sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Líderes timorenses têm de impedir que forças externas dividam o país - Fretilin


Díli, 07 out (Lusa) - Os líderes políticos timorenses não podem permitir que as suas diferenças políticas sejam aproveitadas para ações subversivas internas ou externas para dividir o país, advertiu hoje o presidente da Fretilin.

"Não devemos permitir que as nossas diferenças políticas sejam aproveitadas por forças externas para dividir e pôr em causa a paz duramente conquistada por nós", afirmou Francisco Guterres (Lu-Olo) no IV Congresso Nacional do segundo partido timorense.

"Temos de ser capazes de prevenir eventuais ações subversivas (quer internas quer externas), para manter a nossa soberania, a paz e a estabilidade, reforçar a nossa democracia e trabalhar no sentido de fazer prosperar a nação timorense", defendeu.

Para o líder da Fretilin, é essencial que o país consolide um Sistema de Defesa e Segurança Nacional "adequado e capaz de prevenir e vencer eventuais situações", objetivo para o qual devem contribuir todos os líderes.

Lu-Olo falava na abertura em Díli do IV Congresso Nacional da Fretilin, que reúne até domingo no Centro de Convenções de Díli 1.135 delegados de todo o país sob o tema "vencer para libertar".

A reunião magna da Fretilin ocorre cinco anos depois do último congresso, após a reeleição do presidente e secretário-geral do partido timorense Fretilin, Lu-Olo e Mari Alkatiri - com uma ampla maioria de apoio (97,13%) numa votação direta sem precedentes em que participaram quase 200 mil pessoas - e a pensar nas eleições presidenciais e legislativas de 2017.

Traçando as linhas gerais do que será o programa da Fretilin para o voto de 2017, Lu-Olo destacou, entre outros aspetos, a saúde pública, as vacinas e a medicina preventiva, a promoção de alimentação mais saudável para a população, a procura de "soluções para o problema do saneamento básico" e a educação para a proteção do ambiente.

No campo da educação, e destacando os progressos conseguidos nos últimos anos, Lu-Olo insistiu na necessidade de formar mais professores, melhorar a quantidade e qualidade dos espaços escolares e fortalecer o Programa de Merenda Escolar.

Lu-Olo definiu ainda como "prioridade fundamental" o programa de desenvolvimento das infraestruturas" - em energia, transportes, água, informação e tecnologia" - e uma redobrada aposta no fortalecimento da economia nacional.

O futuro do país, sustentou, passa por "criar uma economia mais forte e mais competitiva, que não dependa excessivamente do petróleo", que não dependa excessivamente das importações e que invista "com sabedoria" para aproveitar da melhor formas os recursos naturais do país.

"Há que priorizar os projetos estruturantes, os de maior rentabilidade, os mais competitivos e inovadores. Há que apoiar e incentivar mais os investidores (nacionais e internacionais) a investir cada vez mais e melhor no país", disse.

"Apoiar também os empresários e investidores que sabem realizar licitamente os seus negócios no mercado interno e externo para constituírem riqueza e contribuírem para aumentar o emprego e fazer crescer a economia", disse.

O congresso da Fretilin encerra no domingo, dia em que se espera, entre outras intervenções, um discurso do ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano e outro de Muhammad Yunus, Nobel da Paz de 2006.

ASP // JPS

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