domingo, 27 de novembro de 2016

Parlamento timorense aprova por unanimidade orçamento para 2017


Díli, 26 nov (Lusa) - O Parlamento Nacional timorense aprovou na noite de sexta-feira, na generalidade e por unanimidade a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2017, depois de um debate de três dias no plenário.

O texto foi aprovado com 62 votos a favor - todos os deputados ausentes - passando agora o diploma a ser debatido e votado na especialidade, antecipando-se que a votação final global ocorra a 14 de dezembro.

No discurso de encerramento dos três dias de plenário, o Ministro de Estado Agio Pereira, agradeceu aos membros do Parlamento Nacional a "forma democrática e construtiva com que foi debatido, na generalidade", observando que "os comentários, sugestões e críticas construtivas enriqueceram este debate e vão contribuir para uma melhor implementação do Orçamento que não é do Governo, nem do Parlamento, mas sim de e para todos os timorenses".

"O compromisso do VI Governo é o de executar o orçamento que hoje submetemos à consideração dos distintos Deputados, com total sentido de responsabilidade na implementação dos projetos e programas que contribuem para o desenvolvimento sustentável do país e para melhorar a qualidade de vida dos nossos cidadãos", referiu.

A proposta de Orçamento do Estado de Timor-Leste para 2017 prevê gastos de 1,39 mil milhões de dólares, os mais baixos desde 2010, e receitas de 1,41 mil milhões.

Pela primeira vez, o Governo apresenta em paralelo o primeiro Orçamento da Segurança Social, que baixou na terça-feira à comissão especializada para análise.

Durante o debate foram apresentadas cerca de 80 propostas de alteração às contas para 2017 que vão agora ser analisadas pela Comissão Eventual.

No arranque do debate orçamental, na quarta-feira, o primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo, disse que as contas públicas timorenses para 2017 foram desenhadas com "responsabilidade, transparência e rigor", procurando responder ao contexto da realidade social e à estratégia de desenvolvimento socioeconómico do país.

Na preparação do Orçamento Geral do Estado (OGE), disse o Governo teve em conta a sustentabilidade fiscal e a "capacidade ou qualidade da execução orçamental do Estado" e ainda o "esforço do desenvolvimento de infraestruturas, consolidação do desenvolvimento de recursos humanos e a criação de condições para o desenvolvimento da economia doméstica não-petrolífera", afirmou.

Recorde-se que o relatório e parecer da Comissão de Finanças Públicas (CFP) do Parlamento Nacional, lido no arranque do debate que se prolongou durante três dias, considera que os gastos públicos em Timor-Leste continuam demasiado concentrados no curto-prazo e nos impactos diretos na economia, faltando um quadro coerente de políticas que fortaleça a estabilidade orçamental.

"É chegada a hora, depois de anos de investimento público que se afigurou essencial para o futuro de Timor-Leste e do nosso povo, de diminuir o investimento público e criar o regime jurídico, político, económico e social que permita com menos fazer mais, passando para o setor privado a responsabilidade pelo crescimento económico", considera a comissão.

"É nosso parecer que ao nível da despesa, a mesma continua muito centrada no curto/médio prazo e em impactos diretos na economia, ao invés de definir um quadro coerente de políticas que torne a estabilidade orçamental num fator de estímulo à melhor afetação de recursos", refere o relatório da comissão, aprovado por unanimidade na terça-feira.

A proposta do OGE para 2017 foi submetida ao Parlamento a 13 de outubro e desde aí foram ouvidos nas comissões especializadas representantes do Governo, entidades públicas, sociedade civil e parceiros para o desenvolvimento.

ASP // APN

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