domingo, 17 de maio de 2015

Crime humanitário: Abandonados em alto-mar, imigrantes bebem urina para sobreviver


Imigrantes abandonados em alto-mar na Ásia bebem urina para sobreviver. Os imigrantes são da minoria muçulmana perseguida em Mianmar. Corpos de dez pessoas que morreram na embarcação foram lançados no oceano

Cerca de 350 imigrantes da minoria muçulmana de rohingya, que é perseguida em Mianmar e vem tendo sua entrada negada na Tailândia, estão há uma semana em um barco abandonado no mar de Andaman.

Até esta quinta-feira (14), quando helicópteros tailandeses jogaram suprimentos perto da embarcação, os migrantes estavam sem água e comida, com alguns tendo recorrido à própria urina para ter o que beber.

Os corpos de dez pessoas que morreram na embarcação foram lançados ao mar, disseram os migrantes. Os migrantes relataram que a tripulação quebrou o motor do barco antes de abandoná-los à própria sorte.

Crise migratória

A crise migratória no sudeste asiático se intensificou desde que a Tailândia tornou mais rígidas suas regras de imigração. Uma repressão regional vem assustando os contrabandistas, que se recusam a levar as pessoas para a terra e abandonam seus barcos, deixando os migrantes à deriva.

Nos últimos dias, milhares foram resgatados em alto-mar pela Indonésia e pela Malásia. Outras pessoas chegam até a costa desses países a nado.

Isso não significa, no entanto, que esses governos estejam dispostos a receber os migrantes. A Organização Internacional de Migração acredita que 8.000 imigrantes de Bangladesh e de Mianmar estejam abandonados em alto mar na região.

Na terça (12), a Indonésia havia rebocado um barco com centenas de imigrantes para fora de suas águas territoriais, seguindo uma decisão de um tribunal em Jacarta.

A Malásia, por sua vez, havia dito que só não rejeitaria barcos que estivessem afundando. “Não deixaremos nenhum barco estrangeiro atracar”, disse o primeiro-almirante da agência policial da Marinha da Malásia, Tan Kok Kwee.

Informações de EBC, AFP e Agência Folha

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