sábado, 13 de outubro de 2018

Timor-Leste Halo Prevensaun Maka’as ba Moras Raiva


DILI, (TATOLI)-Diretór Jerál Pekuária no Veterinária Ministériu Agrikultura no Peska (MAP), Domingos Gusmão, hatete Timor-Leste halo prevensaun maka’as ba moras raiva no prepara hela vasina ba raiva nian.

Domingos dehan dezde Governu dahuluk MAP halo koordenasaun ho Ministériu Saúde, Organizasaun Mundiál Saúde no Animál, Organizasaun Ai-han Mundiál (FAO) no seluk hodi prevene moras ida ne’e.

“Ne’ebé kuandu raiva ne’e mosu iha Indonézia ne’ebá hanesan Flores, Sulawesi, iha ne’e halo prevensaun maka’as depois iha Ministériu Saúde ami mós halo kolaborasaun, sira iha ne’ebá (MS) prepara tékniku ida bainhira raiva (asu) ruma iha maka nia tata ema sira bele halo tratamentu kona-ba ida ne’e no husi diresaun jerál pekuária no veterinária prepara hela vasina raiva nian”, Domingos afirma ohin, iha Timor Plaza iha ámbitu selebrasaun loron mundiál raiva nian.

Nia informa katak Asu sira iha Timor laran livre hosi moras, tanba ne’e la halo vasina, maibé asu hosi rai li’ur tama iha Timor tenke vasina.

“Vasina ne’e ami halo antesipasaun bainhira asu sira ne’ebé tama mai keta hetan lisensa mai husi rai-li’ur tama mai maka vasina, mas asu sira iha Timór laran ami labele vasina tanba ita ne’e livre raiva tanba nia impaktu vasina raiva ne’e kuandu vasina asu sira ne’e, aban-bainrua iha problema ruma bele hamosu fali raiva. Ne’ebé to’o oras ne’e la fó rekomendasaun para asu sira iha Timór laran ne’e vasina, maibé ami halo kontrola de’it katak to’o ohin loron 100% vasina raiva ne’e zero”.

Ho nune’e Domingos alerta sei la fó lisensa ba asu ne’ebé hatama hosi Indonézia, ho razaun Asu Indonézia nian afetadu moras, enkuantu ema hatama asu hosi nasaun Austrália, Nova Zelándia, no Brazíl, livre hosi moras.

“Hanesan Indonézia nia afetadu ami la fó lisensa, pur ezemplu mai husi Austrália, Nova Zelándia, Brazíl sira ne’ebé livre ida ne’e maka ami fó, mas sira kuandu hatama asu mai mós tenke husu ema kompetente sira veterináriu iha sira-nia nasaun fó sertifikadu livre husi raiva nia ho tan seluk mak ami simu, la’ós lori de’it ami simu ne’e lae”.

Vise-Ministru Saúde ba Dezenvolvimentu Estratéjiku Saúde, Bonifácio Maukoli dos Reis, hatutan bazeia ba dadus epidemiolójiku no estatístika husi Servisu Sistema Nasionál Saúde seidauk hatudu kazu moras raiva iha país ne’e, maibé poténsia atu hetan moras ne’e fasil tanba nasaun viziña Indonézia to’o oras ne’e sei klasifika nafatin hanesan país endémiku ba raiva.

Ministériu Agrikultura no Peska, Joaquim José Gusmão Dos Reis Martins, hato’o mós katak MAP  hala’o vijilánsia iha tinan 17 nia laran liuhusi peskiza ba balada sira, maibé seidauk hasoru ou lá hetan animál ida maka afetadu ho raiva.

“Mezmu hanesan ne’e, moras ida ne’e besik hela ita iha nasaun viziña, Indonézia. Tanba ne’e, nesesáriu tebes ba ita hodi prepara an hasoru risku ne’ebé sei ameasa liuhusi ita-nia dalan fronteira”.

Jornalista: Maria Auxiliadora | Editór: Manuel Pinto

Moçambique | Eleições | Do voto da indignação, à paz e melhoria económica


O voto de indignação

@Verdade | Editorial

Na última quarta-feira, 10 de Outubro, os moçambicanos em 53 autárquicas do país não foram apenas às urnas votar no seu partido de eleição ou num projecto político. Pelo contrário, foi uma oportunidade para os eleitores demonstrarem o seu sentimento de indignação. Ou seja, os eleitores foram às urnas depositar um voto de indignação contra o Governo de turno para uma mudança que a população almeja há 20 anos, desde as primeiras eleições multipartidárias.

