quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

PM timorense garante fundos para eleições antecipadas


Díli, 01 fev (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, garantiu hoje que o Estado tem condições, apesar do regime de duodécimos, para financiar as eleições antecipadas, estimando que o processo eleitoral custará menos de 5 milhões de dólares.

"Para as eleições do ano passado [presidenciais e legislativas], foram previstos 10 milhões de dólares, agora há apenas uma e penso que metade disso é suficiente", disse aos jornalistas no Palácio Presidencial em Díli.

Mari Alkatiri falava aos jornalistas depois da reunião semanal com o Presidente da República em que um dos temas dominantes foi a preparação para as eleições antecipadas, cuja data ainda não foi marcada pelo chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo.

"Falámos sobre a eleição, que o Presidente vai marcar. Vai falar com a CNE (Comissão Nacional de Eleições), com o STAE (Secretariado Técnico da Administração Eleitoral) para depois decidir. Disse-lhe para não se preocupar muito com o dinheiro para o voto que o Governo garante estará disponível", explicou.

Questionado sobre o calendário eleitoral, Alkatiri recordou que os regulamentos sobre as eleições para o Parlamento Nacional - aprovados pelo Governo anterior para as eleições de 22 de julho de 2017 e ainda em vigor - determinam um calendário eleitoral de 80 dias.

Francisco Guterres Lu-Olo reúne-se ainda hoje com equipas da CNE e do STAE devendo, depois disso convocar reuniões com os partidos políticos - fonte da Presidência disse à Lusa que isso poderia ocorrer na terça-feira da próxima semana.

A previsão é de que Lu-Olo possa anunciar a data das eleições no final da próxima semana.

Caso seja seguido à risca o calendário aplicado em 2017, as eleições antecipadas poderão vir a ocorrer apenas no inicio de maio, 80 dias depois da sua convocatória.

O processo arranca com o prazo para a apresentação de coligações pré-eleitorais e, em paralelo, a de candidaturas partidárias e a sua verificação pelo Tribunal de Recurso, antes do sorteio do boletim de voto.

A fase seguinte é a da constituição dos centros de votação e estações de voto, que ficarão fechados um mês antes do voto, com a campanha eleitoral a durar 30 dias, seguindo-se dois dias de reflexão antes do ato eleitoral.

Os resultados seriam contados nos três dias seguintes, havendo um prazo adicional para a sua verificação pelo Tribunal de Recurso.

Depois avançaria o processo de tomada de posse dos novos 65 deputados eleitos - que apoiarão o próximo executivo -, o VIII Governo constitucional que terá também de tomar posse, submetendo depois ao Parlamento o seu programa e o Orçamento Geral do Estado para 2018.

Até que esse documento esteja aprovado - previsivelmente só na segunda metade do ano -, Timor-Leste continuará a viver com o regime de duodécimos que se aplica no país desde 01 de janeiro.

ASP//RBF

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