domingo, 10 de setembro de 2017

Timor-Leste continua com problemas alimentares apesar de melhoria - ONU

A situação alimentar em Timor-Leste melhorou este ano relativamente a 2016, mas continuam a existir bolsas de insuficiência alimentar, em parte porque o aumento da produção de cereais mantém-se aquém da média, indicou hoje a ONU.

O relatório, da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), notou um aumento na previsão de produção de cereais este ano em relação ao valor muito reduzido de 2016, embora ainda se espere que "continue abaixo da média".

Isto terá um efeito imediato na redução de previsões de importações em 2017 e 2018, mas não evita que a "insegurança alimentar grave persista em algumas bolsas" do país, indicou.

Chuvas mais regulares e mais bem distribuídas e melhores sistemas de irrigação contribuíram para o aumento da produção este ano, especialmente no leste do país.


Já em outras zonas, como Aileu, Baucau, Covalima e no enclave de Oecusse, chuva abaixo da média entre maio e junho afetou a quantidade de produção.

Chuvas mais intensas do que o normal entre julho e setembro podem, por outro lado, afetar a produção da segunda colheita.

A produção global deste ano poderá chegar às 155 mil toneladas.

A informação faz parte do Sistema de Alerta e Informação Global (GIEWS, sigla em inglês) da FAO de agosto que analisa a situação alimentar em Timor-Leste, que nos últimos anos tem vivido sob o efeito do fenómeno `El Niño`.

O fenómeno `El Niño` traduz-se em alterações, de entre 12 e 18 meses, na distribuição da temperatura da superfície da água do oceano Pacífico, com efeito na meteorologia da região.

De acordo com especialistas, os fenómenos de 2015 e 2016, entre os maiores registados, afetaram significativamente os padrões da chuva em Timor-Leste, condicionaram a produção agrícola e causaram carências alimentares adicionais em várias zonas.

Nos últimos anos, O Governo timorense tem realizado programas especiais de assistência alimentar, com o apoio de instituições internacionais.

Segundo equipas no terreno, as zonas de maior preocupação são os municípios de Baucau, Bobonaro, Covalima, Lautem, Oecusse e a região costeira de Viqueque.

RTP | Lusa

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