Os resultados do escrutínio da última quarta-feira, até agora divulgados, são sintomáticos do quão os moçambicanos estão farto das mentiras e de promessas de um futuro melhor por parte de indivíduos que não estão preocupados com o bem-estar do povo. A posição dos eleitores moçambicanos encontra justificação na necessidade de inverter a situação de eterna desgraça a que foi votada ou na regressão social e económica imposta nos últimos anos pelo Governo da Frelimo.

Por exemplo, os resultados de Nacala-Porto, Chiúre, Alto Molocué e da Matola mostram uma forte vontade de mudança existente nos moçambicanos, de Rovuma a Maputo e do Zumbo ao Índico. Já começa a nascer dentro de cada moçambicano a esperança de que é possível mudar o destino das suas autarquias não apostando num partido que só tem estado a trazer sofrimento para o povo. Aliás, faz tempo que os moçambicanos têm estado a demonstrar a sua indignação. Mas, nestas eleições autárquicas, o sentimento ficou evidente. Os eleitores não se fizeram de rogados, foram as assembleias de voto e não saíram de lá sem deixar a sua indignação de forma expressiva.

Os munícipes querem mais igualdade de oportunidades de emprego. Os munícipes querem ver as ruas das suas autarquias limpas e acesso para outros bairros. Os munícipes querem um governo municipal preocupado em melhorar as condições de vida na autarquia de modo a garantir o bem-estar dos seus munícipes, independentemente da paixão partidária.

Portanto, as eleições do dia 10 de Outubro mostraram, por um lado, que há muitos moçambicanos que foram iludidos com políticas de promessas infundadas, e, por outro, os resultados expressam que já começa a emergir a ruptura com a política de libertadores da pátria. (@Verdade)

Aumento da confiança na paz em Moçambique faz país crescer 3,5% e 3,7% em 2018 e 2019

O departamento de pesquisa económica do banco Standard prevê um crescimento de 3,5% para Moçambique este ano e 3,7% em 2019, principalmente devido ao aumento da confiança nos progressos no processo de paz.

No mais recente relatório sobre as economias da África subsaariana, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que "a previsão de crescimento do PIB para 2018 e 2019 é de 3,5% e 3,7%, devido ao abrandamento da política monetária mais prudente que o antecipado".

No documento, explicam que "a maior parte da aceleração esperada no PIB é atribuível ao aumento da confiança associada com os progressos no processo de paz".

Para este ano, os analistas do Standard Bank, um dos maiores a operar em África, esperam um défice orçamental de 4,3% e para o próximo ano antecipam um desequilíbrio orçamental de 3,2%.

No ano passado, Moçambique terá um excedente orçamental, "pelo menos no papel, de 0,1% do PIB, depois de um défice de 3,4% em 2016", escrevem os analistas, desvalorizando este resultado porque "reflete o impacto positivo do imposto de 353 milhões de dólares pagos pela ENI/Exxon-Mobil".

No Plano Económico e Social, o Governo estima um crescimento de 4,7% este ano, uma revisão em baixa face aos 5,3% anteriormente previstos, mas ainda assim acima das previsões do FMI, que antecipa uma expansão económica de 3,5% este ano e de 4% em 2019.

Os progressos no processo de paz, dizem, "têm sido encorajadores, o que ajuda a construir a ideia de que a estabilidade política vai prevalecer".

MBA // VM // Lusa

São Tomé | Eleições: Patrice Trovoada, o cacique despeitado


As eleições em São Tomé e Príncipe ocorreram há praticamente uma semana mas os resultados eleitorais continuam para apuramento e a não serem oficial e exatamente divulgados pelos órgãos competentes devido a interferências do grande perdedor das eleições, o ex-primeiro-ministro demissionário, Patrice Trovoada, por final de mandato como ditam os resultados eleitorais. 

A maioria já não pertence ao partido de Patrice por vontade dos eleitores e isso ele não aceita. Prepotente, absolutista, golpista, batoteiro, a vitória dos partidos adversários não lhe agradam por perder a oportunidade de prosseguir em mais anos de mandato - talvez durante décadas. Tenta a todo o custo vencer na “secretaria” o resultado das eleições que, sem dúvidas, os eleitores expressaram não querer mais continuidade governativa do cacique Patrice Trovoada e seus correlegionários.

