sábado, 3 de setembro de 2016

Governo de Hong Kong "atacado por piratas informáticos chineses" -- empresa de segurança


Hong Kong, China, 02 set (Lusa) -- Piratas informáticos chineses atacaram dois departamentos governamentais de Hong Kong, a poucos dias das eleições na antiga colónia britânica, disse hoje uma empresa de segurança sedeada nos Estados Unidos.

O ataque aconteceu em agosto, durante a corrida para as eleições legislativas de domingo, numa altura em que o receio de um 'apertar de cerco' de Pequim a Hong Kong atinge níveis elevados.

A empresa de segurança FireEye, sedeada na Califórnia, disse hoje que um grupo baseado na China, que a firma tem vindo a seguir desde 2011, atacou pelo menos dois departamentos do Governo de Hong Kong em agosto.

O diretor do departamento de tecnologia da empresa para a Ásia Pacífico, Bryce Boland, acredita que o grupo responsável pelos ataques, conhecido como APT3, "é patrocinado pela República Popular da China".

"Normalmente, quando vemos ataques de governos a outros governos, tem que ver com recolha de informação ou tentativas de aceder a informação que não podem ter por outras vias", disse Boland à agência AFP.

"[Há] muita discussão, muita incerteza sobre o futuro político de Hong Kong. Imagino que estão a tentar formar uma imagem mais clara do que se passa dentro de alguns destes departamentos governamentais", disse.

Um dos métodos usados pelo grupo APT3 nos ataques recentes foi enviar um email, que alegam ser um relatório sobre os resultados eleitorais, e que contém um 'hiperlink' que leva a 'malware' (programa malicioso).

As autoridades confirmaram os ataques dizendo que "medidas de segurança relevantes foram já adotadas para bloquear os emails suspeitos".

A empresa de Boland não conseguiu identificar quais os dados recolhidos e não especificou que departamentos foram atacados.

Segundo Boland, este tipo de ataques tem aumentado desde o "Movimento dos Guarda-Chuvas", de protestos pro-democracia, em 2014.

As eleições de domingo são as mais importantes desde os protestos, que não conseguiram obter a reforma política desejada apesar da enorme dimensão e atenção internacional.

Desde então, novos ativistas emergiram no tecido político da cidade, defendendo uma total separação da China.

ISG//ISG

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