sábado, 17 de dezembro de 2016

TIMOR-LESTE. FELIZ NATAL? BOAS FESTAS? TENHAM VERGONHA SENHORES DIRIGENTES!


Passo e repasso ao longo do Facebook por fotografias atuais que testemunham como sobrevivem em Timor-Leste idosos, os de meia-idade e crianças. As condições de sobrevivência são deploráveis e semelhantes a meio-século atrás, como se vê nas imagens aqui em suporte.

Passo e repasso ao longo do Facebook por declarações de dirigentes timorenses que falam disto e daquilo, dos progressos, do desenvolvimento, das melhorias, do investimento, da justiça social, do judiciário e da justiça de batinas negras toda pomposa mas que anda às cambalhotas e pende tantas vezes para ser forte com os fracos e fraca com os fortes.

Passo e repasso ao longo da minha memória tristes quadros, "falados e vividos” e imagens que retive das condições deploráveis de sobrevivência de imensos timorenses há quase 50 anos. E agora ainda é igual, ou pior.

Passo e repasso também na minha memória as esperanças de muito melhores condições de vida de todos os timorenses depois de efetivada a independência… Mas isso acontece só para alguns. Principalmente para uma elite de políticos e de empresários “fabricados” sabe-se lá com que dinheiro (ou sabe-se?), enquanto mais de metade dos timorenses sobrevive em péssimas condições e pelo menos um terço assemelha-se às condições de vida que ressalta da fotografia que não deixa desmentir a falta de vergonha de muitos dos dirigentes preponderantes que defendem e guardam para eles e os seus o mel e deixam que abunde o fel de todos os dias para milhares de mauberes e buiberes – timorenses de segunda ou terceira categoria.

E são esses que vêm falar ao povo de Feliz Natal e Boas Festas, resplandecentes de ganância e compadrios opacos. São os responsáveis por tantos timorenses mal sobreviverem como há, pelo menos, meio-século. E são esses que defendem com unhas e dentes a pensão vitalícia (p.ex.) e outras mordomias de que gozam e de que não querem abdicar em prol de maior e mais justa distribuição da riqueza.

Dignidade que é direito dos povos, justiça social e solidariedade são atos e palavras substituídas por caridade dos que enriquecem não se sabe muito bem como (ou sabe-se?). Tal e qual como durante o colonialismo português.

Tenham vergonha, senhores dirigentes. Não todos vós, mas alguns. Demasiados.

E vimos também uma igreja romana a caminho de faustosa e a silenciar-se, como no colonialismo português de séculos atrás - pauper dominum, non sortem mutat (pobre muda de patrão, mas não de condição).

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