Pode dizer-se com propriedade que hoje São Tomé vive quase a ferro e fogo e que as intimidações por parte de Patrice demonstram quanto ele já “perdeu a cabeça” na sua fúria por ser desalojado do primado da governação. Mau feitio de ditador que indubitavelmente conquistou a maioria nas anteriores eleições por via de falsas promessas e de algumas batotas que vieram crescentemente demonstrando a sua personalidade antidemocrática, mais semelhante e em sintonia com o seu vizinho Teodore Obiang da Guiné Equatorial.

Os santomenses não perderam a oportunidade de aproveitar estas eleições para reduzirem democraticamente Patrice,  seus correlegionários e o seu partido à dimensão minoritária no panorama político do país. Categoricamente afirmaram não quererem a governação de um cacique de métodos  antidemocráticos, que ao longo do seu mandato fez prevalecer a exclusão dos que dele discordavam e/ou o enfrentavam. A purga ocorreu na Justiça, na Comunicação Social (TV, rádio e jornais) e nos mais recônditos organismos de que ele tudo fez para apoderar-se.

Ainda hoje, 13.10.2018, após praticamente uma semana  das eleições, os são tomenses nada sabem de exato sobre os resultados das eleições depois de a primeira conclusão ser favorável à demonstração de que Patrice e os seus partidários perderam a maioria parlamentar que por enganosa sedução Patrice havia conseguido nas eleições anteriores. É parte disso que trazemos aqui no TA, para além da violência e das continuas manobras desestabilizadoras do despeitado cacique Patrice Trovoada.

O momento em STP é melindroso apesar da vitória dos partidos oponentes a Patrice. O ainda primeiro-ministro em exercício por mais alguns dias - se o resultado eleitoral for respeitado - pode conseguir o golpe e o volte-face da situação caso seus correlegionários nas forças de segurança, na Justiça e noutros organismos, avancem sem pudores para a concretização de uma fraude eleitoral sem precedentes mas que o mantenha nos poderes. Compete aos santomenses manterem-se muito atentos e ativos na defesa da democracia e da transparência.

Toda a informação possível sobre São Tomé e Príncipe recomendamos no Tela Nón, que parcialmente aqui fazemos constar. A seguir. (TA)

Polícia suspende direito a manifestação em STP

COMUNICADO DA POLÍCIA NACIONAL

Atendendo ao período de apuramento provisório, antecedendo, posteriormente, ao apuramento final, sob a égide do Tribunal Constitucional, e face aos últimos acontecimentos ocorridos no território nacional, com maior incidência no distrito de Água Grande, vimos por meio deste comunicado apelar à calma e à tranquilidade de todos os cidadãos são-tomenses e estrangeiros residentes no nosso País, e evitar a prática ou a incitação à violência, pondo em causa a segurança nacional.

Nestes termos, considerando que o n.º 2 do artigo 34.º da Lei n.º 1/2003, de 29 de Janeiro (Constituição da República Democrática de São Tomé e Príncipe) determina que “a todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação” nos locais públicos ou abertos ao público, o n.º 1 deste mesmo artigo salvaguarda a necessidade do mesmo ocorrer “pacificamente e sem armas”, sob pena de haver uma intervenção mais incisiva por parte das autoridades policiais, à luz dos artigos 26.º, 28.º e 30.º da Lei n.º 16/2017, de 06 de Outubro (Lei de Segurança Interna), e dos artigos 1.º e 2.º do Decreto-Lei n.º 6/2014, de 23 de Abril (Lei Orgânica da Polícia Nacional);

A Polícia Nacional, no cumprimento das suas atribuições, comunica o seguinte:

1. Ficam proibidas, a partir desta data e nas 72 horas seguintes após o pronunciamento do Tribunal Constitucional dos resultados finais das eleições legislativas, autárquicas e regional, todas e quaisquer manifestações e concentrações nos locais públicos ou abertos ao público em todo o território nacional;

2. Serão, em caso de desobediência da presente proibição, desrespeitando o n.º 1 do artigo 421.º da Lei n.º 6/2012, de 5 de Julho (Código Penal), identificados e responsabilizados, bem como todos aqueles que forem considerados como os organizadores e instigadores das referidas manifestações e concentrações.

