quarta-feira, 1 de junho de 2016

Suu Kyi vai liderar comité para apoiar minoria rohingya na Birmânia


Banguecoque, 01 jun (Lusa) -- A dirigente birmanesa e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi vai presidir a um novo comité para promover a paz e o desenvolvimento no estado de Rakhine, onde vive a perseguida minoria muçulmana rohingya, informou hoje a imprensa local.

O novo organismo, que inclui os restantes membros do governo, vai encarregar-se, entre outros assuntos, de coordenar a ação das agências da Organização das Nações Unidas e organizações não-governamentias internacionais na zona, segundo o diário Global New Light of Myanmar.

Estas organizações operam com restrições na zona para apoiar os rohingya, minoria que vive na Birmânia há séculos, mas cujos membros não são reconhecidos como cidadãos birmaneses, sendo consideradaos imigrantes bengalis. Cerca de 120 mil deles vivem confinados em 67 campos desde um surto de violência em 2012 entre esta minoria e a maioria budista da região, que causou pelo menos 160 mortos.

Em março, dias antes de passar o poder, o anterior Governo levantou o estado de emergência imposto desde 2012 em Rakhine, onde os rohingya têm limitada a liberdade de movimentos e o acesso à educação, além de terem os seus bens confiscados.

A criação do comité foi anunciada uma semana depois de o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ter instado Suu Kyi a promover os direitos humanos, depois de uma reunião em que ambos abordaram a situação desta minoria.

O partido de Aung San Suu Kyi, de 70 anos, conquistou a maioria no parlamento brimanês em novembro do ano passado, naquelas que foram as primeiras eleições livres em mais de 25 anos.

A última junta militar cedeu em 2011 o poder a um Governo encabeçado pelo general Thein Sein, que iniciou uma série de reformas políticas e económicas premiadas com o levantamento de sanções por parte da União Europeia e dos Estados Unidos.

FV (DM) // MP

Sem comentários: