sexta-feira, 19 de junho de 2015

Deputados timorenses visitam a UA para celebrar uma relação de décadas


Êxito dos projetos de cooperação com Timor-Leste garante um futuro com mais missões conjuntas

O trabalho de reestruturação curricular do ensino secundário em Timor-Leste, e a respetiva produção de manuais escolares para alunos e guias para os professores, o projeto de informatização do Parlamento Nacional timorense e o estudo da flora daquele país foram algumas das missões da Universidade de Aveiro (UA), já concluídas com êxito, apresentadas à comitiva parlamentar timorense que no dia 17 de junho se deslocou à academia.

Promovida pelo Grupo Parlamentar de Amizade Portugal – Timor-Leste, em conjunto com o homólogo timorense, a conferência "Portugal – Timor-Leste", que decorreu em Lisboa a 15 e 16 de junho, deu o mote para a viagem a Portugal dos representantes timorenses.

À margem do encontro de Lisboa, a visita à UA pretendeu cimentar a decana relação de amizade e cooperação entre a UA e Timor e trouxe à academia Vicente da Silva Guterres, presidente do Parlamento Nacional de Timor-Leste, e vários representantes timorenses, entre parlamentares, governantes, empresários, académicos e agentes culturais. Recebidos por José Alberto Rafael, Vice-reitor da UA, os representantes timorenses estiveram nos departamentos de Química e de Geociências e no CICECO - Aveiro Institute of Materials da UA.

“A colaboração entre a UA e Timor é de longa data. Depois desta visita, na qual tomei conhecimento de todos os projetos que envolvem Timor e a UA, regresso ao meu pais com a certeza de que devia haver uma maior dinamização da nossa cooperação e a continuação daquilo que se fez para que se possa transmitir de forma cabal os conhecimentos da experiência adquirida para os timorenses para que, a prazo, possam eles próprios andar pelos seus próprios pés”, afirmou Vicente da Silva Guterres, presidente do Parlamento Nacional de Timor-Leste.

No final da visita, que incluiu um emotivo encontro com dezenas de estudantes timorenses da UA,  o responsável salientou também “a assistência personalizada que a UA presta aos bolseiros vindos de Timor”, um apoio que tem resultado no êxito do percurso académico dos alunos. “A UA está, por isso, de parabéns”, frisou Vicente da Silva Guterres.

Lurdes Bessa, deputada timorense e membro do Grupo Parlamentar de Amizade Timor-Leste – Portugal, referiu a “visita fantástica” que a comitiva teve oportunidade de fazer na UA. Da passagem pela academia, a deputada realçou “o encontro alargado, onde fomos informados sobre todos os projetos de colaboração que a UA tem tido com Timor ao longo dos anos em vários domínios, projetos que deram frutos, que não morreram e que continuam a crescer”.

A recente criação da Faculdade de Ciências Exatas da Universidade Nacional de Timor-Leste, que a UA ajudou a criar e cujo diretor é Samuel Freitas, antigo aluno da academia de Aveiro onde concluiu licenciatura, mestrado e doutoramento em Química, foi um dos exemplos apontados pela deputada na profícua relação de cooperação entre Timor e a UA.

“Neste momento há um projeto muito importante a decorrer no terreno que é a criação da Faculdade de Ciências Exatas, uma instituição de extrema necessidade no país face ao grande problema que temos na área das ciências exatas”, salientou Lurdes Bessa. “Com a criação desta faculdade vamos tentar colmatar uma falha grande no nosso sistema de educação”, disse a responsável.

A UA, apontou a deputada timorense, “tem mais de 50 alunos timorenses nos vários graus de ensino e é uma universidade que nos é muito carinhosa porque, desde os anos 90, esteve sempre muito envolvida na defesa dos direitos humanos do povo timorense”. 

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