PELA ORDEM E PELA PAZ AO SERVIÇO DA NAÇÃO
POR MAIS E MELHOR SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

- em Tela Nón

Uma Vitória de Bom Senso Democrático

São Tomé e Príncipe foi, uma vez mais, a votos, num exercício democrático, para a escolha daqueles que nos próximos quatro anos conduzirão os destinos do país nos mais variados cargos públicos, nomeadamente no Parlamento, no Governo Central, no Governo Regional do Príncipe e nos Governos Locais (Câmaras Distritais). Tratou-se, segundo notícias postas a circular, e apesar da resistência dos mesmos de sempre, das mais concorridas eleições desde a implantação da democracia no país, com um nível de participação a rondar os 80%.

O povo, de forma entusiástica, acorreu às mesas de voto e expressaram a sua vontade de mudar de rumo, de pôr travão neste descontrolado comboio rumo ao além. Passados seis dias das eleições, num universo de pouco mais de noventa mil eleitores, pasme-se, não temos ainda os resultados finais publicados. Porém, a comunidade nacional e a internacional já não têm dúvidas de que o ADI tem a plena consciência de que, com as recentes eleições, deixou de poder sustentar um governo estável para o país. Com efeito, não podemos menosprezar o facto de os observadores internacionais se terem pronunciado e afirmado, de forma categórica, que acompanharam as contagens dos votos na generalidade das mesas, tendo declarado que o processo foi legal, justo, livre e transparente. Isto representa que deixou de haver margem para que os resultados finais venham, legalmente, a ser diferentes dos provisoriamente publicados, passando a ser um caso de estudo académico o partido que organizou as eleições declarar a possível existência de fraude eleitoral. O ADI perdeu a maioria absoluta que ostentava, é um facto.

Não obstante concorrerem cinco forças políticas (ADI, MLSTP-PSD, MSD-PVSTP e FPSTP), uma Coligação de Partidos (PCD-MDFM-UDD) e um Movimento, o que verdadeiramente estava em causa nestas eleições era um derradeiro teste à democracia pluralista que a sociedade santomense conseguiu com muito esforço. Estava em causa um aberto confronto entre a democracia e o autoritarismo, entre a democracia e a arrogância governativa, entre a democracia e o controlo totalitário dos órgãos do Estado, num exercício de subjugação e manipulação da Justiça, da Comunicação Social, da Economia, entre outros.

O ADI, a quem há quatro anos o Povo conferiu uma maioria absoluta para governar, cedo mostrou que o seu único propósito era o mero desmantelamento do estado de coisas que existia para a seguir implementar o seu próprio estado de coisas. Preocupou-se muito pouco com o bem social geral, e por mais que o Sr. Patrice Trovoada, ainda Primeiro Ministro, afirmasse o contrário, passaram a ser cada vez mais visíveis os desequilíbrios sociais, em contraponto com a ascensão dos privilegiados e das clientelas políticas, o que veio minando paulatinamente alguma credibilidade que o partido do Governo ainda tinha. O ADI e o seu líder fizeram tudo ao contrário do que vibrantemente prometeram em 2014.

Prometeram acabar com os altos salários que alguns auferiam em detrimento dos miseráveis salários da maioria e combater o fenómeno de cumulação de funções dentro do aparelho do estado. Pois bem, incrementaram os salários dos seus camaradas de partido e mantiveram a cumulação de funções dentro do Estado como uma prática normal, mas desta vez apenas para os clientes partidários do Governo. Prometeram criar condições para que as camadas mais desfavorecidas da população passassem a viver com mais dignidade. Pois bem, aumentaram os impostos e taxas para os serviços básicos como a saúde e a educação, retirando aos mais desfavorecidos o pouco com que sobreviviam.

Os capitães do ADI e o seu comandante, acusando toda a oposição de ditadura, logo que chegaram ao poder trataram de monopolizar e partidarizar, de uma forma sem precedente, a Radio Nacional e a Televisão Pública, dois dos mais importantes veículos de informação e espaços do contraditório. Estes dois instrumentos passaram a servir exclusivamente de caixa de ressonância do ADI e do seu Governo. O famoso arroz de ajuda do Governo japonês, que o Sr. Patrice Trovoada prometeu que seria vendido a treze contos, cedo se esfumou e foi posteriormente retirado do mercado, de forma deliberada, para aparecer, como se de milagre se tratasse, na última semana da campanha eleitoral! Acresce a tudo isto o facto de o último ano do Governo do ADI ter sido esquizofrénico no que se refere ao atropelo das regras básicas de convivência democrática. De muitos exemplos, destaco apenas alguns: (i)

