terça-feira, 27 de outubro de 2015

Empresário do jogo em Macau admite impacto da campanha anticorrupção chinesa nos casinos


Macau, China, 26 out (Lusa) -- O empresário do jogo Lawrence Ho admitiu hoje o impacto negativo da campanha anticorrupção chinesa nas receitas dos casinos de Macau resultantes do segmento VIP (grandes apostadores), mas mostrou-se confiante na conquista do mercado de massas com novos projetos.

A Melco Crown Entertainment, de Lawrence Ho e do australiano James Packer, inaugura na terça-feira o "Studio City", na zona dos aterros que uniram as ilhas da Taipa e Coloane. Este é o terceiro casino da Melco Crown Entertainment em Macau.

O novo complexo abre numa altura em que o maior mercado de jogo a nível mundial enfrenta dificuldades. As receitas do jogo em casino em Macau caíram nos últimos 18 meses, em parte, devido ao abrandamento da economia da China, mas também de esforços de Pequim para conter a fuga de capitais ilícitos do país para a região administrativa especial.

"O que tem estado a acontecer com a economia chinesa, especialmente a campanha anticorrupção, tornou o ambiente no segmento VIP mais desafiante a curto prazo, à medida que o medo tem sido introduzido nos corações de muitos da classe média-alta", disse Lawrence Ho, filho do magnata Santley Ho, numa entrevista publicada hoje pelo grupo australiano Fairfax media.

"Contudo, o mercado de jogo, especialmente o segmento do mercado de massas, tem ainda muito potencial de desenvolvimento", afirmou.

A Melco Crown ambiciona atrair o segmento das famílias ao novo complexo, com várias atrações temáticas ao estilo de Hollywood, incluindo um simulador de voo 4D baseado na personagem cinematográfica do Batman ou a "Golden Reel", a maior roda gigante da Ásia em forma de oito -- o número da sorte chinês --, instalada entre as duas torres gémeas do "Studio City".

Lawrence Ho disse que a data de abertura do novo casino pode não ser perfeita, mas afirmou que a estratégia orientada para atrair o turista foi a decisão acertada.

"A Melco adaptou os seus investimentos e estratégia de mercado para atrair uma clientela diversificada, tanto do setor jogo como não-jogo", afirmou.

"A diversificação e inovação são fundamentais para superar os desafios e garantir o sucesso sustentável na cidade", acrescentou.

Segundo a Fairfax Media, a joint-venture do "Study City", detida em 60% pela Melco, deverá iniciar conversações com investidores, depois de as autoridades de Macau terem aprovado 250 mesas de jogo para o complexo, abaixo das expetativas da empresa, que tinha pedido 400.

O "Studio City" foi autorizado a instalar 200 mesas de jogo no dia da abertura, mas terá de aguardar até janeiro para abrir 50 adicionais. São todas mesas de jogo de massas.

Na semana passada, o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, reiterou que o Governo da região vai continuar a limitar o número de licenças para novas mesas de jogo e que as novas serão distribuídas da melhor forma no mercado de massas, precisamente para incentivar as operadoras a explorar a vertente não-jogo e assim promover a diversificação da economia.

Na entrevista de hoje, Lawrence Ho disse-se concentrado na abertura do complexo e que considerará a alocação de mesas nos próximos meses.

O nosso foco está na abertura bem-sucedida do Studio City. A Melco está a trabalhar com outros acionistas no 'Studio City' para otimizar a operação", adiantou hoje.

FV (DM) // MP

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