron-segunda ba Afeganistaun, ne'ebé sei simu hosi xefe Estadu, Ashraf Gani, haktuir hosi Zakhiwal.

Tuir diplomata, Gula sei simu tulun hodi governu hodi hahú moris foun ida iha nia nasaun moris fatin.

Fotógrafu norte-amerikanu Steve McCurry imortaliza ona feto afegaun ne'e iha tinan 1984, bainhira nia iha tinan 12 no moris iha kampu refujiadu ida iha Peshawar. Liutiha tinan ida, fotografia iha kapa revista ne'e sai hanesan imajen ida ne'ebé koñesidu liu iha sékulu XX.

Foin lalais ne'e, Pakistaun rejista ona ema afegaun legalizadu hamutuk millaun 1,4 no ema rihun 900 resin iha situasaun legal. Komunidade refujiadu sira nian, ida ne'ebé boot liu no ne'ebé antigu liu iha mundu, hahú ona ho invazaun soviétiku iha tinan 1979.

To'o inísiu fulan ne'e, refujiadu millaun resin fila ona ba Afeganistaun tanba ultimatu hosi governu Islamabad hodi haruka sira sai hosi Pakistaun.

SAPO TL ho Lusa

Labarik Ki’ik oan foin moris ho oin hanesan katuas idade 80 ba leten - video


Bebe oan ne’e moris iha rai Magura, Bangladesh, Domingu (30/09) ho kondisaun fiziku exesionál no ema hotu hare hanesan katuas sira tinan 80 ba leten. Mediku sira admira tebes bainhira hare nia kondisaun fíziku.

Doutór ne’ebé fó partu Bebe ne’e hateten: “Bebe ne’e ita hare totalmente oin seluk la’ós hanesan foin moris”.

Bebé nia inan aman mos hateten katak “Ami sente kontente ona ho bebé ne’e, Ida ne’e hanesan milagre ida ba ami”.

Bebé nia inan aman hateten katak “Ami sente kontente ona ho bebé ne’e, ne’e hanesan milagre ida ba ami”.

Bisawajit Patro, bebé nia aman hateten, “Ami agradese de’it ba Maromak, buat hotu ne’e determinadu, ita la presiza tan atu deskontente ba nia kulit. Ami sente kontente tebes tanba iha labarik mane oan ida iha uma.”

Prato no nia kaben Parul simu visitor barak tebes durante iha hospital.

Bijawit hateten: “Relativu no viziñu sira iha suku laran mai hotu hodi vizita ami nia oan. Ami agora ami hanesan família ida. Saida maka ita atu husu tan?

Sekretária ezekutiva foun dehan katak CPLP iha “potensiál bot”


Sekretária ezekutivu CPLP foun horisehik defende katak komunidade luzófona “iha potensialidade bot” iha rekursu naturais, umanu no estratéjiku, tanba ne’e tenke aproveita ba dezenvolvimentu sosiál no ekonómika Estadu Membru nian.

“Ita hamutuk nasaun sia, n’ebé fahe ba kontinente haat, ho abitante besik milloens 300. Karik CPLP maka hanesan nasaun únika, maka sei sai hanesan ekonomia bot dalima iha mundu, tanba ne’e maka ha’u fi’ar katak ita labele taka matan ba realidade ne’e no ita tenke iha partidu”, dehan Maria do Carmo Silveira iha entrevista ba Lusa.

Bainhira liu hosi Lisboa, hafoin fila halo parte tiha iha Simeira Komunidade Nasaun Lian Portugés (CPLP) nian ne’ebé hala’o iha Brazilia hosi segunda to’o tersa-feira ne’e, governadora hosi Banku Sentrál Saun Tomé no Prínsipe dehan katak “komunidade ne’e iha buat oioin atu fó, maibé idaidak iha potensialidade ne’ebé bele aproveita kedas”.

Bainhira husu kon-ba exekuibilidade hosi koperasaun ekonómika emprezariál bot ida hosi nasaun membru sia ne’e, hanesan objetivu ne’ebé defini ona iha Vizaun Estratéjika Foun, aprova iha Brazília, eis-primeira ministra saun-tomense ne’e haktuir katak iha asaun konkreta ne’ebé tenke halo, hanesan Konfederasaun Emprezariál CPLP ka Uniaun Esportadór CPLP nian.

“Ba CPLP ne’e rasik, tenke rona Estadu membru sira, presija halo avaliasaun kona-ba oinsá maka ita bele implementa rekomendasaun hirak ne’e, maibé ha’u fi’ar katak bele”, nia dehan.

Maria do Carmo Silveira konsidera ida ne’ebé maka sai hanesan oportunidade maka “buka atu lori CPLP ba to’o sidadaun sira”, atu nune’e sira bele “hatene liu no sente envolve maka’as liu tan ba projetu ne’e”, nomós defini grupu alvu balun ne’ebé hakarak atu alkansa dezigniu ne’e, liu-liu feto, estudante ka emprezariadu sira.

"Ha’u hakarak atu iha tinan rua tuir mai ninia rohan, iha ona grupu alvu ne’e envolve maka’as liu ba iha CPLP”.