introdução no país de tropas estrangeiras fora do quadro legal e constitucional sobre a matéria; (ii) aprovação da lei que institucionaliza o Tribunal Constitucional no país, através de um processo todo ele viciado, pois em manifesto desencontro com as normas constitucionais previstas; (iii) expulsão da Assembleia Nacional dos deputados da oposição, por órgãos paramilitares (Ninjas) fortemente armados, seguido de votação, apenas pelos deputados do ADI, dos “Juízes” do referido Tribunal Constitucional, uns com militância declarada no ADI, outros com clara inclinação partidária para o mesmo partido; (iv) exoneração compulsiva de Juízes do Supremo Tribunal de Justiça, por mera resolução da Assembleia Nacional; (v) nomeação de Juízes para o “novo” Supremo Tribunal de Justiça, num processo não previsto nas normas legais nacionais; (vi) promoção de duas alegadas intentonas, que, até prova em contrário, não passariam de inventonas.

Tudo isto, meses antes do início da campanha eleitoral, o que por si só revela a dimensão da arrogância do partido em causa e do seu líder. Com esta tática o líder do ADI pretendia caçar dois coelhos com uma só cajadada, ou seja, por um lado, intimidava a oposição, criando todo um acervo institucional que lhe permitisse a validação de um qualquer resultado eleitoral que lhe favorecesse, mas por outro lado, punha o Povo em sentido, passando uma vitimizante ideia de que forças ocultas estariam a tentar roubar-lhe o poder. A questão digna de relevo é o dúbio ou mesmo incompreensível posicionamento da comunidade internacional, com destaque para a CPLP, perante este fenómeno.

Porém, apesar de calculista, o ADI e a sua cúpula, cegos na sua arrogância, menosprezaram todo o esforço que a oposição, em bloco, desenvolveu para esclarecer o Povo das reais intenções daquela força política. Num sprinte digno de realce, todos arregaçaram as mangas neste titânico combate. A diáspora mobilizou-se e formalizou dois partidos políticos cujas mensagens e a forma de as transmitir, usando irrestritamente as redes sociais, contribuiu de forma significativa para os resultados agora conhecidos. Os chamados partidos da oposição puseram de lado as suas quezílias internas e concentraram todos os esforços em nome da salvação da ameaçada democracia nacional. Num gesto raro, houve uma coligação de três partidos que já governaram o país, numa notória conclusão de que muito mais se ganha unidos do que no cenário de cada um por si. Em suma, os resultados destas eleições têm na sua base o concurso de vários factores, uns, imputáveis ao próprio ADI que, com a sua arrogância e prepotência, desbaratou a confiança popular, outros, decorrentes do mérito de todas as outras forças políticas e da própria sociedade civil, que souberam, em tempo, perceber o abismo para o qual o país se encaminhava.

O Povo (incluindo o povo pequeno do ADI) decidiu que, entre viver num país pobre, do nosso leve-leve, e sujeitar-se a um comando liderado por gente soberba e insaciável, com tiques ditatoriais, opta por ser pobre mas mantendo a dignidade da sua liberdade de expressão, da sua liberdade de escolha, da sua liberdade de viver.

E agora?

Agora, é hora de tirar os devidos ensinamentos desta triste e perigosa aventura que os quatro anos do ADI votaram o país. Com efeito, não é vergonhoso ser-se pobre. Não é errado ser-se eleito para dirigir a coisa pública. Não é pecado ser-se inábil na gestão de coisa pública. Mas é grave que se aproveite dos cargos públicos para se enriquecer à custa da miséria colectiva. E é gravíssimo que isto se faça através de comportamentos que representam um rasgar da Constituição nacional, uma subversão da ordem constitucional que assegura o equilíbrio da colectividade. E isto vale para o ADI como para qualquer outro partido que governe.

