quarta-feira, 1 de maio de 2024

Portugal, Cabo Verde, Bissau e Angola assinalam libertação do Tarrafal

As comemorações dos 50 anos de libertação dos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal, Cabo Verde, realizam-se hoje no local com a presença de três chefes de Estado e o ministro da Defesa de Angola.

O antigo campo, hoje Museu da Resistência, foi preparado para receber as cerimónias centrais que evocam a resistência de mais de 500 pessoas que estiveram presas no "campo da morte lenta", símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa.

Um total de 36 pessoas não sobreviveu, a maioria, 32 mortos, eram portugueses que contestavam o regime fascista, presos na primeira fase do campo, entre 1936 e 1956.

O campo reabriu em 1962 com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom, destinado a encarcerar anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde, altura em que morreram dois angolanos e dois guineenses.

A libertação de quem se opunha ao Estado Novo aconteceu poucos dias depois de o regime fascista ter sido derrubado com a revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal.

O programa de hoje inclui o descerramento de uma placa comemorativa, uma sessão especial com os chefes de Estado e uma conferência sobre o campo do Tarrafal pelo historiador Victor Barros.

Luís Fonseca, antigo embaixador cabo-verdiano, secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) entre 2004 e 2008, usará da palavra como porta-voz dos presos políticos.

Depois de agredido pela PIDE, polícia política do regime, Luís Fonseca integrou o primeiro grupo de presos políticos cabo-verdianos a chegar ao Tarrafal (1970-1973).

"O Tarrafal é de facto um símbolo do fascismo português", da "negação de direitos", referiu, numa entrevista à Lusa, a propósito dos 50 anos da libertação.

"Há um dever de memória para com os combatentes que deram a vida pela liberdade", fazendo com que o sítio "não deva ser esquecido pelas gerações, porque representa a luta dos povos de quatro países".

À tarde, os Presidentes de Cabo Verde, de Portugal e da Guiné-Bissau e o ministro da Defesa de Angola realizam uma visita guiada ao campo e as comemorações do dia terminam com um concerto com Mário Lúcio (Cabo Verde), Teresa Salgueiro (Portugal), Paulo Flores (Angola) e Karyna Gomes (Guiné Bissau), com entrada livre.

O programa de hoje inclui a inauguração da exposição 'Tarrafal, da repressão à liberdade', com curadoria de Alfredo Caldeira, com materiais audiovisuais e fotográficos e depoimentos sobre diferentes aspetos da vida prisional.

No âmbito desta evocação, será também publicado o livro 'Tarrafal-Presos Políticos e Sociais' e criado um Centro de Documentação online sobre o Tarrafal (www.tarrafal-cdt.org), aberto à consulta pública a partir de hoje.

Notícias ao Minuto | Lusa com foto

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1º DE MAIO, DIA DO TRABALHADOR -- tudo começou em Chicago em 1886

O Dia do Trabalhador,[1] Dia Internacional dos Trabalhadores é uma data comemorativa internacional, dedicada aos trabalhadores, celebrada anualmente no dia 1º de maio em quase todos os países do mundo, sendo feriado em muitos deles.

A homenagem remonta ao dia 1º de maio de 1886, quando uma greve foi iniciada na cidade norte-americana de Chicago com o objetivo de conquistar melhores condições de trabalho, principalmente a redução da jornada de trabalho diária, que chegava a 17 horas, para oito horas. Durante a manifestação houve confrontos com a polícia, o que resultou em prisões e mortes de trabalhadores. Este acontecimento serviria de inspiração para muitas outras manifestações que se seguiriam. Estas lutas operárias culminaram numa série de direitos, previstos em leis e sancionados por constituições.[2]

No período entre-guerras, a duração máxima da jornada de trabalho foi fixada em oito horas, na maior parte dos países industrializados.[3]

No calendário litúrgico, o dia celebra a memória de São José Operário, o santo padroeiro dos trabalhadores.

Origens operárias e anarquistas

Nos Estados Unidos, durante o congresso de 1884, os sindicatos estabeleceram o prazo de dois anos para conseguir impor aos empregadores a limitação da jornada de trabalho para oito horas. Eles iniciaram a campanha em 1º de maio, quando muitas empresas começavam o seu ano contábil, os contratos de trabalho terminavam e os trabalhadores buscavam outros empregos. Estimulada pelos anarquistas, a adesão à greve geral de 1º de maio de 1886 foi ampla,[4] envolvendo cerca de 340 000 trabalhadores em todo o país.

Em Chicago, a greve atingiu várias empresas. No dia 3 de maio, durante uma manifestação, grevistas da fábrica McCormick sairam em perseguição dos indivíduos contratados pela empresa para furar a greve. São recebidos pelos detetives da agência Pinkerton e policias armados de espingardas. O confronto resultou em três trabalhadores mortos. No dia seguinte, realizou-se uma marcha de protesto e, à noite, após a multidão se ter dispersado na Haymarket Square, restaram cerca de duzentos manifestantes e o mesmo número de policias. Foi quando uma bomba explodiu perto dos policias, matando um deles. Sete outros foram mortos no confronto que se seguiu.