Dalan ida mos atu hakbesik-aan ba organizasaun sidadaun nian, maka fasilita mobilidade ema nian entre Estadu-membru barak, hanesan buat ne’ebé sai alvu hosi proposta konkreta ida hosi Governu portugés, durante simeira Brazília, ne’ebé maka Lisboa defende “forma espesífika hosi autorizasaun rezidénsia sélere ida, ba sidadaun nasionál nasaun membru sira nian”, liu-liu atu fasilita mobilidade akadémika, estudantil ho profesional.

“Iha espetativa kona-ba ne;e, iha difikuldade balun ne’ebé real. Primeiru ministru Portugal lansa ona proposta di’ak ida ne’ebé tenke estuda. Ita sei estuda ba iha nivel Sekretariadu ezekutivu nian, mai ita diskuti hanesan nasaun sira no ha’u fi’ar katak ita bele identifika forma atu implementa”, dehan Maria do Carmo Silveira, ne’ebé sei asumi funsaun hothotu, hahú 1-janeiru.

Kona-ba objetivu atu promove “progresiva konstrusaun hosi sidadania CPLP nian ida”, ne’ebé mos haktuir ona iha deklarasaun ikus hosi Simeira Brazília, future sekretária ezekutivu ne’e dehan katak ida ne’e hanesan kestaun ne’ebé “bot”, maski nune’e hatutan katak iha proposta hirak ne’ebé interesante, hanesan fó rekoñesimentu ba direitu sosiál hosi sidadaun hosi Estadu-membru seluk.

"Ha’u lahree sidadaun Saun Tomé no Prínsipe nian ida maka bele vota iha Timor-Leste, maibé iha aspetu ne’ebé bele analiza".

Maski hanesan feto sekretaria ezekutiva daruak hosi CPLP iha tinan 20 ninia laran, hafoin Dulce Pereira iha 2000-2002, Maria do Carmo Silveira garante katak sei asumi funsaun ne’e “lahó komplesu ruma”. Dehan katak sai feto “hanesan fatór ida ba limitasaun balun” iha sosiedade nasaun lian portugés ninia leet, “maski hetan ona avansu maka’as kona-ba material ne’e”.

“Feto sira presija liu buat barak, duke mane, sempre iha beibeik dúvida kona-ba feto sira-ninia kbi’it, tanba ne’e maka serbisu ne’e sai dobru”, tenik ekonomista saun-tomense, hodi rekoñese katak ninia nomeasaun “hanesan ezemplu ida ba iha nivel CPLP no Saun Tomé no Prínsipe ne’ebé iha progresu (…) maski sei presija halo tan buat barak”.

“Hanesan pasu importante ida ne’ebé ha’u hatene no hanesan baibain, ha’u koko atu fó buat di’ak hotu, atu lahatuun feto sira-ninia espetativa, hosi ha’u rain no komunidade ne’ebé ha’u tenke serbisu hahú oras ne’e”.

SAPO TL ho Lusa 

Plataforma em Macau entre China e lusofonia "não vale a pena" sem quadros qualificados


Macau, China, 04 nov (Lusa) -- O arquiteto André Ritchie, antigo coordenador-adjunto do Gabinete de Infraestruturas de Transportes de Macau, manifestou hoje dúvidas quanto à real implementação na cidade da plataforma entre a China e a lusofonia, devido a um défice na "paisagem humana".

"Não basta criar as infraestruturas físicas. Podemos ter a ponte que liga Macau, Hong Kong e Zhuhai, podemos ter novos postos fronteiriços, podemos até expandir os limites da fronteira, mas se não temos pessoal, mão-de-obra especializada com capacidade para implementar a ideia da plataforma, não vale a pena", afirmou.

"Macau tem muito dinheiro, estamos numa situação favorável. Mas podemos comprar o melhor forno de pão do mundo, se a massa não for boa, o pão nunca há de ser bom", disse, antes da mesa redonda "Repensar o papel urbano de Macau: A Plataforma, o Delta do Rio das Pérolas e o mundo lusófono", onde planeava focar-se mais "na paisagem humana" e "não tanto na paisagem urbana".

Ritchie, que liderou entre 2007 e 2015 o organismo que desenvolve o metro ligeiro de Macau, recorda a época de "grandes empreendimentos" nos anos 1990, durante a administração portuguesa: "Construiu-se a Ponte da Amizade [a segunda na cidade], o aeroporto, a central de incineração, o porto de águas profundas. Havia um discurso político na altura de tornar Macau na ponte entre Portugal e a China e transformar Macau num centro de serviços, mas muito sinceramente não sei se se concretizou".

As infraestruturas foram construídas, "mas a parte de desenvolvimento, de sofisticação humana, acho que falhou", afirmou.

O arquiteto lembra que, para a implementação da plataforma, o Governo deseja ter quadros bilingues em diversas áreas, incluindo jurídica, comercial, contabilística, entre outras. "Acho ótimo, mas é um trabalho de mais de uma geração. Não quero ser extremista ao ponto de dizer que [a plataforma] não tem pernas para andar, mas acho que é um fator preponderante", afirmou.