Agora é tempo de tentar apaziguar o país, criando um clima que permita que os santomenses voltem a respirar a sua liberdade, sem medo de se expressar, sem receio de “ser queixado”. Para isso, creio que não basta que o ADI deixe de poder governar. É imprescindível que se reponha a normalidade constitucional. Seria importante que os resultados destas eleições permitissem uma pontual alteração à Constituição, passando esta a criminalizar-se de forma expressa os graves atropelos à lei fundamental do país. Na verdade, é preciso que todos aqueles que de forma directa tornaram possível os graves actos atrás enumerados respondam por estes actos e comportamentos. Falo aqui especificamente dos deputados do que votaram sistematicamente contra a regras constitucionais do país. Falo dos juristas que aceitaram dar corpo ao funcionamento do Tribunal Constitucional criado fora das regras constitucionais. Falo dos juízes que aceitaram ocupar lugares de colegas compulsivamente exonerados por um órgão claramente incompetente para o efeito. É que, ao não se fazer esta conciliação com a legalidade e com a constituição, estar-se-á a criar um tenebroso precedente, e, como sabemos, plocô majoca, a pô pê kwá ni linchi, a pô mudé xitú, çá kwa cé mé!

No novo Governo, qualquer que seja a sua liderança, é depositada muita esperança e a sua tarefa não será minimamente fácil, pois é incontornável restaurar a confiança do povo, de si já bastante martirizado, apaziguar os primos politicamente extremados. E num quadro de crise que assola as economias mundiais, muita arte e imaginação serão necessárias para atingir este desiderato. Apesar das dificuldades, os que foram agora eleitos estão proibidos de falhar, sob pena de, dentro de algum tempo, sermos de novo assombrados com o fantasma do mais além…

Lere: Forsa Armada Hatais Farda Labele Book


DILI: Xefe Estadu Maiór FALINTIL Forsa Defeza Timor Leste (F-FDTL) Maijór Jenerál Lere Anan Timur husu ba públiku, liu-liu joven sira atu labele book membru forsa armada bainhira sira hala’o hela sira-nia servisu.

Deklarasaun ne’e Maijor Lere hato’o relasiona ho deklarasaun husi familia, Martinho Gama (20), ne’ebé deskonfia pesoal FFDTL tiru mate iha area Buigira, Postu Laga, Munisipiu Baukau iha 5 Outubru liu ba. Enkuantu, Martinho nia mate-isin hetan iha loron 6 Outubru iha área tasi-ibun.

Maske familia duun pesoal F-FDTL mak tiru, maibé familia lakohi atu koopera ho PNTL hodi halo autopsia ba mate-isin. Família hakoi ona mate-isin iha loron 9 Outubru.

Tuir informasaun, hafoin asalta refere, membru F-FDTL konsege kaer ema na’in hitu (7) ne’ebé deskonfia halo asalta ba delegasaun F-FDTL no família ne’ebé tula mate-isin veteranu F-FDTL ida.

Ba kazu ne’e, Lere dehan, membru forsa defeza bainhira armada hodi ba fatin ruma no ema ataka, nia iha direitu atu halo ninia auto-defeza.

Tan ne’e, Maijor Lere husu ba joven sira atu labele provoka demais forsa armada sira bainhira sira hala’o hela sira-nia misaun.

“Bainhira joven sira mak hemu tua lanu, baku malu iha ne’ebé de’it, ne’e problema imi nian. Maibé bainhira forsa armada hatais farad, labele book. Agora (kazu ne’e) ba Tribunál mak sei tesi (membru) forsa armada (mak) sala ka joven sira mak sala,” deklara Lere ba jornalista sira hafoin hasoru-malu ho Prezidente Repúblika Francisco Guterres Lu Olo iha palasiu prezidensial Nicolau Lobato, Bairru-pite, Kuarta (10/10).

“Ha’u hanoin katak (kazu) Laga nia prosesu la’o hela. Forsa sira mak sala ka ha’u-nia oan sira iha Laga ne’e mak sala. Ha’unia oan sira ne’eba la’os ema seluk no ema leet, dala-ruma sira-nia aman sira mós terus ba funu ida ne’e, ne’ebé agora ha’u la kondena ema ida, se forsa sala, tuir lei,” tenik Lere.

Molok ne’e, Komandante Eskuadra PNTL Postu Administrativu Laga, Primeiru Sarjentu Duarte Ximenes informa, iha 5 Outubru tuku 1o kalan, joven sira halo asalta bainhira ekipa F-FDTL no família sira ho karreta no motór lori mate-isin husi Dili atu ba iha Laivai, Munisipiu Lautem.

Iha akontesimentu ne’e rezulta karreta no motór balun hetan estragu hafoin hetan tuda husi joven sira.