Em consequência desses eventos, os sindicalistas anarquistas Albert ParsonsAdolph FischerGeorge EngelAugust Spies e Louis Lingg, foram condenados à forca, apesar da inexistência de provas. Louis Lingg cometeu suicídio na prisão, ingerindo uma cápsula explosiva. Os outros quatro foram enforcados em 11 de novembro de 1887, dia que ficou conhecido como Black Friday. Três outros foram condenados à prisão perpétua. Em 1893 eles foram inocentados e reabilitados pelo governador de Illinois, que confirmou ter sido o chefe da polícia quem organizara tudo, inclusive encomendando o atentado para justificar a repressão que viria a seguir.[5][6][7]

No dia 20 de junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma manifestação, com o objetivo de lutar pela jornada de 8 horas de trabalho. A data escolhida foi o primeiro dia de maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1º de maio de 1891, uma manifestação no norte de França foi dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serviu para reforçar o significado da data como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista de Bruxelas proclamou a data como dia internacional de reivindicação de condições laborais.[7]

Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de 8 horas e proclamou feriado o dia 1º de maio daquele ano. Em 1920, a então União Soviética adotou o 1º de maio como feriado nacional, sendo seguida por alguns países.

As lutas e manifestações russas inspiraram artistas de todo o mundo que tinham o socialismo como ideologia. Dentre eles destaca-se o artista mexicano Diego Rivera, o qual conseguiu expressar sua admiração ao passado da luta dos trabalhadores em uma de suas obras que retrata a Manifestação de Primeiro de Maio em Moscou., finalizada em 1956.

Até hoje, o governo dos Estados Unidos se nega a reconhecer a data como o Dia do Trabalhador. Em 1890, a luta dos trabalhadores norte-americanos fez com que o Congresso aprovasse a redução da jornada de trabalho, de 16 horas para 8 horas diárias.

Wikipédia (parcial)

Timor-Leste diz que a China está disponível para ajudar na agricultura e indústria

"Durante o encontro, o governo chinês assumiu o compromisso de apoiar o desenvolvimento económico de Timor-Leste", declarou o executivo timorense.

O chefe da diplomacia de Timor-Leste disse, esta sexta-feira, que a China “assumiu o compromisso” de apoiar o desenvolvimento económico em Timor-Leste, nomeadamente nos setores das infraestruturas, agricultura e indústria.

O reforço da cooperação entre os dois países foi discutido num encontro entre o chefe da diplomacia timorense, Bendito Freitas, que se encontra em visita oficial à China, e o seu homólogo chinês, Wang Yi.

“Durante o encontro, o Governo chinês assumiu o compromisso de apoiar o desenvolvimento económico de Timor-Leste, com especial ênfase nos setores das infraestruturas, agricultura e indústria. Destacou-se também o reforço da capacidade dos recursos humanos timorenses através de bolsas de estudo e formação”, refere o executivo timorense.

Segundo o governo, os dois ministros manifestaram também a “intenção de reforçar ainda mais as relações diplomáticas e a cooperação bilateral, em prol dos interesses comuns”.

A China e Timor-Leste elevaram em setembro de 2023 as relações bilaterais para uma “parceria estratégica abrangente”, o segundo nível mais alto no protocolo da diplomacia chinesa, em linha com a “Faixa e Rota”.

Ex-general indonésio acusado de abusos em Timor-Leste eleito presidente

Prabowo foi acusado de abusos contra civis em Timor-Leste durante a sua passagem pelo exército. Os adversários na eleição já declararam intenção de contestar legalmente os resultados.

O controverso ex-general Prabowo Subianto, acusado de violações dos direitos humanos, nomeadamente em Timor-Leste, foi declarado vencedor das eleições presidenciais da Indonésia realizadas em 14 de fevereiro, segundo os resultados oficiais divulgados esta quarta-feira.

Após mais de um mês de contagem dos votos, a Comissão Eleitoral da Indonésia declarou no seu canal do Youtube que Prabowo obteve 58% dos votos, contra 24% do antigo governador de Jacarta Anies Baswedan, e 16% do antigo governador de Java Central Ganjar Pranobo, os outros dois candidatos presidenciais.

Desde a eleição, houve numerosos protestos denunciando uma suposta fraude eleitoral, e tanto Anies como Ganjar também declararam recentemente a sua intenção de contestar legalmente os resultados, alegando que Prabowo recebeu apoio não oficial do presidente cessante, Joko Widodo.

O antigo general concorreu juntamente com o filho de Widodo, Gibran Rakabuming Raka, de 36 anos, que se tornará vice-presidente.

Os dois obtiveram mais de 96,21 milhões de votos, contra 40,97 milhões de Anies e o seu candidato a vice-presidente, Muhaimin Iskandar, e 27,04 milhões de Ganjar e Mohammad Mahfud Mahmodin.