quinta-feira, 16 de março de 2017

Governo de Timor-Leste concede dois dias de tolerância de ponto

Díli, 15 mar (Lusa) - O Governo timorense concedeu tolerância de ponto a todos os funcionários públicos a 20 de março, data das eleições presidenciais, e no dia seguinte, para que todos possam deslocar-se e votar nas zonas onde estão recenseados.

"Tendo em conta que muitos dos votantes estão recenseados no seu município de origem, que não é, em muitos casos, o local onde residem, será necessário que se desloquem para exercer o seu direito e dever político e regressar ao seu local de residência", explica uma nota do Governo.

A decisão, que deverá ser acompanhada por outras instituições em Timor-Leste, baseia-se na legislação que prevê que a tolerância de ponto pode ser concedida "por motivo de acontecimento nacional, neste caso particular, uma data eleitoral".

O diretor da Escola Portuguesa de Díli, Acácio Brito, confirmou à agência Lusa que aquele centro escolar também vai estar encerrado no início da próxima semana, recordando que os funcionários são timorenses e que muitos têm de votar fora da capital.

A medida deverá afetar igualmente os bancos, que normalmente seguem as tolerâncias de ponto decretadas pelo Governo.

O diretor do BNU, Fernando Torrão Alves, explicou à Lusa que o banco deverá fechar na segunda e terça-feira, com a sede a estar aberta ao público extraordinariamente no sábado por estarem a ser distribuídos novos cartões aos clientes devido a uma alteração do sistema.

As eleições de 20 de março têm oito candidatos, menos quatro do que em 2012 e o mesmo número do que em 2007.

O boletim de voto é encabeçado por Antonio Maher Lopes, Fatuk Mutin, candidato apoiado pelo Partido Socialista de Timor (PST).

Francisco Guterres Lu-Olo (apoiado pela Fretilin e pelo CNRT) é o segundo no boletim, seguindo-se os independentes Amorim Vieira e José Neves e José Luis Guterres, deputado e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros (apoiado pela Frente Mudança).

Em sexto lugar no boletim de voto está a única mulher candidata à Presidência, Angela Freitas, presidente do Partido Trabalhista (PT), em sétimo surge o independente Luis Tilman e em oitavo o candidato apoiado pelo Partido Democrático (PD), António da Conceição, que suspendeu o seu cargo de ministro da Educação até ao fim da campanha.

A campanha eleitoral termina na próxima sexta-feira com um debate em que participam os oito candidatos.

Além desse ato conjunto, apenas quatro dos oito candidatos têm ações de campanha previstas para sexta-feira, nomeadamente Antonio Maher Lopes e Francisco Guterres Lu-Olo, com comícios em Díli, José Luis Guterres com um comício em Baucau (segunda cidade do país) e António da Conceição, com um comício em Liquiçá, a oeste da capital.

Ângela Freitas tem a sua última ação de campanha na quinta-feira em Pante Makasar, no enclave de Oecusse Ambeno, e Luis Tilman termina a campanha no mesmo dia em Letefoho, no distrito de Ermera, a sul de Díli.

José Neves e Amorim Vieira têm as suas últimas ações de campanha hoje, na ilha de Ataúro.

Estão registadas para votar 747.252 pessoas residentes em Timor-Leste, 853 residentes na Austrália e 479 residentes em Portugal, segundo informações do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE).

As eleições presidenciais e legislativas deste ano são as primeiras com votação de timorenses na diáspora, nomeadamente em Portugal e na Austrália, numa iniciativa que o Governo quer alargar no futuro.

As presidenciais deverão ter 941 mesas de voto em 693 centros de votação, o que obriga à contração de mais de 10 mil funcionários para acompanhamento eleitoral. Foram contratados 693 'brigadistas' - um responsável por cada um dos centros de votação - e 9.410 oficiais eleitorais, dez por cada uma das mesas de voto.

Os processos eleitorais deste ano têm um orçamento de cerca de 10 milhões de dólares para o STAE, a que se somam 1,5 milhões para as Forças de Defesa (F-FDTL) e 2,5 milhões para a polícia (PNTL).

ASP // MP

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