Kona-ba joven ne’ebé mate, nia dehan, família husi vitima deskonfia iha pesoal F-FDTL mak tiru. Maibé to’o agora PNTL seidauk hetan evidensia klaru.

Hafoin akontesimentu ne’e, nia hatutan, parte PNTL no F-FDTL to’o kedan iha fatin akontesimentu hodi husu informasaun ba Xefe Suku Nunira, Laga, Nilton Gama, maibé autoridade ne’e rezeita fó informasaun ba parte seguransa.

Ba na’in hitu ne’ebé hetan kaer, nia hatete, entrega ona ba Polisia Eskuadra Laga hodi halo investigasaun.

Entretantu, polisia husu mós atu halo autopsia ba matebian Martinho, maibé família lakohi koopera.

“(familia) Sira lakohi entrega mate-isin ba ami (polisia). Maibé sira deskonfia nafatin katak matebian Martinho nia mate ne’e forsa mak oho. Oinsá ita bele dehan ne’e forsa mak oho kuandu la halo autópsia?,” Komandante ne'e kestiona.

Daudauk ne’e, nia hatutan, PNTL no autoridade sira halo aprosimasaun ho família atu bele entrega mate-isin hodi bele justifika lia loos.

Bainhira familia lakohi nafatin atu koopera, Duarte dehan, polisia labele atu lori prosesu ne’e ba oin tanba laiha faktu no evidénsia ne’ebé bele indika.

Cristina Ximenes | Independente

Ministru Fidelis Atualiza Deklarasaun Kona-Ba Rejistu Interese Sira


DILI, (TATOLI) - Ministru ba Reforma Lejizlativa no Asuntu Parlamentár, Fidelis Manuel Leite Magalhães, entrega iha tribunál Rekursu atualizasaun ida ne’ebé kona-ba nia deklarasaun ba rejistu Interese sira, hanesan membru órgaun soberania ida ne’e.

Iha karta ne’ebé haruka ba Prezidente Tribunal Rekursu, Ministru ba Reforma Lejizlativa no Asuntu Parlamentár fó hanoin katak, hodi kumpre artigu 6 Lei 7/2007,  hafoin simu pose, iha loron 22 fulan Juñu 2018, hato’o iha tribunál Rekursu deklarasaun ida kona-ba Rejistu Interese sira no iha tempu ne’ebé sei klosan. Ministru Fidelis Magalhães kaben iha loron 1 fulan Setembru liubá.

“Ha’u mai, nune’e, tuir no ba efeitu sira ne’ebé hateten iha artigu 6 lei n º 7/2007, loron 25 fulan jullu, kompleta ha’u nia deklarasaun liubá kona-ba rejistu Interese sira ho deklarasaun la’en nian”, entrega iha aneksu ne’e, hatutan Ministru ba Reforma Lejizlativa no Asuntu Parlamentár iha nia karta.

Atualizasaun deklarasaun ne’ebé kona-ba Rejistu Interese sira,  entrega ona ohin, loron 12 fulan Outubru, iha Tribunal rekursu.

Ekipa Redasaun


Imajen: Ministru Reforma Lejislativa no Asuntu Parlamentár ,Fidelis Leite Magalhães

FMI iha previzaun di'ak ba ekonomia timoroan nian iha tinan 2018


Fundu Monetariu Internasional (FMI) hare fali previzaun ne'ebé ass ba ekonomia timoroan nian no antesipa katak Produtu Intrnu Brutu (PIB) laos-petroliferu bele sa'e 0,8% iha tinan ne'e.

Fundu ne'e hare katak kontas sira tinan 2017 nian kiik, bainhira ekonomia tun ba 4,6%.

Iha "Regional Economic Outlook" ba Azia no Pasifiku - relatoriu ida hosi sira barak ne'ebé maka divulga hosi FMI iha fulan ne'e - instituisaun ne'e hatudu katak otimista liu ho komportamentu iha tinan 2019, bainhira prevé kresimentu ida 5%.

Iha relatoriu fulan Abril nian FMI determina katak ekonomia iha tinan kotuk tuun ba 4,1%, no agora agrava tan pontu lima persentual, ba -4,6, no tinan 2018 iha fali previzaun di'ak ne'ebé maka ho diminuisaun 2% ba fali aumentu 0,8%.

Inflasaun, indikador seluk ne'ebé maka mensiona iha testu, 0,6% iha tinan 2017, kiik liu hosi media nasaun emerjente sira Azia nian (ne'e maka 3%de'it), tenki sa'e fali ba 1,8% iha tinan ne'e no 2,7% iha tinan 2019.

