sábado, 6 de agosto de 2016

António Guterres à frente na segunda votação para secretário-geral da ONU


O ex-primeiro-ministro português António Guterres ficou à frente na segunda votação secreta ocorrida hoje entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para eleger o próximo secretário-geral da organização, disseram fontes diplomáticas à Lusa.

Guterres teve 11 votos "encoraja", dois votos "não tem opinião" e dois "desencoraja".

O resultado é menos positivo do que o da primeira votação, em que nenhum país desencorajava a candidatura do antigo primeiro-ministro português.

Durante a votação, cada um dos 15 membros do conselho indicou se "encoraja", "desencoraja" ou "não tem opinião" sobre os 11 candidatos.

Nesta segunda votação, um candidato teve um comportamento surpreendente: Vuk Jeremic, da Sérvia, que alcançou o segundo lugar com oito votos favoráveis, mas quatro "desencoraja" e três sem opinião.

Em terceiro lugar, ficou Susana Malcorra, também com oito votos "encoraja", mas seis votos desfavoráveis e apenas um "sem opinião".

O ex-Presidente esloveno Danilo Turk, que tinha ficado em segundo lugar na primeira votação, a 21 de julho, desce agora para quarto lugar com sete votos positivos, cinco negativos e três sem opinião.

Irina Bokova, que cumpre os dois requisitos que têm sido indicados nesta eleição - ser da Europa de Leste e mulher -, tem um resultado dececionante, com sete votos de desencorajamento, o mesmo número de países que encoraja a sua candidatura (apenas um não indicou opinião).

No fim da lista, surge Helen Clark, da Nova Zelândia. Os últimos lugares ficaram com Miroslav Lajcak, da Eslováquia, Christiana Figueres, da Costa Rica, Natalia Gherman, da Moldávia, e Igor Luksic, de Montenegro.

Vesna Pusic, da Croácia, desistiu da eleição na quinta-feira, restando agora seis homens e cinco mulheres na corrida.

A organização espera ter encontrado o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o outono.

AYS // EL - Lusa

Votação demonstra que Guterres é "candidato particularmente habilitado" -- MNE

O chefe da diplomacia portuguesa considerou hoje que o resultado obtido por António Guterres na segunda votação na ONU sobre os candidatos a secretário-geral demonstra que é um "candidato particularmente habilitado" para o exercício dessas funções.

"O resultado pelo engenheiro António Guterres na segunda votação indiciativa que se desenrolou hoje é muitíssimo positivo, é extremamente positivo, e mostra mais uma vez que o engenheiro Guterres é um candidato particularmente habilitado para o exercício das funções de secretário-geral das Nações Unidas e que esse é um facto que merece um reconhecimento geral como mostra mais uma vez o resultado de hoje", referiu Augusto Santos Silva em declarações à Lusa.

De acordo com fonte diplomática, António Guterres garantiu na votação de hoje 11 votos "encoraja", dois "desencoraja" e dois "sem opinião".

Na primeira ronda informal, em 21 de julho em Nova Iorque, o ex-primeiro-ministro português recebeu 12 votos de encorajamento e três "sem opinião" e não teve nenhum voto contra a sua candidatura à liderança da ONU.

Apesar de sublinhar que os resultados são reservados, tendo sido transmitidos pelo presidente do Conselho de Segurança ao embaixador de Portugal nas Nações Unidas, o chefe da diplomacia sublinhou que confirmam "o reconhecimento geral do elevado perfil do engenheiro Guterres e da sua condição de que é um candidato particularmente habilitado para o exercício das funções de secretário-geral das Nações Unidas nestas circunstâncias que são tão desafiadoras".

Após saudar as restantes candidaturas, o ministro dos Negócios Estrangeiros enfatizou as características deste processo "longo e reservado, que decorre no âmbito do Conselho de Segurança, longe de ter terminado, e levará o tempo que os membros do Conselho de Segurança entenderem necessário para poderem avançar com uma recomendação de nome à Assembleia-geral das Nações Unidas".

A organização espera ter encontrado durante o outono o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final deste ano.

PCR // EL - Lusa

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