Menos cético está Paulo Rego, diretor do jornal Plataforma Macau e orador na mesma mesa redonda.

Para o jornalista, a plataforma entre a China e os países de língua portuguesa "liga-se completamente ao urbanismo".

"Plataforma quer dizer uma sociedade de serviços trilingue, inteligente, qualificada, que comunica com muitas realidades diferentes", explicou, evidenciando que, para tal, é "preciso ter uma ideia de cidade".

"Se quisermos de facto montar uma plataforma reconhecida mundialmente como tal, temos de pensar na arquitetura da cidade, na forma como a organizamos, para que essa sociedade de serviços funcione, se inter-relacione e seja sedutora", defendeu.

Concretamente, Paulo Rego apontou a construção de uma grande biblioteca no centro da cidade (como está a ser planeada) como um exemplo de "uma boa ideia para a plataforma", bem como a construção de "espaços públicos onde as pessoas se relacionem de forma diferente", criação de "espaços para start-ups" e ainda mudanças nas universidades de modo a que sejam "mais interativas e menos escolásticas".

O debate organizado pelo Conselho Internacional de Arquitetos de Países de Língua Portuguesa contou ainda com a participação das investigadoras brasileiras da área do urbanismo Margareth da Silva Pereira e Fabiana Izaga, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Apesar das muitas diferenças, Izaga defendeu que Macau e o Rio de Janeiro têm "situações comuns" e "matrizes comuns" e podem ajudar-se mutuamente a encontrar soluções para os seus problemas.

"O Rio de Janeiro, assim como Macau, foi expandindo a cidade com sucessivos aterros, cortámos morros e fizemos aterros. Reconstruímos em cima do tecido preexistente, da nossa herança colonial. Vejo aqui em Macau também esse trabalho de reconstrução", indicou.

No entanto, em Macau "há camadas mais espessas", ressalvou, apontando para o exemplo da vila da Taipa, localizada junto à 'strip' de casinos.

"A pequena vila da Taipa me pareceu quase submersa, em vários sentidos. Ela estava lá, é contígua àquela escala brutal dos casinos, mas não há uma costura urbana que pudesse fazer a transição entre esses tecidos, nem mesmo de usos. Macau é um pouco mais complexo nesse sentido porque tem essas afluências económicas de outra ordem", disse.

A China estabeleceu Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne ao nível ministerial de três em três anos. A mais recente conferência ministerial realizou-se em outubro.

ISG// APN

Oposição qualifica de "ridícula" proibição de entrada de requerentes de asilo na Austrália


Camberra, 06 nov (Lusa) -- O líder do principal partido da oposição da Austrália qualificou hoje de "ridícula" a proposta governamental que pretende banir para sempre os requerentes de asilo que chegam ao país de barco de entrarem no país.

"A ideia de que se vai dissuadir os traficantes de pessoas ao dizer que um refugiado genuínio que se torne cidadão de outro país não poderá visitar a Austrália em 2056 é simplesmente ridícula", disse o líder do Partido Trabalhista, Bill Shorten, à televisão ABC, considerando que o plano foi apresentado pelo primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, para agradar à ala conservadora de direita do Partido Liberal Nacional.

A proposta de lei prevê que os requerentes de asilo que tenham tentado entrar na Austrália de barco desde 19 de julho de 2013 e que foram enviados para centros de detenção em Nauru ou Manus sejam para sempre impedidos de entrar na Austrália, independentemente da razão, seja como turistas ou em viagem de negócios por exemplo.

Bill Shorten, que deve tomar uma decisão sobre se o seu partido irá apoiar ou não o diploma, afirmou não haver sinais de Malcolm Turnbull estava a trabalhar num programa de recolocação de requerentes de asilo em Nauru ou em Manus.

"Não vemos sinais de que o governo tem qualquer plano de recolocação por concluir. Eu pensava que talvez tivesse, como parte da arquitetura de um maior, mas eles apressaram-se e negaram isso", apontou.

A Austrália envia requerentes de asilo que tentam alcançar o país por barco para centros em Nauru e na ilha de Manus, na Papua Nova Guiné, cujas condições têm sido criticadas internacionalmente.

Camberra iniciou em 2001 a detenção obrigatória de requerentes de asilo em terceiros países e, em 2012, recuperou uma política para tramitar em países terceiros os pedidos dos imigrantes que viajam para a Austrália por via marítima em busca de asilo, com a abertura de centros de detenção na ilha de Manus (Papua Nova Guiné) e em Nauru.

O centro de Nauru tem mais de 400 homens, mulheres e crianças. Pouco mais de 800 requerentes de asilo encontram-se no de Manus, sendo que a Austrália concordou fechar essa instalação na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal da Papua Nova Guiné.

A Austrália interdita os requerentes de asilo de se estabelecerem no país, mesmo que se venha a comprovar tratarem-se de refugiados.

Muitas das pessoas que tentam chegar por via marítima à Austrália em busca de asilo fogem de conflitos como os do Afeganistão, Darfur, Paquistão, Somália e Síria, enquanto outros fogem da discriminação, como é o caso das minorias rohingya, da Birmânia, e bidune, da região do Golfo Pérsico.

DM (FV) // DM