Relatoriu seluk fulan Outubru nian ne'ebé maka monitoriza maka 'saude' finansas publikas nian, FMI hatete katak saldu jeral Estadu nian iha tinan kotuk maka - 19,5% hosi PIB (boot liu dala hat hosi mediahosi grupu sira nasaun produtor petroleu nian).

Valor ne'ebé maka hosi -3,5% iha tinan 2016, tenki tuun ba 17,1% iha tinan ne'e - ho investimentu Estadu nian ne'ebé permanese kiik - no sei sa'e fali ba -27,8% iha tinan 2019.

Timor-Leste agrupadu entre nasaun 33 produtor petroleu nian no hitu ne'ebé konsidera hanesan "produtor petroleu ho rendimentu ne'ebé kiik", liu-liu Kameroun,Kongu, Kosta do Marfim, Iémen, Nijéria no Papua Nova Guiné.

Reseita sira laos petrolifera koresponde besik 1/3 hosi PIB nian, valor ne'ebé liu hosi triplu media entre nasaun sira produtor petroleu nian.

SAPO TL ho Lusa

Presidente timorense considera nomeação de novo adjunto do PGR a "decisão correta"


Díli, 12 out (Lusa) - O Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, disse à Lusa que a nomeação do novo adjunto do Procurador-Geral da República de Timor-Leste foi a "decisão correta", apesar de críticas de deputados do Governo.

"Não houve ainda qualquer reação da Procuradoria-Geral. Alguns cidadãos reagiram contra essa minha decisão, mas eu devo dizer que a decisão que tomei foi uma decisão correta", afirmou Francisco Guterres Lu-Olo.

Os comentários de Lu-Olo surgem depois de algumas críticas à sua decisão, no mês passado, de nomear Alfonso Lopez, até aqui procurador Distrital de Díli, para o cargo de adjunto do Procurador-Geral da República, substituindo a procuradora Zélia Trindade.

No decreto presidencial, assinado a 04 de setembro, Lu-Olo refere que tomou a decisão com base nas suas competências constitucionais e elementos da lei do Estatuto do Ministério Público, alterada em 2011.

Essa lei refere que os adjuntos do Procurador-Geral da República são "nomeados de entre procuradores da República e juízes de direito de categoria não inferior a 1.º classe, em comissão de serviço, por um período de três anos, renovável uma vez".

Se não houver nacionais que preencham estes requisitos, estabelece a lei, "podem ser nomeados de entre os magistrados mencionados nesse artigo de categoria e experiência inferior".

Alfonso Lopez, que cumpriu 40 anos em julho, é procurador de segunda classe, sendo que no sistema judicial timorenses há três procuradores de primeira classe: o atual procurador-geral, José Ximenes, a adjunta cessante Zélia Trindade e a procuradora de Díli, Angelina Saldanha.

Para Carmelita Moniz, deputada do maior partido da coligação do Governo, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o Presidente da República não cumpriu os requisitos previstos na lei do Estatuto do Ministério Público.

"Há de facto disposições transitórias que permitem ao Presidente nomear de 2ª classe se não houver de 1ª classe. Mas há três procuradores de primeira classe", disse à Lusa.

"Quem deveria ter sido nomeado para o caso era a procuradora Angelina Saldanha. Não houve qualquer processo ou situação com ela, por isso, porque é que o senhor Presidente não a nomeou", questionou.

Este é o segundo caso envolvendo nomeações para a PGR em pouco mais de um ano.

Poucos dias antes do seu mandato terminar, em maio de 2017, o então Presidente timorense, Taur Matan Ruak, decidiu renovar o mandato do atual procurador-geral da República, numa decisão que suscitou duras críticas do parlamento.

Na altura, os deputados rejeitaram ratificar a nomeação, acusando o chefe de Estado de "tentativa de condicionamento político" do então Presidente eleito, Lu-Olo, que tomaria posse em menos de 20 dias, tendo Taur Matan Ruak considerado as resoluções uma "tentativa de desestabilização do sector da Justiça".

As duas resoluções foram aprovadas pelos dois maiores partidos timorenses, o Congresso Nacional de Reconstrução Timorense (CNRT) e a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) com os votos contra do deputado do CNRT Vicente da Silva Guterres e da bancada do Partido Democrático (PD).

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